Oxicodona
Oxicodona é um fármaco opioide analgésico potente, análogo semissintético da morfina, derivado da tebaína. É um agonista puro, com afinidade forte pelos receptores opioides mu.[1] Sua potência é duas vezes superior à da morfina.[1] É um medicamento indicado no tratamento da dor de intensidade moderada a intensa, quando outros medicamentos analgésicos não se mostrarem suficientes.[2][3] A oxicodona pode ser associado a analgésicos não opioides ou outras medicações adjuvantes, e é amplamente usada no tratamento da dor oncológica.[4] Foi sintetizada em 1916 na Alemanha por Martin Freund e Edmund Speyer e introduzida no mercado farmacêutico com a marca Eukodal® e Dinarkon®.[3] Seu nome químico é derivado da codeína, pois as suas estructuras químicas são bastante semelhantes. Em Portugal, encontra-se listado na Tabela I-A, restrito e sujeito a receita médica especial. No Brasil, é uma medição controlada com receita branca em duas vias obrigatória (uma para o paciente, outra para retenção pela farmácia)[5]. Mecanismo de açãoAge por agonismo opioide. Atua nos receptores opioides tipo µ, kappa e delta, com efeito analgésico, ansiolítico e sedativo.[6] Metaboliza-se em noroxicodona, oximorfona, noroximorfona e seus glucorunídeos. Efeitos adversosOs efeitos adversos mais comuns são: obstipação (ou constipação) intestinal; náuseas; sonolência; vertigem; vómitos; prurido; dor de cabeça; secura na boca; suor excessivo; cansaço ocorre em aproximadamente 5% dos pacientes que utilizam o medicamento.[2] Algumas reações graves podem ocorrer como a apneia, depressão respiratória e circulatória, pressão baixa e choque.[2] DependênciaComo toda a medicação opióide, a oxicodona pode causar dependência.[7] Na comunidade médica, existe uma discussão sobre o uso da oxicodona e outras medicações opióides para tratamentos de condições dolorosas mas leves, havendo consenso quanto a seu uso sob supervisão médica em casos de dor severa não controlável por outros meios[8]. Interações
MarcasNo Brasil, o fármaco pode ser encontrado em pelo menos três marcas:
Uso na gravidez e lactaçãoO fármaco passa para o leite materno. O uso em grávidas não é realizado devido à probabilidade de depressão respiratória do neonato e interferência na contrabilidade do útero.[6] SuperdoseA superdose do fármaco pode induzir a uma depressão respiratória, sono, estado de coma e morte, especialmente quando associada com outros medicamentos, álcool ou outras drogas. São antídotos: naloxona ou nalmofene.[2] No Brasil, a naloxona injetável para reversão de overdose de opióides tem o nome comercial Narcan e está disponível apenas em ambiente hospitalar[10]. Nos Estados Unidos a droga está amplamente disponível, sem necessidade de uma prescrição médica, como medida para diluir o número de mortes por overdose[11]. O uso indiscriminado da oxicodona está diretamente relacionado com a epidemia de opióides nos Estados Unidos da América que já levou a morte de mais de 500.000 pessoas nas duas últimas décadas.[12][13] OxycontinA oxicodona foi comercializada nos EUA com o nome de Oxycontin pela Purdue Pharma, da milionária e famosa família Sackler conhecida por enormes doações para museus por todo o mundo. A controversa fotógrafa Nan Goldin criou o movimento P.A.I.N. para responsabilizar e levar aos tribunais a família Sackler pelas mortes causadas pela epidemia causada pela venda deste terrível fármaco . Ao fim de 4 anos conseguiu que muitos museus por todo o mundo deixassem de aceitar doações desta família. Cultura e sociedadeA oxicodona vem sendo retrata em inúmeras produções culturais, especialmente a partir da epidemia de opióides desencadeada nos Estados Unidos da América após sua comercialização massiva[14]. Entre essas produções se destacam: Ficção
Documentário
Referências
Ligações externas |