Jovem Guarda (programa de televisão)
Jovem Guarda foi um programa de televisão musical produzido entre 22 de agosto de 1965 e o início de 1968 pela TV Record e TV Rio, nas tardes de domingo, então componentes da Rede das Emissoras Unidas, e foi apresentado pelos cantores Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.[1] O programa geralmente é apontado, além da influência dos Beatles, como origem da grande popularidade no Brasil (entre 1965-1968) de um movimento musical e cultural inicialmente chamado de "Iê-iê-iê" e depois também de "Jovem Guarda".[2] HistóriaEm 1965, por um desentendimento entre a TV Record e as entidades responsáveis pelos campeonatos de futebol em São Paulo, a emissora foi proibida de transmitir as partidas.[3] O futebol, narrado por Raul Tabajara, era a grande atração das tardes de domingo. A justificativa oficial foi de que os clubes paulistas reclamavam de ver o estádio esvaziado em seus jogos por conta da transmissão pela TV. De acordo com o livro "Record - 50 Anos", lançado pela própria emissora em 2003, teria sido uma situação específica que acabou culminando na decisão. Conforme consta: "A Record dominava aquele horário graças às transmissões ao vivo de futebol narradas por Raul Tabajara, o mais popular locutor esportivo da TV paulista da época. Porém, em 1965, durante o intervalo de um jogo no Pacaembu, a câmera passeava pelas dependências do estádio quando filmou, na tribuna de honra, um poderoso diretor da Federação Paulista de Futebol acompanhado de sua amante." "Irritado com o flagrante, aquele dirigente proibiu as transmissões de jogos ao vivo pela TV, sob a alegação de que prejudicavam a bilheteria".[4] Os produtores chamaram Roberto Carlos, um ídolo em ascensão, que indicou Erasmo Carlos e Wanderléa para ajudá-lo na tarefa[5] e, então, passaram a ocupar um papel de destaque à frente do programa Jovem Guarda, que fez sua estreia em 22 de agosto de 1965, às 16h. Os nomes de Celly Campello,[5] conhecida pela música "Estúpido Cupido", e Ronnie Cord chegaram a ser especulados antes, mas as negociações não foram em frente.[4] As gravações aconteciam no Teatro Record, na rua da Consolação, em São Paulo e era transmitido ao vivo. Ao longo de uma hora, o trio cantava seus sucessos e recebia convidados.[6] O alcance do programa era impressionante para a época: conseguia ter uma audiência de 3 milhões de telespectadores em São Paulo, e era transmitido em videotape em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife – provocando assim um fenômeno de massa invejável.[7] Roberto Carlos teria algumas regalias em relação aos seus colegas. O rei teria solicitado um salário de 5 milhões de cruzeiros. O valor acabou ficando um pouco abaixo disso, mas, além do cachê fixo, ele recebia 20% das bilheterias (o programa cobrava ingresso da plateia), tinha suas viagens pagas pela Record e participação nos lucros das vendas de VTs do Jovem Guarda a outras emissoras que não o exibissem ao vivo. Erasmo e Wanderléa, indicados por ele, não recebiam um valor fixo mensal, mas sim cachês por programa, assim como a maioria dos convidados.[4] Mesmo com os passados atrelados, a Record fez um acordo com Roberto Carlos no início dos anos 2000 se comprometendo a não tocar nenhuma música dele, após ameaça de processo.[8] Trechos do programa Jovem Guarda também não poderiam ser exibidos sem prévia autorização do rei.[4] Em 17 de janeiro de 1968, Roberto deixa o programa.[9] Em sua despedida, disse:
Com o fim do programa na TV Record, em 1968, os integrantes da Jovem Guarda tomaram rumos distintos.[6] Referências
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