O Salvador da Pátria
O Salvador da Pátria é uma telenovela brasileira que foi produzida e exibida pela TV Globo em 9 de janeiro até 12 de agosto de 1989 em 186 capítulos.[2][3] Substituindo Vale Tudo e sendo substituída por Tieta, foi a 40.ª "novela das oito" a ser transmitida pela emissora. Teve a autoria de Lauro César Muniz,[2] com colaboração de Alcides Nogueira e Ana Maria Moretzsohn, tem direção de Gonzaga Blota, José Carlos Pieri, Denise Saraceni e Paulo Ubiratan, este também o diretor geral. A produção executiva é de Maria Alice Miranda, sob a supervisão de Daniel Filho.[4] Conta com as atuações de Lima Duarte, Maitê Proença, José Wilker, Betty Faria, Francisco Cuoco, Susana Vieira e Lúcia Veríssimo.[2] SinopseO deputado federal conservador Severo Toledo Blanco, o homem mais poderoso da região de Ouro Verde, escolhe o ingênuo, simplório e analfabeto boia-fria Salvador da Silva, o Sassá Mutema, para casar-se com sua amante Marlene, tentando desviar as atenções de seu adultério. O fato chega até Juca Pirama, um radialista inescrupuloso que explora demagogicamente o episódio em seu programa de rádio. Logo, um duplo homicídio vitima Marlene e Juca Pirama e tem em Sassá Mutema o principal suspeito – o suposto marido traído que lavou a honra com sangue. O matuto boia-fria chega a ser preso, porém, sua inocência é provada com o apoio popular e da bela professora Clotilde, sensibilizada com sua situação. Descobre-se que o moralista Juca Pirama era na realidade corrupto e estava ligado ao narcotráfico. Sassá ganha popularidade e passa a ser alvo das atenções dos políticos locais, que querem manipulá-lo, transformando-o em prefeito da pequena cidade de Tangará. Apoiado por pessoas influentes, Sassá chega ao poder, mas rebela-se e conquista posição política própria, sonhando com a carreira em Brasília. Em sua trajetória, conta com a amizade de Clotilde, por quem se apaixona e com quem acaba vivendo um romance. Enquanto isso, segue uma intriga policial e política envolvendo o deputado Severo Blanco, por meio de Gilda, sua personalística esposa, que tudo faz para manter o casamento fracassado; Marina Sintra, uma rica fazendeira, sua opositora política; e Bárbara Souza Telles, neta do maior banqueiro da região, com quem o deputado mantem um romance secreto e que, ao final, descobre-se, comanda a organização ligada ao narcotráfico. Há também a trama do piloto João Matos, que, envolvido pelo irmão Juca Pirama, é injustamente acusado de tráfico de drogas. Na verdade, ele foi usado como bode expiatório. Para fugir da polícia, João assume outra identidade: Miro Ferraz. Com o casamento com Ângela em crise, ele acaba por viver um romance com Marina Sintra, enquanto luta para provar sua inocência e desbancar a organização criminosa da qual foi vítima. Elenco
Participações especiais
ProduçãoPara construir parte da trama de O Salvador da Pátria, Lauro César Muniz, partindo de sugestão de Daniel Filho, produtor da TV Globo, baseou-se em O Crime do Zé Bigorna, história sua feita para a emissora exibir na faixa de casos especiais em 1974 e que originou o filme homônimo de 1977 dirigido por Anselmo Duarte. O personagem Zé Bigorna gerou Sassá Mutema, protagonista da telenovela; ambos foram interpretados por Lima Duarte.[2][1] A proposta inicial da sinopse era apresentar Sassá, um boia-fria analfabeto, ocupando a presidência do Brasil. No entanto, a Globo, pressionada por grupos políticos em meio à eleição para presidente em 1989, primeira após duas décadas sob ditadura militar, ordenou através de sua cúpula que a história fosse modificada, com o personagem alcançando a vice-presidência e, depois uma prefeitura. Os campos ideológicos dos dois principais candidatos enxergavam a novela como uma forma de promover um pelo outro — a direita, ligada a Fernando Collor de Mello, acreditava que o protagonista favorecia Luiz Inácio Lula da Silva, de esquerda, enquanto esta o considerava um estereótipo do presidenciável. Assim, Muniz redirecionou a abordagem do folhetim do tema político ao policial, envolvendo uma organização do narcotráfico que ao final seria denunciada por Sassá.[2][1][5] Chegando à reta final da novela, Muniz afastou-se de seus trabalhos por problemas de saúde, encarregando o colaborador Alcides Nogueira, com auxílio de Carlos Lombardi e Ana Maria Moretzsohn, de escrever os últimos capítulos da trama. O desfecho foi deixado para ser definido pelo autor.[2][1] Exibição e distribuiçãoReprisesFoi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo de 27 de abril a 28 de agosto de 1998 em 87 capítulos, sucedendo Felicidade e antecedendo Quatro por Quatro.[2] Foi reexibida na íntegra pelo Viva de 12 de abril a 12 de novembro de 2021, sucedendo Sassaricando e antecedendo Amor com Amor Se Paga nas faixas das 14h15 e da 0h30.[6][2] Vinheta de aberturaA abertura de O Salvador da Pátria, desenvolvida pela equipe de Hans Donner, foi idealizada a partir de cinco quadros que retratavam a evolução política de Sassá Mutema. Para isso, foram pintados painéis realistas nos estúdios e projetados elementos de cena sobre eles. Com a música Amarra o Teu Arado a Uma Estrela, de Gilberto Gil, o ator Breno Moroni, caracterizado como Sassá Mutema, caminhava pelos quadros, simulando passar por todas as fases da vida do personagem. Outras mídiasEm 6 de dezembro de 2021 O Salvador da Pátria foi lançada no serviço de streaming Globoplay.[7] MúsicaNacional
José Wilker
InternacionalPrimeira trilha sonora de novelas da TV Globo lançada em CD pela Som Livre, O Salvador da Pátria Internacional teve 1.463.543 cópias vendidas, sendo a segunda mais adquirida atrás de O Rei do Gado - Volume 1.[2]
Maitê Proença
RecepçãoAudiênciaO Salvador da Pátria obteve média geral de 62 pontos de audiência em sua exibição original segundo o IBOPE, ocupando a terceira colocação entre as novelas mais assistidas da história da televisão brasileira atrás de Tieta (65 pontos) e Roque Santeiro (74).[8]
Na reprise transmitida pelo Viva em 2021, a trama tornou-se uma das mais vistas do canal, alavancando os índices tanto da faixa vespertina (14h15) como da madrugada (0h30), sendo líder em audiência na TV paga em ambos os períodos.[9][10] PrêmioPela interpretação como Sassá Mutema, Lima Duarte recebeu o Troféu Imprensa de melhor ator de 1989, dividindo-o com José Mayer.[11] Referências
Ligações externas
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