Castlevania: Harmony of Dissonance
Castlevania: Harmony of Dissonance[a] (comumente abreviado como HoD) é um jogo de plataforma da série Castlevania, desenvolvido pela Konami para o sistema Game Boy Advance da Nintendo. Foi o segundo título da série lançado para o console, sendo publicado no Japão em 6 de junho, na América do Norte em 16 de setembro, e na Europa em 11 de outubro de 2002. O jogo se passa em 1748, 50 anos após Simon Belmont eliminar a ameaça do Conde Dracula, e introduz mais um membro da lendária família de caçadores de vampiros do clã Belmont, seu neto Juste Belmont, o qual busca resgatar uma amiga de infância que foi sequestrada. Koji Igarashi produziu Harmony of Dissonance com a intenção de criar "um jogo similar ao Castlevania: Symphony of the Night", o aclamado título do PlayStation no qual ele trabalhou. O título vendeu 126 mil unidades nos Estados Unidos, e não foi um sucesso no Japão. Em 2006, foi relançado na América do Norte e Europa, junto de Castlevania: Aria of Sorrow, como parte do Castlevania: Double Pack. JogabilidadeHarmony of Dissonance faz uso do estilo de rolagem lateral em 2D, similar a vários títulos anteriores da franquia. O objetivo do jogo é levar o protagonista, Juste Belmont, através do castelo infestado de monstros enquanto ele busca por uma amiga sequestrada.[2] O castelo consiste de duas "camadas": Castelo A e B. Estruturalmente, cada castelo possui quase o mesmo layout de salas, mas os tipos de inimigos, items, e outros aspectos podem variar.[3] Posteriormente, o jogador pode usar salas especiais para teleportar para outros locais do mesmo castelo, ou para o outro castelo.[3] As duas camadas do castelo compartilham uma ligação, e destruir uma parede no Castelo A pode causar mudanças no Castelo B.[3] Relíquias e chaves encontradas no castelo permitem que Juste alcance áreas previamente inacessíveis.[4][5] Harmony of Dissonance introduziu a possibilidade de coletar items colecionáveis para mobiliar uma sala vazia que Juste encontra no castelo, algo que influencia de forma pequena o final do jogo.[6] O ataque principal de Juste utiliza o lendário chicote da série, Vampire Killer, que pode ser usado para desviar projéteis, como visto em Super Castlevania IV.[7] Uma variedade de armas secundárias estão disponíveis, como a água benta, um livro sagrado, um crucifixo, uma gema, um machado, e uma luva.[8] Apenas uma arma pode ser carregada por vez, podendo ser combinada com um de cinco livros mágicos (Fire Book, Ice Book, Bolt Book, Wind Book, e o Summoning Tome)[9] escondidos pelo castelo para criar um ataque mágico.[4] Utilizar uma magia faz o personagem se tornar invencível por um instante.[3] Harmony of Dissonance faz uso de elementos de role-playing.[10] Derrotar inimigos e chefes dá pontos de experiência para Juste, que sobe de nível quando certos requisitos são alcançados.[3] Subir de nível aumenta seus atributos: pontos de vida, pontos de magia, força, defesa, inteligência, e sorte.[3] Certas relíquias afetam os atributos.[11] Equipamentos em forma de modificadores de armas, armaduras e acessórios podem ser encontrados pelo castelo e contribuem para os atributos.[7] Ocasionalmente, items podem cair ao matar um inimigo, mas também podem ser comprados com dinheiro em um vendedor que aparece em vários pontos do castelo.[3] Modos adicionais de jogo podem ser destravados. Se o jogador finalizar o jogo uma vez, poderá acessar o modo Boss Rush para lutar contra um número de chefes, dependendo do nível de dificuldade escolhido.[3] Caso o jogador finalize o jogo através do melhor final, poderá acessar o modo Maxim para controlar o personagem Maxim, que não pode equipar items e só pode usar sua espada e sua shuriken como armas, podendo usar magias e possuindo a habilidade de pulo triplo.[3] EnredoAmbientação e personagensHarmony of Dissonance se passa em 1748, 50 anos após Simon Belmont ter acabado com a maldição de Dracula.