Epistemologia genética
A Epistemologia Genética (em grego clássico: ἐπιστήμη, transl. episteme: conhecimento, logos: estudo, Γένεσις,: origem) ou Concepção Piagetiana, é uma teoria do conhecimento, uma área das ciências humanas desenvolvida pelo biólogo suiço Jean Piaget, que busca o entendimento científico da perpetuação do conhecimento (possibilidades e limitações) como ele surge e como se desenvolve,[1] utilizando o Método Clínico.[2] É uma síntese das teorias do apriorismo e do empirismo, que busca explicar como o sujeito passa de um conhecimento simples para um mais complexo.[2] Esta diz que o conhecimento não é inerente ao próprio indivíduo, como postula o apriorismo, nem que o conhecimento provenha totalmente das observações do meio que o cerca, como postula o empirismo. A Epistemologia postula que a aquisição de conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do indivíduo como da interação do com seu meio (semelhante as proposições das neurociências),[2] ocorrendo através de 4 fases (sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto, operatório formal). Durante sessenta anos, Piaget buscou investigar o desenvolvimento do conhecimento e da inteligência humana e, as ciências do cérebro,[2] coordenando projetos de pesquisas, que deram base à compreensão contemporânea do desenvolvimento infantil. Piaget tem formação inicial em Biologia, por isso alguns conceitos desta disciplina influenciaram sua teoria e descobertas na área infantil. EtimologiaEpistemologia Genética, união dos vocábulos gregos, “episteme” significa conhecimento ou ciência, e “logos” significa estudo ou discurso e, "geno" significa hereditariedade ou fazer nascer, "tica" significa técnica.[1] Epistemologia, representa uma filosofia: reflexão geral em torno da natureza, etapas do conhecimento humano; teoria do conhecimento; estudo dos postulados, conclusões e, métodos das diferentes formas do saber científico, ou das teorias e práticas em geral.[3][1][4] Genética, de Gênese, conjunto dos fatos ou elementos que concorrem para a formação de alguma coisa.[5][5] Desta forma, "Epistemologia Genética" expressa a ideia de busca pelo entendimento de como surgiu o conhecimento e como ele se modifica com o tempo. Estrutura e aprendizagemA concepção piagetiana, diz que a aquisição de conhecimento ocorre através da relação entre o desenvolvimento cognitivo, a consolidação da estrutura neurológica de pensamento e, o desenvolvimento das características hereditárias (estudo Biologia e Conhecimento).[2] Demonstrando que existe uma relação entre a capacidade de aprender e o desenvolvimento do sistema nervoso. Da mesma forma a passagem entre estágios, depende da superação do anterior. Assim o desenvolvimento ocorre de forma que as aquisições de um período sejam integradas nos períodos posteriores. A teoria depende de 4 elementos:[1]
Estágios do desenvolvimentoO desenvolvimento do conhecimento ocorre em 4 fases:[1]
Sensório-MotorDe 0 a 2 anos: período mais elementar, em que a criança é introduzida no mundo e busca adquirir coordenação motora e entedimento sobre os objetos que a rodeiam.[1] As suas capacidades estão limitadas em: manusear pequenos objetos, alimentação, e a os poucos locomover-se, inicialmente em pequenas distâncias, no fim do período consegue atingir distâncias um pouco mais extensas.[1]
Pré-OperatórioDe 2 à 7 anos: A criança adquire a habilidade verbal e simbólica, inicia o reconhecimento e nomeação dos objetos e raciocinar intuitivamente, mas ainda não consegue realizar operações lógicas:[1]
Operatório ConcretoDe 7 à 11 anos: Nesse período a criança começa a formar conceitos, como os de número e classes.[1]
Operatório FormalDe 11 aos 14 anos: O adolescente inicia o raciocinio lógico com enunciados verbais (hipóteses).[1]
Ver tambémReferências
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