Controvérsias de Custe o Que CustarO programa de televisão humorístico brasileiro Custe o Que Custar da Rede Bandeirantes originou algumas controvérsias. Com exibição de 2008 a 2015, o programa ficou marcado por sua abordagem política dos acontecimentos semanais e de seu humor considerado "ácido", que por várias vezes renderam conflitos com políticos e celebridades, alguns deles influenciando sob o programa. Conflitos em BrasíliaCQC no CongressoEm abril de 2008, quando visitou o Congresso Nacional pela primeira vez, Danilo Gentili foi expulso da instituição ao entrevistar o então presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Arlindo Chinaglia, sobre a reforma tributária e o uso de caixa dois pelos deputados[1]. A reportagem foi exibida no dia 14 de abril de 2008. No começo do mês de junho de 2008, o programa foi impedido de gravar dentro do Congresso Nacional. O fato motivou a criação da campanha CQC no Congresso, desenvolvida para TV, rádio e internet, através do site cqcnocongresso.com.br, onde o público assinava uma petição pedindo a liberação do programa. O objetivo também era reunir apoio de formadores de opinião. A campanha foi lançada oficialmente em 9 de junho.[2] Apesar do apelo, o veto foi mantido. A assessoria de imprensa da câmara afirmou que o programa é humorístico, por isso os seus integrantes não podem circular como jornalistas dentro do Congresso para abordar deputados e senadores e que eles não cumpriram o compromisso firmado com a Casa quando realizaram gravações com os parlamentares. O site da campanha do CQC afirma que o programa é jornalístico e seus repórteres também são jornalistas e realizam perguntas e questionamentos inerentes a essa profissão.[3]
—Marcelo Tas, em entrevista após a liberação do programa no Congresso.[4] Até o dia 17 de junho, a campanha já tinha arrecadado mais de 120 mil assinaturas. Em 19 de março, gravando para o quadro Proteste Já, Rafinha Bastos realizou protesto contra o veto na frente do Congresso Nacional.[5] O protesto ganhou adesão de estudantes de uma escola de Brasília que estavam visitando a Casa.[6] Em 30 de junho, o então primeiro-secretário do Senado Federal, Efraim Morais, liberou o acesso do programa ao Congresso Nacional.[7] Credenciamento no SenadoEm abril de 2009, foi noticiado que a Câmara dos Deputados estava discutindo numa reunião entre os assessores da Casa com o departamento de comunicação uma maior rigidez no credenciamento de imprensa para evitar que os deputados sejam entrevistados por programas como o CQC e o Pânico na TV.[8] A decisão foi relacionada ao deputado Sérgio Moraes e o presidente do Senado José Sarney, que se sentiram incomodados com abordagens do programa.[9] Moraes foi abordado por Danilo Gentili, que fez perguntas a respeito de Edmar Moreira, acusado de usar dinheiro público para ligar para telessexo[10], enquanto que Sarney teria se incomodado ao ser chamado de "dinossauro".[9] A solicitação de limitação do acesso dos integrantes do programa com credenciais temporárias, tanto na Câmara dos Deputados e no Congresso Nacional, foi realizada em maio de 2009. O pedido de Moraes foi feito durante Sessão Plenária.
