Oposição Síria
A Oposição Síria (em árabe: المعارضة السورية, Al-Mu'aradah Al-Suriyah) é o termo genérico dado aos grupos e indivíduos que buscam de alguma forma mudar o regime baathista da Síria. O termo "oposição" (em árabe "mu'araDah") é usado normalmente para descrever os atores políticos tradicionais, ou seja, a pessoa com um histórico de dissidência, não o utilizando assim para nomear todos aqueles que lutam contra o regime da família Assad no território sírio. No começo de 2011, a oposição, que até então ou era silenciada ou representada por pequenos grupos autorizados pelo regime, organizou-se em comitês regionais pelo país. A maior parte da oposição tem origem nativa e vem de áreas rurais sunitas de classe baixa.[3] Porém seu nascimento pode ser traçado as classes médias trabalhadoras, aos jovens e a grupos étnicos com pouca participação política permitida pelo Estado.[4] Os grupos de oposição começaram a sua auto-proclamada revolução em março de 2011, quando tomaram as ruas dos principais centros urbanos para protestar por mais democracia e pelo fim do regime de Bashar al-Assad. Os primeiros movimentos contra o governo teriam caráter pacífico e buscavam uma transição moderada de poder. Contudo, com a repressão, soldados desertores e civis armados iniciaram uma insurreição armada contra o regime. A partir de julho do mesmo ano, combates violentos já eram reportados em várias cidades pela Síria, dando início a uma "guerra civil" propriamente dita. O principal grupo armado no começo do conflito a se opor ao governo central foi o "Exército Livre da Síria", encabeçado por ex oficiais do regime que mudaram de lado.[5] Na deflagração da Guerra Civil Síria, diversos grupos e facções rebeldes da oposição se uniram para formar o Conselho Nacional Sírio (CNS),[6] que recebeu vasto apoio internacional, na forma de dinheiro e armas. Nações islâmicas e ocidentais abertamente começaram a apoiar politicamente as organizações que lutavam contra o regime Assad.[7][8][9][10] Um novo grupo, dessa vez mais amplo, foi formado logo depois: a Coalizão Nacional Síria da Oposição e das Forças Revolucionárias. Estas organizações foram criadas para tentar legitimar e trazer uma voz única a todo o movimento antiAssad.[11] A oposição síria se inspirava em outros movimentos que buscavam mudanças políticas na região, no contexto da Primavera Árabe. Com o decorrer dos anos, a oposição, contudo, começou a se descentralizar. A constante guerra de atrito contra o regime e disputas internas por poder dentro da própria oposição fez com que estes enfraquecessem sua posição. Se aproveitando disso, organizações extremistas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), outrora amigos dos rebeldes, passaram a combater tanto o governo quanto a oposição, com seu objetivo maior de conquistar o poder hegemônico na região. O conflito na Síria passou então de uma simples luta por poder para uma guerra de cunho sectário e religioso, ceifando a vida de mais de 400 mil pessoas.[12] Em setembro de 2013, segundo um estudo feito pela Jane's Information Group, foi estimado que havia cerca de 100 mil pessoas em armas lutando contra o regime Assad, fragmentados em cerca de mil grupos. Destes, cerca de 10 000 seriam extremistas ligados a movimentos radicais como a al-Qaeda. No decorrer dos anos, suas fileiras teriam sido engrossadas por pelo menos 16 000 guerrilheiros estrangeiros.[13] Também foi estimado que, entre 30 000 e 35 000 dos militantes que lutavam pela oposição seriam fundamentalistas não ligados às facções mais extremistas, focando exclusivamente na Síria (sem um propósito regional como o EIIL), e não em um projeto pan-islâmico mais amplo. Outros 30 000 seriam qualificados como militantes islâmicos moderados e apenas uma minoria dos rebeldes teria uma agenda secular.[14] No final de 2024, vários grupos de oposição sírios lançaram ofensivas simultâneas que levaram à queda do regime de Assad e ao estabelecimento de um governo de transição.[15][16][17] Em 10 de dezembro, Mohammed al-Bashir, anteriormente chefe do Governo de Salvação Sírio, tornou-se primeiro-ministro do governo de transição sírio.[18][19] Grupos oficiais da oposição síria
Territórios controlados e organizações governativas
Ver também
Notas
Referências
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