Jorge Cruz
Jorge Cruz (Praia da Barra, Gafanha da Nazaré) é um músico, cantor, produtor e compositor. Fundou o grupo Diabo na Cruz[1] e é autor de canções de artistas como Amor Electro, Ana Bacalhau, Cristina Branco, Raquel Tavares e Ana Moura, cujo single "Dia de Folga" lhe valeu um Globo de Ouro na categoria de Melhor Música. BiografiaEm 1995 fundou os Superego, um power-trio de Aveiro que conta na sua discografia com Quem Concebeu o Mundo Não Lia Romances (1998) e A Lenda da Irresponsabilidade do Poeta (2000), disco que apresentou um manifesto que fazia a apologia da música portuguesa cantada em português. A banda terminou em 2001, após um concerto no Noites Ritual Rock (Porto), onde se metamorfoseou na Fanfarra, um colectivo focado na música tradicional portuguesa e na sua fusão com o rock. Diabo na CruzEm 2008, Jorge Cruz formou em Oeiras um power-trio com Bernardo Barata (baixo) e João Pinheiro (bateria), a que se juntou B Fachada (viola braguesa) e João Gil (teclados). No ano seguinte, lançaram o EP Dona Ligeirinha e o álbum de estreia Virou!, que foi considerado um marco na música nacional pela forma como integrou sonoridades da música tradicional e do rock contemporâneo. Inspirado pelo Tropicalismo, pela relação que a música brasileira tem com o seu próprio passado, pelo legado da música portuguesa (José Afonso, Fausto, Sérgio Godinho, Vitorino, Banda do Casaco, entre outros) e pela música anglo-saxónica, Jorge Cruz pôs instrumentos eléctricos a evocar melodias resgatadas da memória da tradição oral, convidando a música moderna portuguesa a encontrar-se com a sua raiz.[2]O Jorge acabou por retirar-se da banda em 2019 por motivos de saúde[3], no mesmo ano em que a banda foi obrigada a extinguir-se.[1] Diabo na Cruz destacou-se desde o início pelos concertos capazes de conquistar o mais variado público, desde as festas de aldeia aos grandes festivais e salas urbanas.[4] Com três anos na estrada e centenas de concertos, a banda sofreu uma reformulação. B Fachada abandonou o grupo uma semana antes da gravação do segundo disco, Roque Popular (2012), e entraram os novos elementos Manuel Pinheiro (percussões, electrónica) e Sérgio Pires (viola braguesa). Com o álbum Diabo na Cruz (2014), o grupo continuou a trabalhar com a memória colectiva da musicalidade portuguesa com um apetite mais omnívoro, mais pop e mais experimentalista. O disco levou a banda a percorrer Portugal de Norte a Sul ao longo de cerca de 50 concertos. No final de 2015, essa vida de estrada sagrou-os vencedores na categoria de "Melhor Actuação ao Vivo" nos Portugal Festival Awards. [5] Discos a soloJorge Cruz apresentou-se pela primeira vez a solo com O Pequeno Aquiles, alter-ego com o qual editou em 1999 um disco acústico de 300 exemplares.[6][7] Em nome próprio editou Sede (2004), Poeira (2007) e Barra 90 (2011), álbum onde recupera e regrava canções originalmente compostas entre 1993 e 1999. Barra 90 conta com convidados como B Fachada (que co-produziu e tocou no disco), Márcia, Tiago Guillul, membros d'Os Pontos Negros e de Diabo na Cruz. [8] Compositor e letristaJorge Cruz escreveu letras para os Amor Electro ("Rosa Sangue", "Só é Fogo se Queimar", "Amanhecer" e "No Esplendor do Vendaval") e para o projecto Movimento. [9] 2015 foi o ano de "Dia de Folga", canção interpretada por Ana Moura com letra e música de Jorge Cruz[10]. O single ultrapassou a marca dos 9 milhões de visualizações no YouTube e venceu um Globo de Ouro na categoria de Melhor Música.[11] Em 2016, assina canções com letra e música da sua autoria em discos de Raquel Tavares ("Meu Amor de Longe"[12], o primeiro single de Raquel) e Cristina Branco[13] ("Boatos", o segundo single de Menina). Para Ana Bacalhau compôs o seu segundo single a solo[14], "Leve Como Uma Pena", editado em 2017. Em 2018 escreve novamente uma canção para Cristina Branco, "Aula de Natação".[15] A sua canção Bomba-Canção, é uma das 150 canções, que constam na antologia, As Palavras das Canções, organizada por João Calixto, editada com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores. [16] Produções e colaboraçõesAlém de produzir os seus discos a solo e de Diabo na Cruz, Jorge Cruz foi co-produtor de Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco (2009) d'Os Golpes, do álbum homónimo de João Só e Abandonados, editado em 2009, e de O Pulsar da Matilha (2012) dos NOME. Co-produziu Nº1 Sessão de Cezimbra (2008) de João Coração, o primeiro disco homónimo de B Fachada (2009) e Pequeno-Almoço Continental (2010) d'Os Pontos Negros. Participou em discos dos More República Masónica, Fadomorse, João Coração, Samuel Úria, Tiago Guillul, João Só e Abandonados e em Xungaria no Céu, álbum colectivo da editora FlorCaveira. No tema-título do segundo álbum de Superego partilhou o microfone com Manel Cruz (Ornatos Violeta). Na discografia de Diabo na Cruz angariou participações de duas das suas maiores referências musicais: Sérgio Godinho e Vitorino Salomé. [8] Vida pessoalEm 2021, o músico confessou que desde 2019 que sofre de tinnitus severo, que terá tido origem num trauma acústico[17], tendo o músico afirmado que a origem do acufeno não estará associado à exposição a música alta, mas numa situação em que uma criança lhe gritou num dos ouvidos com um tubo.[18] Esta situação de saúde levou Jorge Cruz ao afastamento dos palcos.[19] Em abril de 2023, o músico voltou finalmente a dar espetáculos, tendo adotado uma nova abordagem diferente à execução do mesmos.[20] DiscografiaEntre a sua discografia encontram-se: [21] A solo
Superego
Diabo na Cruz
Referências
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