No entanto, Sarney repensou sua decisão e concedeu credenciais fixas.[12] Agressão no SenadoEm 1º de julho de 2009, Danilo Gentili tentou entrevistar o então presidente do Senado brasileiro, José Sarney, e acabou derrubado por seguranças da presidência da Casa em duas abordagens. Na primeira, Gentili perguntou a Sarney como ele se sentia em "não ser tão poderoso quanto se pensava", ficou sem resposta e foi empurrado por um dos seguranças. Na segunda abordagem, enquanto saia da Casa, Sarney se recusou a falar e disse que a imprensa o estava impedindo de andar, mas Gentili continuou e perguntou "se a saída dele da presidência acabaria com a crise" e levou outro empurrão.[11] A agressão repercutiu por toda mídia e foi manchete de alguns telejornais naquela noite, tendo sido flagrada por um fotógrafo a serviço do jornal O Estado de S. Paulo.[13] A Band exibiu as imagens da agressão no mesmo dia, no jornalístico Brasil Urgente e no Jornal da Band.[14][15] Ao exibir as imagens no primeiro programa, o apresentador José Luiz Datena chamou os seguranças de "cães de guarda".[16] Em resposta, o diretor da Polícia Legislativa do Senado Federal, Pedro Ricardo de Araújo Carvalho disse que o conflito foi por conta da natureza do trabalho de ambos os envolvidos. O diretor afirmou que Gentili bloqueou a passagem do senador e o segurança estava tentando liberar o caminho, segurando o comediante pelas costas. Gentili também teria se jogado no chão, após ser soltado pelo segurança.[17] Ao G1, o humorista respondeu que "primeiro foi empurrado e depois jogado no chão".[18] As imagens foram exibidas, na íntegra, na edição do dia 6. Após a exibição, Marcelo Tas, em nome do CQC, anunciou que o programa iria entrar na justiça contra Sarney.[19] Entrevista com Nelson TradEm reportagem exibida no dia 14 de junho de 2010, Monica Iozzi e uma equipe do programa foram agredidos pelo deputado federal Nelson Trad (PMDB-MS) enquanto faziam uma reportagem sobre abaixo-assinados no Congresso Nacional. Uma moça que fazia parte da produção do programa era orientada a recolher assinaturas de congressistas, que, em sua maioria, não conferiam o que estavam assinando.[20] O documento assinado por Trad pedia a inclusão de um litro de cachaça no programa Bolsa Família. Ao ser informado do que se tratava, o deputado se exaltou e xingou a equipe. Monica Iozzi chegou a ser empurrada e um cinegrafista teve a roupa rasgada e parte do equipamento danificado.[21][22] Após o incidente, Nelson Trad abriu investigação e chegou a declarar que a equipe do programa o agrediu.[23] No dia 17 de junho, em seu blog oficial, o programa divulga a seguinte nota[23]:
Na semana seguinte, no dia 21 de junho de 2010, o programa desmentiu o parlamentar, veiculando a reportagem na íntegra, sem cortes, revelando que a agressão partiu do deputado, e não de quaisquer integrantes do CQC.[24] Segunda proibição no SenadoA partir da reportagem exibido 9 de junho de 2011 o CQC entrevistou senador Renan Calheiros (PMDB-AL) perguntou sua presença no conselho de ética:
Depois da entrevista senador Renan Calheiros entrou na sala do senador José Sarney (PMDB-AP) minutos depois, a Polícia do Senado pediu que a equipe do CQC saísse já do senado e proibindo a entrada dos reportes do CQC.[25] ComparaçõesO formato do CQC, que consiste em fazer uma abordagem crítica e ousada dos fatos da semana e de fazer "perguntas que ninguém tem coragem", foi originado na Argentina e lançado na TV em 1995, tendo como inspiração o programa La noticia rebelde (1986-89). Apesar disso, na década de 80, o jornalista e apresentador da versão brasileira Marcelo Tas também possuía um personagem com trejeitos semelhantes. Ernesto Varela, como era chamado, era um repórter independente que, acompanhado do câmera-men Valdeci, fazia "perguntas que não podiam ser feitas" para personalidades políticas.[26] Com o formato argentino desembarcando no Brasil em 2008, surgiram comparações, em seu começo, com o Pânico na TV da RedeTV!, e posteriormente com o Legendários, da Rede Record - este último originando atritos de seus integrantes com o elenco do humorístico da Band. Com o Pânico na TVO Pânico na TV estreou na RedeTV! em 2003 com o elenco oriundo do programa homônimo da rádio Jovem Pan FM, onde em alguns quadros, seus integrantes corriam atrás de celebridades e autoridades famosas e faziam perguntas geralmente indecorosas, intercaladas com imagens gráficas que satirizavam a situação. Com o formato do CQC estrando no Brasil em 2008, a mídia especializada começava a comparar os dois programas. Em uma de suas matérias, a versão online da Folha de S.Paulo apelidou o CQC de "Pânico argentino".