Grande Prêmio da Espanha de 1991
Resultados do Grande Prêmio da Espanha de Fórmula 1 realizado em Barcelona em 29 de setembro de 1991. Décima quarta etapa do campeonato, foi vencido pelo britânico Nigel Mansell, da Williams-Renault, com Alain Prost em segundo pela Ferrari e Riccardo Patrese em terceiro com a Williams-Renault.[2][3][4] ResumoNovo circuito na Espanha"O circuito é bonito, muito bem feito e seguro. O traçado é parecido com o do Estoril, mas vai ser mais fácil de ultrapassar porque tem uma curva mais fechada no fim da reta, com uma freada bem forte",[5] disse o tricampeão Nelson Piquet ao avaliar o Circuito da Catalunha. na cidade Montmeló, a 20 km de Barcelona. Construída a partir de fevereiro de 1989, a nova pista ficou pronta dias antes da trigésima segunda edição do Grande Prêmio da Espanha,[6][nota 1] que em 1990 foi palco do brutal acidente de Martin Donnelly, que bateu na curva Ferrari a 250 km/h, estraçalhou sua Lotus e cujo corpo ficou inerte no asfalto de Jerez.[7][8] Mesmo sofrendo traumatismo craniano, múltiplas fraturas, lesões no pescoço e nos pulmões, o piloto britânico sobreviveu,[9] tornando a estreia do novo circuito espanhol no calendário da Fórmula 1, algo oportuno, um símbolo de eficiência e modernidade a dez meses das Olimpíadas de 1992. Fora da pista, algumas mudanças ocorreram: Johnny Herbert tinha um compromisso na Fórmula 3000 Japonesa e foi substituído por Michael Bartels na Lotus, embora este não tenha se classificado para a corrida. Dispensado pela Fondmetal em favor de Gabriele Tarquini, o francês Olivier Grouillard assumiu o lugar do italiano na AGS. Já o português Pedro Chaves, cansado de sofrer com o péssimo Coloni C4 (não avançou em nenhuma das treze sessões de pré-classificação disputadas), encerrou a carreira; e como não pôde convocar um substituto em tempo hábil, sua equipe não saiu da garagem.[6] Por fim, a demissão de Roberto Moreno pela Jordan resultou na estreia de Alessandro Zanardi, futuro bicampeão da Championship Auto Racing Teams e multicampeão paraolímpico de ciclismo.[10][11][12][13][nota 2] Retrospecto de JerezSede do Grande Prêmio da Espanha desde o retorno do pais ao calendário da Fórmula 1, o Circuito de Jerez foi palco do ríspido e emocionante duelo entre a Williams de Nigel Mansell e a Lotus de Ayrton Senna em 1986, num duelo vencido pelo brasileiro por quatorze milésimos de segundo.[14] Nos anos seguintes, Senna teve lampejos de competitividade, colhendo apenas resultados discretos. Vitorioso em 1989, ele mal podia andar devido às dores que sentia após a corrida.[15][16][17] Em 1990, Ayrton Senna liderou as primeiras vinte e seis voltas da etapa espanhola e poderia ser campeão caso terminasse em terceiro e Alain Prost não pontuasse, mas o francês da Ferrari venceu a corrida e viu seu rival ficar pelo caminho.[18] Somente brasileiros largaram na pole position em Jerez: quatro vezes com Ayrton Senna e uma com Nelson Piquet. No quesito vitórias, Ayrton Senna e Alain Prost têm duas cada e Nigel Mansell, uma.[19] Gerhard Berger em primeiroMais rápido no treino de reconhecimento de quinta-feira, Nigel Mansell ficou seis décimos adiante de Ayrton Senna e este superou a Benetton do "calouro" Michael Schumacher por dezoito milésimos num dia onde sobressaiu-se o quarto lugar de Martin Brundle com a Brabham. Finda a sessão, foi possível colher algumas impressões acerca da nova pista, elogiada por Mansell no quesito segurança, embora o britânico tenha ressalvado o grau de exigência da mesma e o quanto isso deve exigir dos freios. Senna ressaltou a qualidade do asfalto, mas quanto a pontos de ultrapassagem, há divergências: na visão de Gerhard Berger e Riccardo Patrese, poucos são os locais adequados para isso, contudo o italiano Stefano Modena, da Tyrrell, definiu a largura da pista como adequada às ultrapassagens, enquanto Piquet ressaltou a grande extensão da reta.