Daniel von dem blühenden TalDaniel von dem blühenden Tal (ou Daniel do Vale Florido) é o título de romance arturiano, composto por volta de 1220 pelo poeta alemão Der Stricker,[1] que reputava haver ouvido a história de um trovador francês. EnredoO rei Arthur recebe Daniel na Távola Redonda depois deste haver derrotado outros formidáveis cavaleiros, como Sir Percival e Sir Gawain. Antes disto, entretanto, um arauto com a forma de invencível gigante, montado num camelo, chega com uma mensagem de um potentado inimigo, o rei Matur. O arauto exige que Arthur preste imediatamente juramento de fidelidade a Matur, ao tempo em que informa que o seu país é protegido pelas ideias de um inventor que criara um palácio móvel, transportado nas costas de elefantes, por invencíveis gigantes (dos quais ele próprio era um), e um dragão mecânico capaz de emitir um grito tão alto que mesmo o mais forte guerreiro tinha que proteger os ouvidos, ficando assim vulneráveis. Por outro lado o arauto explana as belezas de seu reino: a terra é fértil, os vassalos são submissos, as mulheres dóceis. Isso tudo é mantido graças a um belo pássaro canoro chamado Babian, que foi treinado a pairar sobre ela, protegendo a terra do sol com a sua sombra. Arthur negocia algum tempo, enquanto reúne suas tropas, mas enquanto isto Daniel escapa para fora do castelo, pretendendo sozinho combater a Matur. Assim, experimenta uma série de aventuras que são meras embaraços até encontrar seu real objetivo: salva uma donzela do assédio e um anão malévolo, que a prendera numa rede mágica; supera uma horda de monstros barrigudos. Esses contratempos, porém, permitem-no conseguir uma espada mágica, que vem a ser crucial para sua vitória final contra Matur. Daniel é então feito senhor das terras de Matur, em vassalagem ao Rei Arthur, recebendo suas terras então o nome de Reino de Cluse. AnáliseEsta epopéia arturiana, bastante negligenciada, não se ajusta em nenhuma das categorias reconhecidas da literatura arturiana, formando então um estilo próprio; como tal, constitui um lugar ímpar, na literatura alemã. O espírito de heroísmo épico é dominante em Daniel, em contraste com os demais galantes romances arturianos: o prestígio de Daniel vem de suas habilidades guerreiras, em detrimento de seus ideais galantes, o foco pré-cortesão dá importância à relação de vassalo-monarca, que prevalece em toda a história, e Arthur toma parte das hostilidades, ao contrário da imagem de roi fainéant (rei folgazão) dos outros romances.[1] O romance Garel von dem blühenden Tal foi escrito como uma reação à história de Daniel, por Der Pleier. Este autor considerou a versão de Daniel muito brutal, e escreveu o seu romance de acordo com o espírito contemporâneo de atitudes cortesãs.[2] Enquanto Daniel perdia popularidade, Garel aumentou sua admiração, e bem mais tarde cenas desse outro romance são encontradas em afrescos, no século XV, no castelo de Runckelstein, perto de Bolzano, na Itália. Referências
Information related to Daniel von dem blühenden Tal |