Fazenda Capoava Nota: Não confundir com Fazenda Capuava.
A Fazenda Capoava é uma localidade rural na cidade de Itu cujas origens remontam ao período do ciclo do açúcar no Brasil e que atualmente se insere no circuito de hotéis fazenda do interior do estado de São Paulo.[1] A arquitetura bandeirista e decoração rústica aplicada à sede remete ao período da construção, por volta de 1750.[2] HistóriaOs primórdios da Fazenda Capoava remontam ao século XVIII, em torno de 1750, como sesmaria doada Coroa Portuguesa para o desenvolvimento do oeste paulista. Era conhecida anteriormente como as terras do Sítio Tanque ou O Tanque, dos descendentes de Felippe de Banderborg e cujas terras passariam depois a formar o sítio de Leonor Garcia de Vasconcellos Noronha, deixado por herança em 1870, com a denominação de Capoava[3][4]. Em 1881, a Fazenda Capoava foi vendida para Virgílio Augusto de Araújo e João Guilherme da Costa Aguiar, formou-se a Sociedade Araújo & Aguiar, e mudou sua denominação para Fazenda Japão[5]. O nome foi dado pois à época, ficava longe de tudo. Esta época coincide com a transição do trabalho escravo para a mão de obra dos colonos vindos da Itália[6][7]. A produção de café continuou até 1942, quando então começaram a criar gado para corte e leite. No ano 2000, no entanto, uma parte da área da Fazenda Japão foi vendida e transformada em hotel, retomando assim a sua denominação original do século XVIII, Capoava.[1][7] A fazenda é de propriedade de Neca Setubal.[8][4] Conjunto ArquitetônicoO conjunto arquitetônico envolve a casa sede, feita de taipa, à base de argila, comum no período colonial. O casarão possui planta semelhante às casas de tradição bandeirista de Itu, com a parte central ocupada pela sala maior e pela varanda, com uma capela à direita[9]. Suas paredes são grossas, em torno de setenta centímetros de espessura.[10] Junto ao casarão estão as senzalas dos escravos domésticos, aqueles que executavam as atividades dentro da casa (cozinhar, lavar, servir) e conviviam com os senhores do engenho no século XVIII. Separado da casa-sede, um pouco distante, estão outras construções cujos tijolos já pertendem a outro período. Eram as moradias/habitações ocupadas pelos colonos italianos que chegaram ao Brasil a partir de 1890 para trabalhar na fazenda. Além destas edificações, tem também o moinho de café, incluindo a roda d´água que antes gerava a energia para a usina de açúcar[11]. Existe também a trilha Vala dos Escravos, um passeio, canal aberto através de rochas e terrenos, até o curso d'água artificial, construído pelos escravos para o funcionamento de uma máquina de café[12][9]. Turismo RuralA Fazenda Capoava, ao oferecer o turismo rural, pretendia não somente dar ao hóspede uma estadia rústica mas também permitir que ele retornasse ao passado. A construção de 1750 virou a recepção, com sala de jogos e restaurante que preparam comida típica caipira[7]. Alguns chalés foram construídos onde antes era a antiga senzala doméstica, o que dificulta preservar a memória do que era escravidão, e outros quartos foram instalados onde outrora eram habitados pelos colonos[7][13]. Dentro do casarão, estão quatro chalés onde suas paredes foram preservadas com janelas e tetos originais[6]. Os hóspedes também podem fazer passeios com cavalo manga-larga, além de caminhadas, passeios de caiaque no lago e para as crianças, tem o teatro dos bichos, que ensina as crianças a cuidar dos animais[14]. Espaço MemóriaFoi criado um Espaço Memória dentro da fazenda, recontando sua história. Na exposição encontra-se[15]:
O Centro Cultural também expõe a tulha, local onde o café era beneficiado[7]. Referências
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