Ian Stevenson
Ian Pretyman Stevenson (Montreal, 31 de Outubro de 1918 — Charlottesville, 8 de Fevereiro de 2007), M.D., foi um cientista e professor de psiquiatria da Universidade da Virginia; um dos mais importantes pesquisadores na temática das experiências espirituais.[1][2] A sua pesquisa incluía principalmente o tema da reencarnação, a problemática do relacionamento entre mente e cérebro e a continuidade da personalidade após a morte. O astrofísico e divulgador da Ciência Carl Sagan supostamente expressou que o trabalho deste psiquiatra era um dos poucos estudos sobre um fenômeno paranormal que merecia ser analisado,[3] mas é possível que a sua opinião tenha sido distorcida.[4] BiografiaIan Stevenson cresceu em Ottawa, onde seu pai era o correspondente canadense para o New York Times. Sua mãe, por sua vez, fez com que Stevenson se interessasse por Teosofia. Estudou na Universidade de St. Andrews, na Escócia, e na Universidade McGill, em Montreal, onde graduou-se em 1942 e especializou-se em 1943, sendo o primeiro de sua classe.[5] Nos anos de 1950, inspirado por um encontro com Aldous Huxley, tornou-se um pioneiro no estudo médico sobre os efeitos do LSD.[6] Em 1957 Stevenson foi nomeado chefe do Departamento de Psiquiatria e Ciências Neurocomportamentais da Universidade da Virgínia. A sua principal pesquisa incluía doenças psicossomáticas, compêndios sobre pacientes entrevistados e exames psiquiátricos.[7] Em 1958 e 1959, Stevenson escreveu ativamente na conceituada revista Haper, incluindo temas como doenças psicossomáticas e percepção extra-sensorial, e em 1958, foi o vencedor em uma competição de ensaios sobre fenômenos paranormais e vida após a morte promovida pela organização parapsicológica American Society for Psychical Research, em homenagem a um dos pioneiros da área, William James (1842-1910). A partir daí Stevenson se aprofundou muito mais nos fenômenos paranormais, se tornando o fundador da moderna pesquisa científica a respeito da reencarnação e ficando famoso por recolher e analisar meticulosamente casos de crianças as quais pareciam lembrar de vidas passadas sem o auxílio da hipnose. Após a publicação de seu primeiro ensaio sobre reencarnação em 1966, o inventor da fotocopiadora, Chester Carlson, custeou as suas primeiras visitas de campo à Índia e ao Sri Lanka. Quando Carlson faleceu (1968), legou um milhão de dólares para manter uma cadeira na Universidade da Virgínia, e mais um milhão de dólares para o próprio Stevenson, com o intuito de que a pesquisa sobre a reencarnação não parasse. O trabalho de pesquisa sobre reencarnação realizado pelo psiquiatra também recebeu significativo apoio financeiro de Eileen J. Garrett (1893-1970), um dos fundadores da Parapsychological Fundation.[6] [8] Setor de estudos da personalidadeEm 1967, Stevenson foi escolhido como Diretor do Setor de Estudos da Personalidade (posteriormente recebendo o nome de "Setor de Estudos da Percepção"), que funciona ainda hoje com objetivo de realizar investigação de fenômenos paranormais através de métodos científicos.[9] Stevenson continuou a administrar pesquisa de campo adicional sobre reencarnação na África, Alasca, Colúmbia Britânica, Birmânia, Índia, América do Sul, Líbano, Turquia e muitas outras localidades. As crianças estudadas normalmente se lembravam de suas experiências passadas entre os dois e os seus quatro anos de idade, mas pareciam esquecê-las por volta dos sete ou oito anos. Em seus relatos, mencionavam frequentemente terem morrido de forma violenta e, além disso, as lembranças de como haviam morrido eram aparentemente claras.[6] Stevenson também reuniu testemunhos, assim como registros médicos contendo informação a respeito de sinais de nascença, defeitos de nascimento e outras evidências físicas de reencarnação.[10] Stevenson publicou apenas para as comunidades científica e acadêmica, e seus mais de 200 artigos e vários livros - trazendo ricos detalhes de pesquisa e argumentos acadêmicos - podem ser técnicos demais para um público leigo. Sua pesquisa, com mais de 3.000 estudos de casos, fornece evidências discutidas por Stevenson, apoiando a possibilidade de reencarnação, apesar de ele mesmo ter sido sempre muito cauteloso ao se referir a elas como "casos sugestivos de reencarnação" ou "casos do tipo de reencarnações".[5][11] Alguns de sua área questionaram a metodologia e a objetividade de Stevenson em tecer conclusões a partir de suas pesquisas.[12][13] O próprio Stevenson reconheceu uma limitação em seu argumento sobre reencarnação, a qual Tom Shroder, editor do Washington Post, chamou de "erro fatal": a ausência de qualquer evidência de um processo físico, pelo qual uma personalidade poderia sobreviver à morte e se transferir para outro corpo. AposentadoriaStevenson aposentou-se em 2002, deixando o seu trabalho para sucessores, dirigidos pelo Dr. Bruce Greyson. Dr. Jim Tucker, um psiquiatra infantil, continua com trabalho de Ian Stevenson com crianças, concentrando-se em casos norte-americanos.[5] Stevenson casou-se com Margaret Pertzoff em 1985. A sua ex-mulher, Octavia Reynolds, morreu em 1983. Stevenson morreu de pneumonia na comunidade para aposentados de Blue Ridge em Charlottesville, na Virginia.[5] PublicaçõesLivros
Artigos selecionados
Notas
Livros e artigos sobre Ian Stevenson
Ver tambémLigações externas
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