Chris Marker
Chris Marker (pseudônimo de Christian Hippolyte François Georges Bouche-Villeneuve; Neuilly-sur-Seine, 29 de julho de 1921 - Paris, 29 de julho de 2012) foi um cineasta, fotógrafo, ilustrador, ensaísta e crítico francês. Seus filmes mais conhecidos são La Jetée (1962), Sans Soleil (1983) e A.K. (filme) (1985), um documentário sobre o cineasta japonês Akira Kurosawa. BiografiaChristian Bouche-Villeneuve nasceu em 29 de julho de 1921, de manhã, em Neuilly-sur-Seine (Hauts-de-Seine). Era filho de Georges Hippolyte Bouche-Villeneuve, 38 anos, inspetor de filiais do Crédit Lyonnais na Região de Paris, e de Jeanne Marie Henriette Villeneuve, 30 anos, conforme sua certidão de nascimento, que também menciona seu casamento e morte.[1] Ao contrário da lenda criada pelo próprio Marker (em Immemory entre outros), ele não residiu por dois anos em Cuba, com seu tio. Quando criança, viveu a apenas algumas dezenas de metros do Lycée Pasteur, em Neuilly-sur-Seine, onde estudou na década de 1930. [2] Embora fosse estudante da Seção de Filosofia daquele colégio, novamente ao contrário da lenda (criada, desta vez, por seus biógrafos), ele não teve aulas com Jean-Paul Sartre, que era então um jovem agrégé do ensino médio de filosofia. Sartre realmente lecionava filosofia mas em outra turma do Lycée e em pouco tempo deixou a instituição.[3] Em seguida, nos últimos anos do ensino médio, Christian criou, em 1938, com mais dois colegas, o jornal do liceu - intitulado Le Trait d'union - em que era editor, usando o pseudônimo Marc Dornier.[4] Ele começou sua graduação em filosofia quando a guerra eclodiu. Depois que Paris foi ocupada pela Alemanha, foi juntar-se a seu pai, em Vichy (na chamada "zona livre"). No verão de 1941, usando o mesmo pseudônimo de Marc Dornier, criou, com um ex-colega de liceu, La Revue française : Cahiers de la Table ronde. Tratava-se de uma revista literária com tendências pétainistas que pretendia, seguindo as idéias da Revolução Nacional, oferecer uma visão positiva da França aos jovens, então meio perdidos e sem perspectiva de futuro. [5] A revista não durou muito: apenas duas edições, sendo a terceira abandonada antes mesmo da impressão. Decepcionado com a política do Marechal Pétain, ao mesmo tempo em que os americanos entraram na guerra, em dezembro de 1941, ele abandona Vichy e vai para a Suíça. Junta-se aos maquis, na Resistência. À época da Libertação, encontrava-se nas fileiras do Exército dos Estados Unidos.[6] Finda a guerra começou a escrever e a fazer filmes. Viajou por muitos países socialistas e documentou o que viu, em filmes e livros. Les statues meurent aussi (1953), que codirigiu com Alain Resnais, foi um dos primeiros filmes anticolonialistas. Anatole Dauman produziu os primeiros filmes de Chris Marker e mais tarde produziu outros dois: Sunday in Peking e Letter from Siberia. A carreira como cineastaO nome de Chris Marker começou a ser conhecido internacionalmente quando ele realizou La Jetée, em 1962. Este filme de ficção científica conta a história de uma experiência de viagem no tempo, num futuro pós-nuclear. Construído por meio de fotomontagem, em preto e branco, acompanhada de narração e efeitos sonoros, o filme inspirou Mamoru Oshii a realizar The Red Spectacles (1987). Foi também a inspiração de Terry Gilliam para Twelve Monkeys (1995). Em 1982, Marker terminou Sans Soleil, ampliando os limites do documentário. O filme é uma fusão de imagens documentais e comentários filosóficos, compostos de forma ficcional, criando uma atmosfera de sonho e ficção científica. Os seus principais temas são o Japão, África, a memória e as viagens. Há uma sequência, passada em São Francisco (Califórnia), que contém um vasto número de referências a Alfred Hitchcock e ao seu filme Vertigo (filme). Depois de Sans Soleil, Chris Marker desenvolveu um profundo interesse na tecnologia digital, o que o levou a realizar Level 5 (1996) e IMMEMORY (1998), um CD-ROM multimédia interactivo produzido pelo Centro Georges Pompidou de Paris. Chris Marker não concedia entrevistas nem se deixava fotografar; quando lhe pediam uma fotografia, Marker habitualmente oferecia a de seu gato e alter-ego, Guillaume-en-Égypte.[7] Filmografia
Referências
Ligações externas
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