Cairuão
Cairuão,[3][4][5] Alcorovim[6] ou Kairouan[7][8] (em árabe: القيروان; romaniz.: Al Qairawān; lit. campo da guarnição (militar); em francês: Kairouan) é uma cidade do centro-nordeste da Tunísia, capital da província homónima. O município tem 29,35 km² de área[1] e em 2004 tinha 117 903 habitantes (densidade: 4 017,1 hab./km²).[2] Também é conhecida como "a cidade das 50 mesquitas", situa-se 165 km a sul de Tunes, 58 km a oeste de Sousse e da costa, 73 km a oeste de Monastir e 160 km a norte-noroeste de Sfax (distâncias por estrada). O seu rico património arquitectónico inclui a Grande Mesquita, com belas portas talhadas em madeira e arabescos de estuque e as 400 colunas de mármore e pórfiro da sala de orações, com inscrições fenícias, romanas e árabes e a Mesquita das Três Portas, entre outras. A almedina, com as suas muralhas imponentes e portas monumentais, abriga belas mesquitas, um antigo poço e centenas de lojas onde as famosas carpetes de Cairuão, de lã pura, são tecidas e vendidas, para além do artesanato em cobre, latão e couro e dos trajes tradicionais, a jeba (jebba) e o burnus (burnous), com ou sem ricos ornamentos. Apesar da transferência da capital política para Tunes no século XII, Cairuão continuou a desempenhar o papel de capital espiritual do Magrebe, com os seus treze séculos de cultura islâmica. A cidade foi inscrita pela UNESCO em 1988 na lista do Património da Humanidade. HistóriaCairuão foi fundada cerca de 670, quando o general árabe Uqueba ibne Nafi escolheu o local, então no meio de uma floresta densa, infestada de animais selvagens e répteis,[carece de fontes] para instalar um posto militar, com o objetivo de refrear as hordas berberes. No lugar, desenvolveu-se rapidamente uma cidade, com jardins luxuriantes e arvoredos de oliveiras. Uqueba ibne Nafi morreu em combate com os berberes, cerca de quinze anos após o estabelecimento do posto militar. No século X, a cidade foi embelezada pelos aglábidas, que governaram a partir dali o norte de África muçulmana (Ifríquia), entre 800 e 909. No século XI, também era a capital, famosa por sua prosperidade. Em meados daquele século, os fatímidas (xiitas ismaelitas) do Egito instigaram os beduínos egípcios a invadir aquela parte da África. Estes destruíram tão completamente a cidade em 1057 que Cairuão jamais recuperou a sua importância anterior. Com a chegada dos otomanos, Tunes tornou-se a capital da região, residência do dei e do bei. Os franceses tomaram Cairuão em 1881, quando então os não-muçulmanos tiveram acesso à cidade. CarpetesO desenho típico das carpetes (tapetes grandes) de Cairuão chama-se Alloucha e é feito com as cores naturais da lã, com uma bordadura de riscas paralelas em padrões geométricos e um losango central com um padrão floral. As carpetes são graduadas pela espessura do fio usado e pelo número de nós por metro quadrado, sendo o "normal" de 10 a 40 mil nós, "fino" de 65 a 90 mil e "extra-fino" de 160 a 500 mil. As carpetes de seda podem ter mais de 500 mil nós por metro quadrado. Em Cairuão também se produz uma carpete tecida, sem nós, a margum, com os típicos desenhos geométricos da cultura berbere, mais leves e numa grande quantidade de cores. Ver tambémReferências
Bibliografia
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