[20][21] Discreto no dia anterior, Gerhard Berger soube contornar a pouca aderência do asfalto e executou uma volta rápida sem sobressaltos em sua terceira ida à pista, garantindo o melhor tempo no treino oficial de sexta-feira, dois décimos mais veloz em relação a Mansell. Por um erro da McLaren na escolha de pneus, Senna (usando o carro reserva) não foi além da terceira marca, deixando para trás a Williams de Patrese, repetindo na segunda fila a ordem imposta por suas equipes na primeira. A seguir veio Michael Schumacher, cuja Benetton suplantou os carros da Ferrari pilotados por Jean Alesi e Alain Prost, cabendo a Stefano Modena o oitavo lugar com sua Tyrrell. No sábado, o melhor tempo foi de Ayrton Senna, mas nada mudou em relação à titularidade das primeiras posições, exceto pelo arranque de Ivan Capelli, da Leyton House, que subiu para o oitavo posto.[22][6] Quando o treino terminou, Gerhard Berger celebrou sua primeira pole desde o Grande Prêmio do México de 1990.[23][24] Enquanto os motores roncavam na cidade de Montmeló, um outro embate desenhava-se a quilômetros dali, quando o advogado britânico Max Mosley registrou sua candidatura à presidência da Federação Internacional de Automobilismo Esportivo (FISA) contra Jean-Marie Balestre, presidente da entidade desde 1978.[25][26] Olhos nos olhos a 300 km/hNa largada, o austríaco Gerhard Berger da McLaren larga bem e mantém a 1ª posição, com seu companheiro de equipe que também largou muito bem, o brasileiro Ayrton Senna pulando da 3ª para a 2ª ganhando a posição do inglês Nigel Mansell da Williams; no final da reta dos boxes, Berger faz a curva com Senna logo atrás e Mansell em 3º. Na estratégia da equipe McLaren, era fundamental que Berger pulasse na frente e vencesse a prova, e que Mansell termine em 2º e com Senna em 3º ou 4º lugar para que o brasileiro comemorasse o campeonato com duas provas de antecedência porque a diferença diminuiria de 22 ou 21 pontos respectivamente. Com Berger abrindo vantagem sobre os dois pilotos que disputam o campeonato, logo no início da 4ª volta na disputa da 2ª posição, Mansell com o carro mais adaptado ao circuito consegue pegar bem o vácuo da traseira do carro de Senna e vai ultrapassá-lo na reta dos boxes. Os dois estão lado a lado nela ("a cena é inesquecível"). O piloto inglês da Williams pisa tudo no acelerador do seu carro para ganhar a posição enquanto que o brasileiro da McLaren tenta fazer o máximo possível para não perdê-la. Com a preferência da curva, Mansell consegue superar Senna que na curva seguinte tenta dar o troco, mas não conseguindo o feito. Com a pista secando, Mansell e Senna vão para os boxes para a troca de pneus. Com o trabalho mais rápido da McLaren, o brasileiro volta ao circuito na frente do inglês. Na troca de pneus do italiano Riccardo Patrese da Williams, o piloto brasileiro da McLaren vai para a liderança com o seu companheiro de equipe logo atrás. Pela estratégia da equipe, Berger ultrapassa Senna no final da reta dos boxes. Então, o austríaco ia novamente para a liderança e abrindo de Senna que ficava na defensiva tentando segurar o ímpeto de Mansell que precisava vencer na pista espanhola para adiar a festa antecipada do atual campeão. Quando ia abrir a 13ª volta, Senna perde o controle do seu carro rodando no início da reta dos boxes. O líder do campeonato consegue retornar ao circuito em 6º. Sem o brasileiro na sua frente, o piloto da Williams alcança e ultrapassa Berger no miolo da pista e assume a ponta para não perdê-la. O austríaco da McLaren abandonaria a corrida na 33ª volta com problemas elétricos em seu carro impossibilitando de ajudar o seu companheiro de equipe. Senna chegou a ocupar a 3ª posição por quatro voltas seguidas, mas após aquela rodada, seu carro não tinha o mesmo rendimento como no início da prova e ele acabou perdendo as posições para Patrese e voltas mais tarde para Alesi. Com a vitória, o piloto inglês da Williams abaixava para 16 pontos enquanto que o brasileiro da McLaren terminou se arrastando num 5º lugar. Não era agora que o título seria conquistado. Classificação da corridaPré-classificação
Treinos
Corrida
Tabela do campeonato após a corrida
Notas
Referências
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