[27] Com o programa no ar, o mesmo site definiu-o como "uma espécie de Pânico da Band, com cérebro e sem mulheres seminuas", apontando que internautas já escolhiam o novo humorístico como o "melhor do Brasil".[28] A coluna Zapping, na época assinada por Alberto Pereira Jr., informou que celebridades estavam confundindo a equipe do CQC com a do Pânico[29], ignorando a equipe do segundo dando preferência ao primeiro. Isso teria causado uma pressão na equipe do Pânico, já que o mesmo passava por uma crise, em reflexo de sua queda na audiência, troca de diretores e a saída de integrantes.[30][31] Apesar das comparações e dos supostos problemas internos, as equipes de ambos os programas demonstravam não ter rivalidade.[32] Ao fazer um diferencial das duas atrações, a integrante Sabrina Sato elogiou o "humor maduro" do CQC, enquanto afirma que o Pânico faz "humor inconsequente".[33] Com o LegendáriosLegendários, programa que estreou na Rede Record em abril de 2010, tinha como proposta ser uma mistura dos humorísticos Pânico, CQC e do programa de auditório Altas Horas, da Rede Globo.[34] O formato começou a ser projetado no segundo semestre de 2009, quando a Record contratou o comediante Marcos Mion, da MTV Brasil, para apresentar um programa para o público jovem.[35] Em dezembro, foi divulgado que o programa seria exibido uma vez por semana e que iria misturar jornalismo, aventura e humor. João Gordo, um dos nomes confirmados no elenco, foi convocado para fazer matérias em Brasília, no mesmo estilo de Danilo Gentili para o CQC.[36] Ainda na pré-produção, Gentili também havia sido sondado pela Record para fazer parte do programa, mas optou por renovar contrato com a Band. Em janeiro de 2010, a Record desfalcou três produtores do CQC - Marcelo Salinas, pauteiro e produtor das matérias de Gentili; Rafael Cerqueira, produtor do Proteste Já, e André Lousas, responsável pelos efeitos gráficos.[37] Em março, Legendários e a terceira temporada do CQC foram apresentados à imprensa. Na coletiva do primeiro, Mion afirmou que gostaria de fazer um programa do bem, com o objetivo de rir "com os outros, e não dos outros. Não queremos humilhar ninguém". Ele também respondeu perguntas sobre comparações com os humorísticos concorrentes. Na apresentação, os integrantes exibiram os uniformes padronizados nas cores preta e laranja.[38][39] Em crítica publicada no blog "TV e Lazer", do jornal O Estado de S. Paulo, as "tiradas" exibidas em um vídeo de apresentação foram elogiadas. Entretanto, ao comparar com o CQC, o crítico escreve que "para um programa que se gabou nos últimos três meses de apresentar um novo tipo de humor para a TV brasileira, a impressão inicial foi de mais do mesmo".[40]
Semanas antes, na apresentação do CQC, o jornal Extra relatou que os integrantes sentiram-se incomodados com a comparação com o novo humorístico da Record, já que iriam estrear quadros semelhantes naquele ano. A suspeita dada era de espionagem nos bastidores.[42] Legendários estreou no dia 11 de abril e recebeu avaliações negativas da crítica especializada. Patrícia Kogut, em seu blog do jornal O Globo, chamou o programa de tosco e questionou o porquê de "Marcos Mion ter anunciado que o programa seria 'revolucionário'". Ao argumentar, Kogut apresentou comparações na abordagem política de Felipe Solari e efeitos visuais usados no quadro "Whatever", de Teena (interpretada por Miá Mello), com os do CQC. A jornalista finaliza escrevendo que Legendários é pretensioso, "(...) sem graça, interminável e constrangedor".[43] Em crítica publicada no portal Terra, o jornalista Mauro Trindade fez outras comparações com humorísticos de outras emissoras e o próprio CQC, apontando também inspirações em formatos de programas populares, como os de Netinho de Paula e Gugu Liberato. A análise inicia-se adjetivando o programa como "vexativo, tosco, apelativo, ingênuo e sem-graça" e apontou que a tentativa de agradar um grande público (como o de TV aberta) "pode ser o mesmo que não agradar a ninguém".[44] Apesar da péssima recepção pela mídia, Legendários estreou com dez pontos de audiência, garantindo a vice-liderança isolada no horário de exibição.