[12] Como resultado de sua batalha contra Dracula, os moradores do vilarejo mudaram de opinião sobre ele e o clã Belmont.[10] O produtor Koji Igarashi explicou que "Simon foi considerado como um salvador, e as pessoas começaram a olhar para ele como um herói; pouco a pouco, as pessoas começaram a se aproximar da família. Logo, um vilarejo foi formado ao redor dos Belmonts. Juste Belmont cresceu neste ambiente com os amigos de infância Maxim Kischine e Lydie Erlanger."[10] O protagonista é Juste Belmont, neto de Simon Belmont e descendente de Trevor Belmont e Sypha Belnades,[4][13] que aos 16 anos de idade herdou o lendário chicote Vampire Killer.[14] Junto de seu melhor amigo, Maxim Kischine, ele sai em busca de resgatar a amiga de infância, Lydie Erlanger.[12] Enquanto explora o castelo, Juste também encontra um vendedor[15] e a Morte.[16] HistóriaMaxim, que sofre de amnésia aos acontecimentos recentes, leva Juste até um castelo onde Lydie está sendo aprisionada e, após uma breve conversa, Juste deixa Maxim e começa a explorar o castelo em busca de sua amiga.[17] Dentro do castelo, Juste encontra a Morte, que confirma que este é o castelo de Dracula.[16] Juste se encontra com Maxim novamente, cuja memória está lentamente retornando, mas ambos se separam para poder explorar o castelo mais rapidamente.[18] Durante sua busca, Juste nota que parece haver atmosferas diferentes no castelo.[19] No próximo encontro com Maxim, Juste fica surpreso com a mudança de personalidade demonstrada em pouco tempo por parte de Maxim,que o acusa de ter sequestrado Lydie.[20] Em um de seus encontros, Maxim revela que havia previamente tentado encontrar os restos de Dracula para ressuscitá-lo e derrotá-lo definitivamente, mas que quando coletou todas as partes, sua memória apagou.[13] Juste encontra a Morte novamente, que explica que o castelo foi dividido em "camadas" para acomodar os dois espíritos que vivem no corpo de Maxim: seu espírito original e um espírito maléfico, criado pelos restos de Drácula e sua inveja suprimida de Juste.[21][22] Maxim posteriormente confirma as informações, e admite ter sequestrado Lydie.[22] Juste encontra seu amigo novamente, que revela ter perdido a memória para proteger Lydie, e entrega à Juste o seu bracelete para ajudar na busca dela.[23] Entretanto, quando Juste a encontra, a Morte a captura novamente para usar seu sangue como um meio de unificar as duas camadas do castelo e destruir o espírito real de Maxim.[24] Juste derrota a Morte, e segue em busca de Maxim, acumulando no caminho os restos de Dracula. No centro do castelo, ele encontra Maxim junto de Lydie desacordada.[25] Há três finais para o jogo:
DesenvolvimentoDirigo por Takeda Takashi,[29] produzido por Koji Igarashi e desenvolvido pela Konami Computer Entertainment Tokyo, Harmony of Dissonance é o segundo título de Castlevania para o Game Boy Advance.[30] Seu predecessor, Castlevania: Circle of the Moon, havia sido desenvolvido pela Konami Computer Entertainment Kobe.[31] Igarashi começou o desenvolvimento do jogo com a intenção de fazer um título para o GBA que compartilhasse de similaridades com o Castlevania: Symphony of the Night.[31] Ayami Kojima, que havia trabalhado previamente no design de personagem de Symphony of the Night, foi também a responsável pelo design de Harmony of Dissonance.[32] Harmony of Dissonance incorpora outras mudanças, como o sistema de fusão de magias que substituiu o sistema de cartas de Circle of the Moon, os gráficos feitos usando palheta mais clara, e os controles melhorados.[31] Castlevania: Aria of Sorrow compartilhou o mesmo período de produção e, como resultado, ambos compartilharam similaridades nos motores de jogo e elementos de jogabilidade.[33] LançamentoOriginalmente planejado para um lançamento em meados de junho,[7] Harmony of Dissonance só foi lançado em setembro de 2002.