Ermelindo Ávila
Ermelindo dos Santos Machado Ávila (Lajes do Pico, 18 de setembro de 1915 — Lajes do Pico, 25 de maio de 2018) foi um jornalista, publicista e historiógrafo, autor de uma extensa e diversificada obra literária, com grande participação cívica na ilha do Pico, Açores.[1] BiografiaErmelindo Ávila nasceu na vila das Lajes do Pico (Açores), filho de Elvira Ermelinda dos Santos Madruga e de Francisco Machado Ávila. Destinada a uma eventual carreira eclesiástica, em 1927 matriculou-se no Seminário Episcopal de Angra, em Angra do Heroísmo, estabelecimento de ensino que frequentou até 1932, abandonando os estudos religiosos depois de concluído o 1º ano de Filosofia daquele Seminário. Regressado às Lajes do Pico, empregou-se em 1938 como ajundante do Cartório Notarial e dos serviços de Registos e do Notariado. Em 1940 foi nomeado Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal, ascendendo em 1941 a Presidente da Câmara do mesmo concelho, sendo exonerado dessas funções razões de orientação política. Transitou em 1954 para os serviços administrativos da Câmara Municipal da Lajes do Pico, onde desenvolveu a sua carreira profissional até ser nomeado em 1963 chefe da secretaria da Câmara Municipal da Madalena. Regressou à Câmara Municipal das Lajes do Pico, como chefe de secretaria, em 1967, permanecendo nessas funções até se aposentar como assessor autárquico em 1984.[1] Paralelamente à sua carreira como funcionário administrativo, dedicou-se ao jornalismo, iniciando a sua actividade jornalística em 1932 no semanário católico O Dever, de que seria editor entre 1938 e 1954. Ao longo de quase um século exerceu uma constante presença na imprensa escrita e depois na rádio regional e local. A sua principal obra jornalística está no semanário O Dever, jornal fundado e dirigido pelo distinto jornalista padre Xavier Madruga, onde após cessar a sua actividade directiva manteve durante décadas uma crónica semanal. Nessas crónicas aborda as problemáticas da sua terra, recorrendo a dados históricos que ajudam, não só a conhecer a história local, como também a entender a evolução dos acontecimentos em análise. Para além de O Dever tem colaboração dispersa por múltiplos órgãos da comunicação social escrita e falada dos Açores, já que durante muitos anos foi cronista dos jornais Correio da Horta, A União (de Angra do Heroísmo), O Telégrafo (da Horta), Correio dos Açores (de Ponta Delgada), Açores (de Ponta Delgada) e da revista Açorianíssima (também de Ponta Delgada). Também deixou extensa colaboração no Diário dos Açores (de Ponta Delgada), no Jornal do Pico e no portal Diaspora.com. Ao longo quase um século, foi correspondente no Pico do jornal O Século e Diário de Notícias (de Lisboa). Na vertente radiofónica, foi colaborador regular do Rádio Clube de Angra e dos programas Canal-Pico e Manhãs de Sábado do Emissor Regional dos Açores (depois RDP-Açores), para além de colaboração esporádica em algumas rádios locais. Para além das crónicas sobre assuntos da actualidade, dedicou-se à historiografia local, tendo monografias e trabalhos dispersos por várias publicações nas áreas da história, etnografia e cultura. Nessa actividade centrou-se em figuras e factos da vida picoense e açoriana. Para além dos seus escritos, proferiu diversas conferências, nos Açores e junto das comunidades emigrantes radicadas no Canadá e Estados Unidos da América, focando assuntos de natureza histórica sobre a ilha do Pico. Participou como orador em múltiplos congressos, seminários e celebrações várias. Foi sócio fundador da Sociedade de Língua Portuguesa e do Núcleo Cultural da Horta e membro de vários institutos e sociedades culturais açorianas, entre as quais a Sociedade Histórica da Independência de Portugal, o Instituto Cultural de Ponta Delgada, a Sociedade Afonso de Chaves, o Instituto Histórico da Ilha Terceira e o Instituto Açoriano de Cultura. Para além de ter participado em muitas outras colectividades cívicas, desportivas e culturais, foi irmão da Santa Casa da Misericórdia das Lajes do Pico, da qual foi provedor e a quem coube dirigir a construção do respectivo hospital (hoje o Centro de Saúde das Lajes do Pico). Quando se aposentou, em 1984, foi agraciado pelo Município das Lajes do Pico com a medalha de prata do concelho, pelos serviços prestados durante 46 anos. Nas comemorações do V Centenário do Concelho das Lajes do Pico, foi-lhe entregue a chave número um do Município. Para além disso, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Mérito a 9 de junho de 1995[2] e recebeu a Insígnia Autonómica de Reconhecimento. Foi pai do jornalista açoriano José Gabriel Ávila. Notas
Obras publicadasPara além de uma vasta obra dispersa por periódicos açorianos, com destaque para os da ilha do Pico e de Angra do Heroísmo, é autor das seguintes obras:
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