[44] Durante todo o seu primeiro ano, Legendários passou por diversos problemas de produção e queda de audiência.[45][46] Entre 2011 e 2013, integrantes da formação original deixaram o elenco do programa[47] e seu formato foi modificado a partir da entrada de um novo diretor - Carlos César Filho, o "Cesinha".[48] Após deixar o Legendários em 2012, João Gordo revelou numa entrevista com Luciana Gimenez que o programa "começou querendo ser o CQC, mas terminou como o Sabadão Sertanejo". Mion respondeu que o Legendários não se perdeu no formato, mas que virou uma "espécie de Viva a Noite".[49] Em alguns momentos específicos, integrantes do Legendários tiveram atritos com o elenco do CQC. Em seu primeiro mês no ar, Danilo Gentili e Rafinha Bastos ironizaram o programa, postando uma imagem "rezando" pelo seu sucesso, usando uma foto de Marcos Mion.[50] Dias depois, Gentili usou seu perfil no Twitter para alfinetar o programa, criticando o "humor do bem" e o integrante Gui Pádua (referido como Guilherme de Pádua, fazendo alusão ao nome do assassino da atriz Daniella Perez).[51][52] Gui Pádua respondeu em seu blog afirmando que "a fama subiu à cabeça" de Gentili.[53] Em junho, o programa promoveu campanha para que Marcelo Tas fizesse o "Ombrinho Ombrinho" (gesto criado pela personagem "Teena") para promover a paz entre os programas de humor. No fim do mês, Marcelo Marrom interrompeu uma palestra que Tas realizava na UniBH e tentou entregar uma "bandeira da paz" para o jornalista. Tas não aceitou, mas afirmou ao humorista que "o objetivo dos programas de humor é fazer a gente se divertir (sic)".[54] ReproduçõesCom o sucesso inicial que o Custe o Que Custar fazia na Band, outros canais tentaram realizar formatos semelhantes do programa. No mesmo ano de estreia na emissora do Morumbi, o SBT já ensaiava sua versão do programa. Segundo Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o SBT havia gravado um piloto com o grupo de teatro Deznecessários para o Domingo Legal.[55] Em 2010, o diretor Ricardo Mantoanelli ficou encarregado de dirigir o piloto do humorístico República da Madrugada, que teria o mesmo formato do CQC e que já contava em seu elenco o ator Fernando Muylaert, Donald e Paulo Carvalho, sendo o último um dos finalistas do concurso de oitavo integrante do programa concorrente.[56] Em um teaser de 30 segundos vazado no YouTube, Carvalho aparece de terno e gravata - fazendo alusão ao CQC -, Muylaert aparece vestido de Bozo e Donald, com a máscara do personagem do filme Pânico, em alusão ao Pânico na TV.[57] DeclaraçõesPamela ButtAo chamar a estreia do quadro Palavras Cruzadas, em 23 de março de 2009, o apresentador Marcelo Tas referiu-se aos convidados da edição, que seriam o Padre Juarez de Castro e a atriz pornográfica Pâmela Butt como "um padre e uma prostituta". Tas se corrigiu, mas Pâmela entrou com processo judicial contra o programa.[58][59] A partir desta polêmica, o programa passou a ser gravado durante um período.[60][61] Em 2010, o programa foi condenado a pagar uma indenização de R$153 mil a Pâmela.[62] Entrevista de Jair BolsonaroEm entrevista ao programa ao quadro O Povo Quer Saber, no dia 28 de março, Jair Bolsonaro se posicionou contra os movimentos que fazem apologia à homossexualidade e à bissexualidade. Disse que seu filho, com "boa educação e um pai presente", "não corre o risco" de se tornar homossexual, e que desfiles gays são "promoção de maus costumes". Ao ser perguntado pela cantora Preta Gil sobre o que faria se seu filho caso apaixonasse por uma garota negra, Bolsonaro disse que "não discutiria promiscuidade" e que "não corre esse risco porque seus filhos foram muito bem educados", uma das declarações que mais causou polêmica na entrevista.[63] No dia seguinte, afirmou que a resposta a cantora fora um "mal entendido".[64] O fato causou muita polêmica e a cantora disse que entrará com uma representação no Ministério Público contra Bolsonaro por homofobia e preconceito racial.[65] Piadas de Rafinha BastosEm dois momentos do CQC, em 2011, Rafinha Bastos virou alvo de críticas por conta de piadas feitas na bancada. Em 22 de agosto, o quadro Top Five - que elege os cinco piores momentos da televisão na semana - colocou na primeira colocação uma gafe da apresentadora Daniela Albuquerque, que durante o Manhã Maior, errou a pronúncia da palavra octógono. Ao voltar para o estúdio, Rafinha disse que não tinha paciência para ensinar e, fazendo cotoveladas ao ar, disse "'É octógono, cadela!' Põe esse nariz no lugar".