Nicholas Bacon
Sir Nicholas Bacon (Chislehurst, 28 de dezembro de 1510 — Gorhambury, 20 de fevereiro de 1579) foi um político inglês durante o reinado da rainha Isabel I da Inglaterra, notável como Lorde Guardião do Grande Selo. Foi pai do filósofo e estadista Francis Bacon. BiografiaEle nasceu em Chislehurst, Kent, o segundo filho de Robert Bacon (1479-1548) de Drinkstone, Suffolk, e de sua esposa Eleanor (Isabel) Cage. Graduou-se no Corpus Christi College, Cambridge em 1527,[1] e, depois de um período em Paris, ingressou na Gray's Inn (uma das quatro associações profissionais de advogados e juízes de Londres), tornou-se barrister em 1533. Após o dissolução dos monastérios, Henrique VIII deu-lhe uma subvenção das casas de Redgrave, Botesdale, Gislingham,[2] e Gorhambury. Gorhambury pertencia a abadia de St Albans e situava-se perto do local onde existiu a cidade romana de Verulâmio (atual St Albans). De 1563 até 1568, Bacon construiu uma casa nova, Old Gorhambury House (agora em ruínas), que mais tarde se tornou a casa de Francis Bacon, seu filho mais novo.[3] Em 1545 se tornou membro do Parlamento, representando Dartmouth. No ano seguinte, foi nomeado procurador do Court of Wards and Liveries, um cargo de prestígio e lucrativo, e em 1552 foi promovido a tesoureiro do Gray's Inn. Por ser protestante, Bacon perdeu prestígio durante o reinado de Maria I. Contudo, quando sua irmã mais nova, Isabel, subiu ao trono da Inglaterra em 1558, Bacon foi nomeado Lorde Guardião do Grande Selo, em grande parte devido à influência de seu cunhado William Cecil. Pouco tempo depois, Bacon recebeu o título de Cavaleiro Celibatário.[3] Bacon ajudou a garantir a posição de Arcebispo da Cantuária para seu amigo Matthew Parker, e devido a sua competência legal presidiu a Câmara dos Lordes quando Isabel abriu seu primeiro parlamento. Apesar de ser um inimigo implacável de Maria da Escócia, ele se opôs à política de Cecil de declarar guerra contra a França, por motivos financeiros; porém, favoreceu as relações com os protestantes estrangeiros, e tinha consciência de que a aliança entre França e Escócia constituía uma ameaça para a Inglaterra. Em 1559, foi autorizado a exercer a jurisdição plena de Lord Chancellor. Em 1564, perdeu temporariamente a confiança real e foi demitido da corte, isto porque Isabel suspeitou que Bacon estivesse interessado em publicar o panfleto A declaração de sucessão da Coroa Imperial da Inglaterra, escrito por John Hales, e que favorecia a reivindicação de Catarina Grey (irmã de Joana Grey) ao trono inglês.[3] A inocência de Bacon na questão foi comprovada, e seus favores reais restaurados. Respondeu por escrito a Anthony Browne, que havia afirmado novamente os direitos da casa de Suffolk a qual Catarina pertencia. Desconfiava totalmente de Maria da Escócia; opôs-se à proposta de Thomas Howard, 4.º Duque de Norfolk para se casar com ela; e advertiu Isabel para as consequências graves que sua restauração traria para a Inglaterra. Parece não ter gostado da união proposta entre a rainha inglesa e Francisco, Duque de Anjou, e sua desconfiança dos católicos romanos e dos franceses aumentou após o massacre da noite de São Bartolomeu. Assim como um leal clérigo inglês, Bacon se interessava constantemente por assuntos eclesiásticos, e apresentou sugestões para a melhor observância da doutrina e da disciplina na Igreja.[3] Morte e legadoBacon morreu em Gorhambury e foi sepultado na antiga catedral de São Paulo, e recebeu muitas homenagens à sua memória. Seu túmulo e monumento foram destruídos no Grande incêndio de Londres de 1666. Um monumento moderno na cripta lista sua sepultura como uma das mais importantes que se perderam.[3] Foi um orador eloquente, um advogado erudito, um amigo generoso; e seu interesse pela educação levou-o a fazer várias doações e legados para fins educacionais, incluindo a fundação de uma escola pública de ensino secundário em Redgrave, Suffolk.[3] FamíliaBacon casou pela primeira vez com Jane Ferneley (morta em 1552), cuja irmã, Anne Ferneley (morta em 1596) foi casada com Thomas Gresham.[4] Com Jane Ferneley Bacon teve seis filhos sobreviventes, três filhos e três filhas:[4]
Em 1553 Nicholas Bacon se casou pela segunda vez com Anne Cooke (1528–1610), filha de Anthony Cooke, com quem teve dois filhos, Anthony (1558–1601) e Francis Bacon (1561–1626), que se tornou Lord Chancellor e foi também filósofo, escritor e cientista. Notas
Referências
Ligações externas
Information related to Nicholas Bacon |