Cabo de Santo Agostinho (acidente geográfico)
O cabo de Santo Agostinho é um promontório (cabo composto por rochas elevadas) localizado no município de Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, estado brasileiro de Pernambuco. Foi o local exato do descobrimento do Brasil pelo navegador espanhol Vicente Yáñez Pinzón, no dia 26 de janeiro de 1500.[1][2][3] A formação rochosa, caracterizada por uma extrusão vulcânica que avança sobre o mar, é também um marco geológico mundial por representar o último ponto de ruptura entre a América do Sul e a África — que até então eram unidas em uma única e imensa massa continental denominada Gondwana (a parte sul da Pangeia).[4] HistóriaDe acordo com diversos historiadores, o cabo de Santo Agostinho foi o local exato do descobrimento do Brasil.[5][1][2][6][3] Entretanto, a navegação de navios castelhanos ao longo da costa brasileira não produziu consequências. A chegada de Pinzón pode ser vista como um simples incidente da expansão marítima espanhola. Por isso, considera-se que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.[7] Uma esquadra espanhola composta por quatro caravelas zarpou de Palos de la Frontera no dia 19 de novembro de 1499. Após cruzar a linha do Equador, o navegador Vicente Yáñez Pinzón enfrentou uma forte tempestade, e então, no dia 26 de janeiro de 1500, avistou o cabo e ancorou suas naus num porto abrigado e de fácil acesso a pequenas embarcações, com 16 pés de fundo, segundo as indicações da sonda. O referido porto era a enseada de Suape, localizada na encosta sul do promontório, que a expedição denominou cabo de Santa María de la Consolación. A Espanha não reivindicou a descoberta, minuciosamente registrada por Pinzón e documentada por importantes cronistas da época como Pietro Martire d'Anghiera e Bartolomeu de las Casas, devido ao Tratado de Tordesilhas, assinado com Portugal.[5][1] O mapa de Juan de la Cosa, carta do século XV, mostra a costa sul-americana enfeitada com bandeiras castelhanas do cabo da Vela (na atual Colômbia) até o extremo oriental do continente. Ali figura um texto que diz "Este cavo se descubrio en año de mily IIII X C IX por Castilla syendo descubridor vicentians" ("Este cabo foi descoberto em 1499 por Castela sendo o descobridor Vicente Yáñez") e que muito provavelmente se refere à chegada de Pinzón em finais de janeiro de 1500 ao cabo de Santo Agostinho.[8] Em 1501, partiu de Portugal uma expedição de reconhecimento da costa brasileira, expedição esta confiada a Américo Vespúcio e comandada por Gonçalo Coelho. A frota atingiu o cabo em 28 de agosto, dia da morte de Agostinho de Hipona. O promontório foi então batizado como "cabo de Santo Agostinho".[9] Em 5 de setembro de 1501, Vicente Yáñez Pinzón foi condecorado pelo rei Fernando II de Aragão por ter descoberto o Brasil.[10] O cabo foi a primeira porção de terra avistada pelo aventureiro alemão Hans Staden em sua viagem ao Brasil no ano de 1549, cujo desembarque se deu no porto do Recife.[11] CaracterísticasAcidente geográfico com mais de 100 milhões de anos, o cabo de Santo Agostinho representa, geologicamente, a única região onde afloram rochas graníticas de idade cretácica em todo o Brasil. Constitui ainda o último ponto de ruptura entre a América do Sul e a África, que até então eram unidas em uma única e imensa massa continental denominada Gondwana (a parte sul da Pangeia).[3][6][4] Neste local encontram-se construções datadas do período colonial, com destaque para a Igreja de Nossa Senhora da Nazaré e as ruínas do Convento Carmelita, do Forte Castelo do Mar e do Forte São Francisco Xavier, bem como as praias de Gaibu, Calhetas, Paraíso e Suape.[3][6] Por muito tempo se achou que o cabo de Santo Agostinho era o ponto mais oriental do Brasil e das Américas, porém medições cartográficas recentes, feitas com o uso de tecnologias modernas, atestaram que a Ponta do Seixas na Paraíba é o extremo leste do continente americano.[3][6]
Ver também
Referências
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