Eustácio de Tessalônica
Eustácio ou Eustáquio de Tessalônica (português brasileiro) ou Tessalónica (português europeu) (em grego: Εὐστάθιος Θεσσαλονίκης; c. 1115 – 1195/6) foi um bispo e acadêmico grego bizantino. Celebrizou-se por seu relato contemporâneo do saque de Tessalônica pelos normandos, ocorrido em 1185, por suas orações e comentários sobre Homero, que incorporaram diversas análises feitas por estudiosos que o precederam. BiografiaApós se tornar um monge no mosteiro de São Floro, Eustácio foi apontado para o cargo de superintendente de petições (epi ton deeseon), professor de retórica (μαΐστωρ ῥητόρων), e foi ordenado diácono em Constantinopla, capital do Império Bizantino. Relatos sobre sua vida e obra constam das orações fúnebres de Eutímio e Miguel Coniates (conhecidos por manuscritos existentes na Biblioteca Bodleiana, da Universidade de Oxford). Nicetas Coniates (viii. 238, x.334) o louvou como o homem mais sábio de seu tempo, uma avaliação que é difícil de ser contestada. Eustácio escreveu comentários sobre a obra de diversos poetas da Grécia Antiga, tratados teológicos, cartas, e um importante relato sobre o saque de Tessalônica realizado pelo rei normando da Sicília, Guilherme II, em 1185. De suas obras, seus comentários sobre Homero são os mais citados; demonstram que o autor tinha um extenso conhecimento da literatura grega, desde seus inícios mais remotos. Outras obras apresentam um caráter impressionante e grande força oratória, o que lhe rendeu a estima dos Comnenos, dinastia de imperadores. Politicamente, foi aliado do imperador Manuel I. Um pensador original, Eustácio por vezes louvou valores seculares, como as proezas militares, condenou a escravidão, e professava o conceito do progresso histórico da civilização, desde um estado mais primitivo até outro mais avançado. ObrasEntre suas obras mais importantes estão:
Embora seja provável que Eustácio tenha citado estes autores indiretamente, ele parece ser especialmente familiarizado com as obras dos maiores críticos da Antiguidade, como Aristarco da Samotrácia, Zenódoto, Aristófanes de Bizâncio, e outros. Também era um leitor ávido do Dipnosofistas de Ateneu. Alguns dos comentários etimológicos e gramaticais dos antecessores alexandrinos de Eustácio estão repletos de erros; e os próprios comentários de Eustácio são esparsos, e muitas vezes interrompidos por digressões. A primeira edição impressa, de Majorano, foi publicada em Roma entre 1542 e 1550 (4 volumes, folio); uma reimpressão pouco precisa foi publicada posteriormente na Basileia, em 1559-60. A edição de A. Potito (Florença, 1730, 3 volumes, folio), contém apenas os comentários sobre os primeiros cinco livros da Ilíada, com uma tradução latina. Uma reimpressão toleravelmente correta da edição romana foi publicada em Lípsia, cuja primeira parte continha os comentários da Odisseia (2 volumes, quarto), 1825-1826, e a segunda continha os comentários da Ilíada (3 volumes, quarto), editados por G. J. G. Stallbaum para a Patrologia Grega, 1827-1829. Estes, por sua vez, foram suplantados pela edição de M. van der Valk a partir de 1971. Trechos dos comentários são citados em muitas edições dos poemas homéricos.
Notas
Bibliografia
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