Favela do MoinhoA Favela do Moinho é uma favela localizada no bairro de Campos Elíseos, distrito de Santa Cecília, região central de São Paulo,[1][2] sob o Viaduto Engenheiro Orlando Murgel.[3] Apresenta aproximadamente 375 domicílios que ocupam uma área de 26.633,60 metros quadrados segundo a plataforma Habita Sampa.[3] HistóriaA favela, localizada na região central da cidade de São Paulo, é um símbolo da resistência urbana e das contradições sociais que caracterizam as grandes metrópoles brasileiras.[4] Surgida no final da década de 1980 e início dos anos 1990, a comunidade ocupa um terreno que abrigava um antigo moinho industrial, localizado próximo à Estação Júlio Prestes e à linha férrea da CPTM.[5] O moinho processava farinha e fabricava ração, e foi desativado na década de 1980. A proximidade com o centro, onde há maior oferta de empregos e serviços, atraiu famílias de baixa renda que, ao longo dos anos, transformaram o espaço em sua moradia, mesmo sem apoio do poder público ou planejamento urbano.[6] Diferentemente de outras comunidades periféricas de São Paulo, a Favela do Moinho está inserida em uma área central, cercada por infraestrutura urbana e edifícios históricos. Essa localização estratégica é um fator de constante conflito, pois o terreno desperta o interesse do mercado imobiliário, que vê no espaço uma oportunidade para empreendimentos comerciais e habitacionais de alto padrão.[7] A favela enfrenta décadas de negligência do poder público, com infraestrutura precária, ausência de saneamento básico adequado, fornecimento irregular de água, falta de pavimentação e serviços essenciais como coleta de lixo.[8][9] AtualidadeAlém das dificuldades cotidianas, os moradores convivem com o risco constante de tragédias. A comunidade já foi palco de dois grandes incêndios, em 2011 e 2012, que deixaram centenas de desabrigados e resultaram em mortes.[10] Essas tragédias evidenciam a vulnerabilidade da comunidade e a ausência de políticas públicas eficazes para prevenir desastres em áreas de habitação precária.[11] A falta de fiscalização, as condições das moradias e a negligência histórica com os moradores aumentam a probabilidade de novos incidentes, tornando urgente a adoção de medidas preventivas.[12] Há um projeto da Prefeitura para transformação do ambiente, tranferindo seus moradores para conjuntos habitacionais. [13] Além disso, o projeto contempla a instalação de uma atração turística ferroviária, conhecida como "Trem do Moinho", e o remanejamento da linha 8-Diamante da CPTM, que será desativada em um trecho específico para dar lugar a um espaço cultural.[14] E com a vitória de Ricardo Nunes se tornou alvo do projeto de gentrificação do Centro da cidade.[15] A PM afirma em declarações que a comunidade serve de base narcotraficantes abastecerem a Cracolândia de drogas.[16] Foram realizadas nos últimos anos operações do COE e da Tropa de Choque.[17] A realidade também é marcada por vulnerabilidade social. A favela é frequentemente vista como um "problema urbano" por parte da sociedade e do poder público, o que reforça pressões por despejos e remoções. Contudo, especialistas em urbanismo defendem que a solução para os problemas da favela não está na remoção de seus moradores, mas na implementação de políticas de regularização fundiária e urbanização.[18][19][20][21][22][23]
Referências
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