Elétricos de CoimbraOs Elétricos de Coimbra foram um sistema de transporte público elétrico sobre carris, que circulou na cidade de Coimbra, em Portugal, entre 1911 e 1980. HistóriaAntecedentesO primeiro sistema de americanos em Coimbra data de 1874.[1] Em 30 de Agosto desse ano, foi noticiado que estavam a ser feitas várias experiências, que resultavam em constantes descarrilamentos, devido à má construção dos carros.[1] Além dos problemas com o material circulante, também a construção das vias foi muito difícil, e verificaram-se conflitos com vários indivíduos, que procuraram embargar as obras.[2] Em 15 de Setembro, foi inaugurada a primeira linha dos carros americanos em Coimbra, pela companhia Rail Road Conimbricense; este sistema foi encerrado em 5 de Abril de 1887.[3] Planeamento e inauguraçãoEm finais de 1901, foi proposta, à Câmara municipal de Coimbra, a implementação de um sistema de carros eléctricos, na altura denominados de tremvias eléctricos; a rede deveria unir as zonas alta e baixa da cidade, passando pelo Bairro de Santa Cruz, com ligações às povoações vizinhas.[4] No entanto, o concurso para a tracção eléctrica ficou deserto.[5] Assim, em 16 de Abril de 1903, já tinha sido aprovada pelo Ministro do Reino uma deliberação da Câmara Municipal de Coimbra, que autorizou o coronel Freire de Andrade a construir várias linhas urbanas e suburbanas na cidade; esta concessão, no prazo de 30 anos, era relativa à introdução de veículos a tracção animal, sistema que, além de se considerar já antiquado nessa altura, também se previa inadequado devido ao acentuado relevo da cidade, que aconselhava o uso de tracção eléctrica ou mecânica.[5] Este sistema entrou ao serviço em finais de 1903, estendendo-se a linha inicialmente desde o Largo de D. Carlos até à Estação velha de Coimbra.[6] Em 1 de Novembro de 1910, já se encontravam quase concluídas as obras para a instalação dos carros eléctricos.[7] O sistema de eléctricos, que usava a bitola métrica,[8] entrou ao serviço no dia 1 de Janeiro de 1911,[9] sendo a quarta localidade portuguesa a contar com este meio de transporte, a seguir ao Porto (1895), Lisboa (1901) e Sintra (1904). Mais tarde, em 19 de Outubro de 1914, Braga juntou-se ao grupo de cidades portuguesas com um sistema de eléctricos.[8] Na década de 1920, quando se procurou encontrar uma solução para a presença do Ramal da Lousã dentro da cidade, a Câmara Municipal propôs a substituição do troço do Ramal dentro da cidade, substituindo-o por uma carreira de eléctricos que uniria os dois terminais ferroviários.[10] Esta solução não foi adoptada, tendo-se em vez disso planeado a construção de um novo traçado a Norte da cidade, que entroncaria na Estação de Coimbra-B, projecto que seria cancelado devido à crise dos caminhos de ferro na Década de 1930.[10] Declínio e encerramentoDurante décadas, com mais ou menos linhas, o eléctrico foi um meio eficaz do cidadão se movimentar na sua cidade, e embora não houvesse nesse período uma consciência ambiental como existe nos moldes actuais, o que é um facto é que ele constituía um meio de transporte não poluente que permitia a Coimbra ter uma qualidade do ar que não tem paralelo nos dias de hoje.[carece de fontes] Ainda assim, era considerado nos finais da década de 1970 como antiquado, barulhento e desconfortável, e os políticos de então foram promovendo a sua rápida decadência com o encerramento das diferentes linhas.[carece de fontes] O último eléctrico circulou em Coimbra a 9 de Janeiro de 1980, já sob gestão dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (que também gere autocarros e tróleis).[8] Em 1982, Coimbra foi a primeira cidade a ter um museu dedicado aos elétricos, em Portugal e na Península Ibérica, que encerrou as portas para obras em 2000, mas que não tinha reaberto ao público em 2022,[11] ainda que pronto para ser reinaugurado (como Núcleo do Carro Eléctrico, na Rua da Alegria), «do ponto de vista técnico», já em 2011.[12] Em 2011 subsistiam três quilómetros de via ainda não desmantelada, mas em segmentos desligados entre si: no Penedo da Saudade, em Celas, e vários na Baixa. [12] Possível reintroduçãoEm outubro de 2014 a Câmara Municipal de Coimbra aprovou um projeto, ainda sem data de conclusão, que prevê restaurar os eléctricos para que possam voltar a circular nas ruas de Coimbra e prevê ainda a criação de uma linha turística entre a Rua da Alegria e a Rotunda das Lages, na margem esquerda do Mondego. Este projeto prevê a passagem dos eléctricos pela Ponte de Santa Clara.[carece de fontes]
Referências
Bibliografia
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