José Maria Whitaker
José Maria Whitaker (São Paulo, 20 de maio de 1878 — São Paulo, 19 de novembro de 1970) foi um advogado, banqueiro e servidor público brasileiro. Ocupou os cargos de ministro da Fazenda de 1930 e 1931 e em 1951, presidente do Banco do Brasil entre 1920 e 1922 e governador de São Paulo durante alguns dias.[5][6] Foi o fundador do Banco Comercial do Estado de São Paulo.[5] Família e educaçãoNascido na capital paulista em 1878, Whitaker era filho do comerciante descendente de irlandeses[8] Firmino Antônio da Silva Whitaker e de Guilhermina Flora dos Anjos.[6][2] Tinha seis irmãos, incluindo Firmino Whitaker, que integrou o Supremo Tribunal Federal de 1927 a 1934.[2] Em 1897, casou-se com Amélia Peres, com quem teve 14 filhos.[2] Eles completaram bodas de ouro em 1947, com a comemoração sendo realizada juntamente com o casamento de uma de suas netas.[9] Em 1895, Whitaker graduou-se em Ciências Sociais pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. No ano seguinte, graduou-se em Ciências Jurídicas pela mesma instituição. Mais tarde, publicou três livros sobre economia e finanças. Além de simpático ao republicanismo e ao liberalismo econômico, Whitaker era católico, e incluiu sua visão religiosa em suas publicações.[6] Escreveu ainda uma autobiografia, O milagre de minha vida, que foi publicada postumamente em 1978.[2] CarreiraComo empresárioApós a formatura, Whitaker se mudou para a cidade de Espírito Santo do Pinhal, no interior paulista.[6] Lá, exerceu a advocacia até 1903, ano em que fundou a Whitaker Bonfim & Cia, destinada à comercialização do café.[10] Inicialmente, atuou como comissário e em seguida como exportador deste produto em Santos.[6] Em 1910, foi escolhido presidente da Associação Comercial de Santos.[10] Em 1912, Whitaker fundou o Banco Comercial do Estado de São Paulo, em decorrência da dificuldade que encontrou junto aos bancos nacionais para obter financiamento empresarial.[6] Fundou, em sociedade, duas companhias de seguros em 1918 e em 1920.[6][2] Uma delas, a Companhia Americana de Seguros, foi vendida para um grupo inglês.[2] Whitaker focou em seus negócios enquanto esteve afastado das funções públicas. Em 1972, o Banco Comercial fundiu-se com outras instituições financeiras para dar início a um novo grupo, o Banco União Comercial, que também comandava uma refinaria de petróleo. Em 1974, o banco foi incorporado pelo Banco Itaú Sociedade Anônima.[2] Funções públicasWhitaker foi nomeado presidente do Banco do Brasil por Epitácio Pessoa, presidente da República.[4][6] No exercício do cargo, entre 1920 e 1922, criou a Câmara de Compensação de Cheques, a Carteira de Redesconto e a Carteira de Crédito Agrícola, bem como reformou os estatutos da instituição.[5][2] Ao término do mandato, os recursos movimentados pelo Banco do Brasil quintuplicaram, aumentando sua influência no sistema financeiro brasileiro.[2] Em 1926, Whitaker foi convidado pelo novo presidente da República, Washington Luís, a reassumir o comando do Banco do Brasil, mas recusou a oferta em virtude das divergências econômicas que mantinham. Com a Revolução de 1930, ocupou durante alguns dias a chefia do governo civil do estado de São Paulo.[2] Na época, era ligado ao Partido Democrático.[7] Deixou a função para assumir o Ministério da Fazenda, após ser nomeado pelo presidente Getúlio Vargas.[2] No primeiro período em que esteve à frente do Ministério da Economia, Whitaker socorreu o setor cafeeiro com a compra de dezoito milhões de sacas do produto. A medida ampliou o déficit do Tesouro, forçando a emissão de moeda, além de levar ao aumento dos impostos sobre o café e a proibição de seu plantio por cinco anos.[2] Deixou o posto em novembro de 1931.[1] Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, Whitaker participou como arrecadador da Campanha do Ouro, empreendida para financiar os revoltosos paulistas.[6][11] O movimento foi derrotado e, embora não tenha sido vítima da repressão do governo Vargas a seus integrantes, conforme ocorrido com outros líderes da Revolução Constitucional, afastou-se da vida pública nas próximas décadas.[2] Em 1955, Whitaker reassumiu o Ministério da Fazenda no governo de Café Filho, após ser indicado pelo governador Jânio Quadros. Nesta gestão, buscou reduzir os gastos públicos, de modo a equilibrar o orçamento, e empreendeu uma reforma cambial.[2] Whitaker renunciou em outubro do mesmo ano,[1] diante da decisão do presidente de submeter ao Congresso a reforma cambial de seu ministro.[2] DistinçõesEm 1968, Whitaker foi agraciado com a Grã Cruz da Ordem do Rio Branco pelo chanceler Magalhães Pinto. Foi intitulado Cidadão Benemérito de São Paulo, pela Assembleia Legislativa de São Paulo, em seu nonagésimo aniversário.[12] Na Zona Sul de São Paulo, uma escola estadual foi nomeada em sua homenagem.[13] Notas
Referências
Ligações externas
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