Marta Kubišová
Marta Kubišová (České Budějovice, Protetorado da Boémia e Morávia, 1 de novembro de 1942) é uma cantora checa, muito conhecida por ter integrado a banda Golden Kids e pela sua canção "Modlitba pro Martu" (Uma oração para Marta), considerada como um dos símbolos da Primavera de Praga de 1968 e da resistência nacional contra a ocupação das tropas do Pacto de Varsóvia nesse mesmo ano.[1] Em 1967, ganhou uma votação nacional dos mais prestigiados prémios nacionais de música, o prémio Zlatý slavík, tendo vencido novamente em 1969 e 1970. Devido ao seu apoio às reformas conhecidas como Primavera de Praga, foi acusada falsamente pelo governo checoslovaco, em 1970, de fazer fotos pornográficas, levando à proibição de se apresentar no país até 1989.[2] Foi signatária da proclamação da Carta 77.[3] BiografiaNascida a 1 de novembro de 1942 em České Budějovice, o pai de Kubišová era cardiologista e sua mãe dona de casa, que mais tarde vendia discos na rua Celetná, em Praga. Em 1952, a família mudou-se para Poděbrady. Querendo ir para a faculdade depois de acabar o ensino secundário, começou a trabalhar na vidraria de Poděbrady.[4] Começou a sua carreira com um grupo de dança formada por músicos da Podebrady Spa Promenade Orchestra que se apresentava em Nymburk aos finais da tarde, e em 1961, Kubišová chegou à final do concurso Hledáme nové Talenty (À procura de talento). Em 1962, perdeu o emprego na fábrica de vidro e fez um teste para o Stop Theatre em Pardubice. Em 1963, mudou-se para o Teatro Alpha em Plzeň para atuar em Black Dream, uma produção de Ludvík Aškenazy.[5] Kubišová começou a colaborar com Václav Neckář e Helena Vondráčková em dezembro de 1965, quando se preparava para as apresentações de Waiting for Fame, com os quais viria a formar o grupo Golden Kids, formado a 1 de novembro de 1968. Em 1968, a canção "Modlitba pro Martu", com letra de Petr Rada, tornou-se um símbolo da resistência nacional contra a ocupação das tropas do Pacto de Varsóvia em 1968. Em 1969, ganhou o seu segundo Zlatý slavík e casou-se com o diretor de cinema Jan Němec. Um ano depois, conquistou o Zlatý slavík pela terceira vez, mas teve que receber o prémio em sigilo da redação da revista Mladý svět devido ao início da normalização. A última apresentação dos Golden Kids aconteceu a 27 de janeiro de 1970 em Ostrava.[2] Em fevereiro de 1970, o governo checoslovaco proibiu de se apresentar no país sob pretexto de suposta pornografia, com base nas três fotomontagens falsificadas como prova. Kubišová levou o diretor da gravadora Supraphon a tribunal por difamação e, embora tenha vencido, só teve os seus direitos totalmente restaurados 20 anos depois, após a queda do regime comunista da Checoslováquia em 1989.[6] Durante esse tempo, só podia apresentar-se em eventos clandestinos apenas para convidados. No final dos anos 1980, fez um teste para se tornar a cantora do grupo The Plastic People of the Universe, mas isso foi desautorizada pela polícia secreta.[7] Em 1971, sofreu um aborto espontâneo no oitavo mês de gravidez e sobreviveu à morte clínica. Casou-se com o diretor Jan Moravec depois de se divorciar do seu ex-marido Jan Nemec, que emigrara para os Estados Unidos. Depois de assinar a Carta 77, a sua perseguição e monitorização por parte da polícia secreta aumentaram.[8] Entre 1977 a 1978 participou como porta-voz da Carta 77.[9] A 1 de junho de 1979, ela deu à luz sua filha Kateřina. A 10 de dezembro de 1988, após uma longa ausência dos olhos do público, apareceu numa manifestação no 40º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, durante a qual ela cantou o hino nacional da Checoslováquia. A 22 de novembro de 1989, durante a Revolução de Veludo, Kubišová cantou "Modlitba pro Martu" e o hino nacional da Checoslováquia de uma varanda na Praça de Venceslau. Seguiu-se a reedição de Songy a Balady e, em 1990, voltou aos palcos. A 2 de Junho de 1990 apresentou o famoso espectáculo Marta v Lucerně, pelo qual havia sido premiada com o Zlatý slavík em 1970. A música foi interpretada pelo grupo Energit e dirigida por Lubos Andršt, com quem saiu em digressão para apresentar 60 espetáculos pela Checoslováquia, Japão, Paris e Berlim.[10] Em 1993, juntou-se a Vondráčková e Neckář num regresso dos Golden Kids. A 28 de outubro de 1995, recebeu a Medalha de Mérito das mãos do presidente Václav Havel, tendo a sua biografia lançada por Adam Georgiev, Chytat slunce. A 7 de março de 1998, Kubišová recebeu a Medalha Honorária de T.G. Masaryk numa cerimónia no salão de baile do Castelo de Praga.[11] Em outubro de 2002, foi agraciada com as honras de São Venceslau. Três anos depois, foi publicada a sua segunda biografia, Asi to tak sám Bůh chtěl, escrito por Luboš Nečas.[12] Em 2011, a peça de Małgorzata Sikorska-Miszczuk baseada na vida de Kubišová foi encenada no Festival Internacional de Teatro DEMOLUDY em Olsztyn, na Polónia, recebendo a Legião de Honra francesa, no ano seguinte.[13] A 1 de janeiro de 2018, Kubišová recebeu um prémio estadual da Ordem da Cruz Dupla Branca (segunda classe) do presidente da Eslováquia, Andrej Kiska.[14] Em 2022, foi inscrita no Passeio da Fama da Český rozhlas.[15] Prémios e honras
DiscografiaCom os Golden Kids
A Solo
Ligações externasReferências
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