[66] Na semana seguinte, o humorista pediu desculpas pela piada durante a exibição do mesmo quadro.[67][68] Consultada pelo portal iG, a assessoria de imprensa de Daniela informou que ela aceitou o pedido.[69] No ano seguinte ao ocorrido, em coletiva de imprensa para apresentar a versão brasileira do Saturday Night Live na RedeTV!, Bastos disse que pediu desculpas porque errou.[70] No mês seguinte, em 19 de setembro, Bastos virou alvo de processo por causa de uma piada com a cantora Wanessa (que estava, na ocasião, grávida). Após Marcelo Tas fazer um elogio, Rafinha disse que "Comeria ela e o bebê."[71] A piada gerou grande repercussão nos meios de comunicação e dentro do próprio programa.[72][73][74] Integrantes do mesmo programa demonstraram repúdio à piada, como Marco Luque.[75] Bastos foi suspenso do programa em 3 de outubro[76], sendo substituido por Monica Iozzi neste dia e por outros repórteres nas semanas seguintes.[77] No Facebook, o humorista afirmou que pediu demissão da Band assim que a suspensão foi confirmada[78], sendo que ela só foi divulgada pela imprensa em janeiro de 2012. Entrevista com atrizes de Orange Is the New BlackNa edição de 15 de junho de 2015, o CQC exibiu uma entrevista de Rafael Cortez com as atrizes Uzo Aduba, Natasha Lyonne e Samira Wiley, que estavam no Brasil fazendo divulgação da série de televisão norte-americana Orange Is the New Black, atendendo jornalistas em um hotel de São Paulo. Entre as pautas estavam assuntos como beleza, falta de homens na série e TPM. A reportagem inicia exibindo trechos da atração fornecidos pelo Netflix, com Cortez iniciando a entrevista conversando individualmente com Uzo Aduba. Na sequência, é exibido o diálogo de Cortez com Natasha Lyonne e Samira Wiley. Sobre o tema TPM, Cortez pergunta de forma irônica para Lyonne e Samira como fica o set de filmagens quando as atrizes estão "naqueles dias" e, ao esclarecer o que tinha dito, diz que "'naqueles' dias vocês [referindo-se ao elenco feminino da série] ficam mais bravas, ficam furiosas uma com a outra." Samira nega que isso aconteça nas gravações, mas, aparentando estar incomodada, Lyonne diz que a pergunta de Cortez foi "um pouco estranha" e completa: "Mesmo havendo bastante beleza na série, todas as atrizes são profissionais, talentosas e capazes. Não acho que estamos pensando em algo tão insignificante quanto a própria beleza quando estamos trabalhando".[81][82][83] Após a exibição, sites destacaram que a edição do programa mudou a tradução da resposta de Lyonne, onde ela teria afirmado que a pergunta de Cortez foi "acidentalmente misógina".[79][80] Percebendo o comportamento das atrizes diante das perguntas, diversos portais internacionais criticaram as atitudes de Cortez. O site norte-americano Huffington Post definiu as perguntas como "chatas e machistas". Os portais Cosmopolitan e Celebuzz afirmaram que Cortez tentou uma abordagem similar ao do personagem "Borat", um jornalista conhecido por seu humor nonsense e politicamente incorreto, interpretado por Sacha Baron Cohen no pseudodocumentário Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan.[84] O site Digital Spy escreve que "talvez essa seja a última entrevista de Rafael Cortez em uma coletiva". O portal Irish Examiner publicou uma série de postagens de brasileiros feitos no Twitter, endereçados às atrizes, pedindo desculpas em nome do comediante.[85] O comportamento de Cortez também foi criticado na página oficial do programa no Facebook, onde a publicação da entrevista já tinha mais de 9 mil compartilhamentos.[86] Na mesma rede social, Cortez fez a primeira resposta oficial, onde escreve que teve o consentimento do CQC para fazer a entrevista em tom de comédia e afirma que os elogios feitos na matéria não invalidariam "seus talentos, profissionalismo e engajamentos".[85] Em entrevista ao programa Transalouca 4.0, da rádio Transamérica FM, Cortez respondeu novamente sobre a polêmica e afirmou que errou ao formular as perguntas, completando que "o ser humano está se levando muito a sério (...). Eu nunca fui um cara que repercuti por aspectos negativos de piadas". Em seguida, ele questionou as pessoas que acharam as perguntas machistas por não entenderem o teor da entrevista, falando que "as atrizes não entenderam e as pessoas se baseiam nas respostas das meninas".