Marsden Hartley
Marsden Hartley (4 de janeiro de 1877 - 2 de setembro de 1943) foi um pintor modernista, poeta e ensaísta estadunidense do início do século XX. Infância e educaçãoHartley nasceu na cidade de Lewiston, no estado norte-americano do Maine.[1] onde seus pais ingleses se estabeleceram. Ele era o mais novo de nove filhos.[2] Sua mãe morreu quando tinha oito anos, e seu pai se casou novamente quatro anos depois com Martha Marsden.[3] Seu nome de nascimento era Edmund Hartley; Ele mais tarde assumiu Marsden como seu primeiro nome quando estava no começo dos seus 20 anos.[2] Poucos anos depois da morte de sua mãe, quando Hartley tinha 14, sua família mudou-se para Ohio, deixando-o para trás em Maine para trabalhar em uma fábrica de calçados por um ano.[4] Essas ocorrências sombrias levaram Hartley a recordar sua infância em New England como um tempo de solidão dolorosa. Tanto que, em uma carta a seu amigo Alfred Stieglitz, uma vez descreveu o sotaque do distrito como "uma triste lembrança [que] adentrou em minha própria carne como facas afiadas".[5] Depois de se juntar à sua família em Cleveland, Ohio, em 1892, Hartley começou seu treinamento artístico na Cleveland School of Art, onde contou com uma bolsa de estudos.[1][6] Em 1898, aos 22 anos, Hartley mudou-se para a cidade de Nova York para estudar pintura na New York School of Art sob a tutela de William Merritt Chase e depois participou da National Academy of Design. Hartley foi um grande admirador de Albert Pinkham Ryder e visitou seu estúdio em Greenwich Village com a maior freqüência possível. Sua amizade com Ryder, além dos escritos de Walt Whitman e dos transcendentalistas americanos Henry David Thoreau e Ralph Waldo Emerson, inspirou Hartley a ver a arte como uma missão espiritual.[1] Amadurecimento e apresentações em Nova YorkEm 1908, Hartley mudou-se para uma fazenda abandonada perto de Lovell, no Maine. Ele considerou as pinturas que produziu lá suas primeiras obras verdadeiramente maduras, e também impressionaram o fotógrafo de Nova York e promotor de arte Alfred Stieglitz. Hartley teve sua primeira exposição individual no 291 de Stieglitz em 1909 e exibiu seu trabalho lá novamente em 1912. Stieglitz também forneceu a introdução de Hartley a pintores modernistas europeus, dos quais Cézanne, Picasso e Matisse se mostrariam o mais influentes.[1] Hartley na EuropaHartley viajou pela primeira vez à Europa em abril de 1912 e se familiarizou com o círculo de escritores e artistas vanguardistas de Gertrude Stein em Paris.[1] Stein, juntamente com os norte-americanos Hart Crane e Sherwood Anderson, poeta e escritor, respectivamente, encorajou Hartley a escrever e a pintar.[2] Em 1913, Hartley mudou-se para Berlim, onde continuou a pintar e fazer amizade com os pintores Wassily Kandinsky e Franz Marc.[1] Ele também passou a colecionar e admirar obras da arte popular bávara.[7] Seu trabalho durante esse período foi uma combinação de abstração e expressionismo alemão, alimentado por sua marca pessoal de misticismo.[1] Muitas das pinturas feitas por Hartley em Berlim foram inspiradas pelo desfile militar alemão, embora sua visão desse assunto tenha mudado após o início da Primeira Guerra Mundial, uma vez que a guerra não era mais uma "realidade romântica, mas real".[7] As primeiras de suas pinturas feitas em Berlim foram mostradas no Armory Show de 1913, em Nova York.[3] Em Berlim, Hartley desenvolveu um relacionamento próximo com um tenente prussiano, Karl von Freyburg, que era o primo de um amigo de Hartley, Arnold Ronnebeck. As referências a Freyburg foram um tema recorrente no trabalho de Hartley,[7] mais notavelmente em Portrait of a German Officer (1914).[8] A morte subsequente de Freyburg durante a Guerra atingiu duramente Hartley, que, depois, passou a idealizar sua relação com o militar.[7] Muitos estudiosos interpretaram seu trabalho em relação a Freyburg como incorporando sentimentos homossexuais por ele.[3] "O pintor do Maine"Hartley chegou a voltar para os EUA no início de 1916. No entanto, ele morou na Europa novamente de 1921 a 1930, quando ele voltou para sua terra-natal definitivamente.[1] O artista pintou em todo o país: nos estados do Massachusetts, Novo México, Califórnia e Nova York. Ele retornou ao Maine em 1937, depois de declarar que queria se tornar "o pintor do Maine" e fazer retratos sobre a vida americana em âmbito local.[9] Isso alinhou Hartley com o movimento do regionalismo, um grupo de artistas ativos do início ao meio do século XX que tentaram representar uma "arte americana" distintamente. Ele continuou a pintar em Maine, principalmente cenas ao redor de Lovell e da costa da Coréia, até sua morte em Ellsworth em 1943. Suas cinzas foram espalhadas no rio Androscoggin.[2] Galeria
Referências
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