[34] Foi lançado inicialmente no Japão em 6 de junho de 2002, mas na América do Norte apenas em 16 de setembro e na Europa em 11 de outubro de 2002.[35] Nos Estados Unidos, vendeu cerca de 126 mil unidades,[36] enquanto que no Japão não foi considerado um "grande título" por Igarashi.[31] Harmony of Dissonance foi relançado em 2006 junto de Aria of Sorrow como parte do Castlevania Double Pack, pacote que foi escolhido como o IGN Game Boy Game of the Month em janeiro deste ano.[37] Também foi publicado para o Virtual Console do Wii U em 16 de outubro de 2014 na América do Norte.[38] Trilha sonoraEm 26 de junho de 2002, a Konami publicou Castlevania: Circle of the Moon & Castlevania: Concerto of Midnight Sun Original Soundtrack.[39] Soshiro Hokkai compôs a trilha, enquanto Michiru Yamane criou músicas adicionais das fases.[40] Igarashi posteriormente citou que a qualidade da música havia sido "sacrificada" em troca de melhores gráficos para o jogo.[31] Finalizar o jogo com o melhor final também destrava uma opção para ouvir a trilha sonora.[3] Recepção
Na época de seu lançamento, Harmony of Dissonance recebeu avaliações positivas. O Metacritic o avaliou com nota 87/100,[47] enquanto o GameRankings deu nota de 84%.[41] A revista japonesa Famitsu o avaliou com nota 31/40.[42] GameSpot comentou que ele "não é apenas um bom jogo Castlevania, também é um dos melhores jogos do Game Boy Advance a aparecer nos últimos tempos".[2] GameSpy afirmou que "apesar de alguns pontos, Harmony of Dissonance é uma aventura de qualidade que representa a melhor tentativa até agora de espelhar o brilhantismo de Symphony of the Night."[45] Apesar de se preocupar com a perda de originalidade da franquia, citando que Harmony of Dissonance é uma cópia quase que obsessiva de Symphony of the Night, GamePro também o chamou de "um jogo de ação divertido e um bom Castlevania".[44] Os gráficos melhorados de Harmony of Dissonance, especialmente o fundo, os efeitos 3D, e os chefes, receberam elogios de alguns críticos, que os chamaram de "visualmente deslumbrantes",[2] e "muito bons".[46][44] A trilha sonora do jogo não foi tão bem recebida. Críticos consideraram a música como "facilmente a pior trilha de Castlevania"[45] e "lamacenta, pesada, e reminiscente dos dias de músicas do NES em quatro canais".[44] Em contrapartida, GameSpot achou que a música era "decente" e ocasionalmente "encaixava, ou era viciante", mas falhou em alcançar as altas expectativas da série.[2] IGN achou que enquanto "não tão ruim quanto alguns parecem achar", as músicas "não são tão boas quanto em outros títulos do Castlevania".[46] Os críticos também não gostaram da falta de dificuldade, com GamePro descrevendo-a como "a maior falha do jogo".[44][45] Outras reclamações incluem chefes fáceis e previsíveis,[2] e "uma área explorável muito menor e de certa maneira um mapa menos convincente".[45] Avaliações retrospectivas foram ainda mais críticas do jogo. Considerando Harmony of Dissonance "um dos títulos mais desapontantes da série"[49] e "o título menos impressionante dos três para GBA",[30] críticos citaram o design do castelo entediante, e a frequente troca entre as camadas do castelo como uns dos piores pontos do jogo.[30][49] David Low, da PALGN, criticou a inclusão do "aliado possuído" de Castlevanias anteriores junto da dificuldade mais fácil do jogo, o personagem do jogador ser visualmente mal animado, e alguns ambientes espalhafatosos.[49] Mark Bozon, da IGN, concluiu que Harmony of Dissonance "ainda mostra visuais decentes para um jogo de meio de geração, e pavimentou o caminho para o título Castlevania mais forte do GBA, Aria of Sorrow."[30] Tim Turi, da Game Informer, achou que o design estava entre os melhores de Castlevania, apesar de ter a pior música da série.[50] NotasReferências
Bibliografia
Ligações externas
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