[87][88][89] Ao falar do assunto para o UOL, Cortez disse que não se sentiu incomodado pelo fato de suas piadas não terem surtido o efeito desejado.[90] A péssima recepção da entrevista foi repercutida pelo jornal Diário de S. Paulo, que consultou a opinião do ex-apresentador do programa Marcelo Tas. Tas mostra-se contra as declarações e afirma que o público deveria parar de "passar a mão na cabeça dos humoristas".[91] Proteste JáAbaixo, é listado momentos em que foram registrados incidentes entre autoridades públicas e a equipe do CQC durante gravações para o quadro Proteste Já, que tem como foco denunciar irregularidades e cobrar medidas ao poder público:
Roberto Requião e o transporte escolarEm edição do Proteste Já de 6 de julho de 2009, Rafinha Bastos apresentou uma denúncia contra o Programa Transporte Escolar, do Governo do Paraná (na época, com Roberto Requião no poder). Na matéria, foi apresentado que não há ônibus escolares na zona rural de Barbosa Ferraz, e de que quando há algum ônibus, eles estão lotados.[95] Requião respondeu e chamou a reportagem de "canalhice" e "pilantragem", citando também o presidente da Band, Johnny Saad.[96] O governador também acusou o então deputado estadual Douglas Fabrício de pautar a reportagem, o que foi negado pelo próprio, em seguida.[97] Em 14 de junho, a Paraná Educativa apresentou em seus telejornais uma resposta, onde uma família entrevistada pelo CQC disse que foram combinados para falar mentiras. Em resposta, a Band respondeu que as alegações do governo do Paraná sobre o assunto foram registradas na matéria e cumprimentou a secretaria de Educação, "que prometeu entregar todos os ônibus até o dia 30 de setembro".[98] Caso do GPS em BarueriNa estreia da terceira temporada, que marcou a estreia de Danilo Gentili no quadro Proteste Já, junto com Rafinha Bastos. Nesta primeira matéria, era mostrada a doação de uma televisão LCD, equipada com um sistema GPS instalado posteriormente, que foi doada para uma escola de Barueri, na Grande São Paulo. Através do GPS, foi descoberto que a televisão havia sido desviada para a casa de um dos funcionários da escola. A matéria causou polêmica por ter sido previamente censurada, através de ação impetrada pelo prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PMDB), e aceita pela juíza Nilza Bueno da Silva, da Vara da Fazenda Pública de Barueri. A alegação era de que poderia haver sensacionalismo e por isto a prefeitura deveria ter conhecimento da mesma antecipadamente. O apresentador Marcelo Tas, durante o programa, afirmou que a atitude era considerada censura prévia, pois a matéria foi censurada sem ter sido assistida e, ao contrário do que foi alegado, foi dado o direito de resposta. A reportagem foi liberada e exibida na semana seguinte, no dia 22 de março de 2010. Um dia depois da estreia da temporada, Danilo Gentili foi à prefeitura de Barueri, onde entrevistou o prefeito Rubens Furlan. Ao ser perguntado sobre a censura da matéria, o político proferiu:
O prefeito recebeu a televisão e entregou um documento de confirmação para Gentili. A entrevista também foi exibida no dia 22 de março, após a exibição do quadro. O desembargador Marrey Uint, da 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, solicitou ao Ministério Público que investigasse possíveis crimes dos envolvidos no caso e divulgou a seguinte declaração, lida por Marcelo Tas durante o programa:
A exibição do quadro fez com que o programa batesse seu recorde no ano, com média de 5 pontos e picos de 9 pontos.[101] RestriçõesSob a alegação de que os integrantes do programa são muito duros com os políticos e também por problemas com relação aos comentários ditos pelos integrantes, foi noticiado que a direção da Rede Bandeirantes estaria censurando o programa, que deixou de ser ao vivo por um período. Danilo Gentili foi orientado a não comparecer ao movimento "#forasarney" que ocorreu em 1 de julho de 2009.[102] Outro motivo alegado pela imprensa para o programa começar a ser exibido gravado foi a ação judicial movida pela atriz pornográfica Pâmela Butt por ser chamada de prostituta por Marcelo Tas, em maio. Em resposta a Daniel Castro, da coluna Outro Canal, Tas afirmou que a motivação foi operacional.[103] Outros acontecimentos
NotasReferências
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