Pinturas de Afrassíabe
As Pinturas de Afrassíabe, também chamadas de Pintura dos Embaixadores, são um raro exemplo de arte de Soguediana, na Ásia Central. Foram achadas em 1968, quando autoridades locais decidiram pela construção duma estrada no meio do monte Afrassíabe, antigo sítio da Samarcanda pré-mongol. Agora estão preservadas num museu especial em Afrassíabe. DescriçãoAs pinturas datam de meados do século VIII. Foram provavelmente pintados entre 648 e 651, poucos antes do fim do Grão-Canato Turco Ocidental (603–657), uma vez que há vários oficiais seus representados,[1] ou após 658, quando a o grão-canato foi absorvido pelo Império Tangue da China.[2] Inscrição do rei VarumãNos murais de Afrassíabe, uma inscrição mencionando Varcumã foi encontrada. Nela se lê, em soguediano:
Oficiais e cortesãos turcos ocidentaisEm contraste com embaixadores de vários países, os turcos ocidentais do mural não têm presentes e são tidos como atendentes e escoltas militares aos embaixadores. Todos são reconhecidos por suas longas tranças.[4] Os embaixadores de vários países podem ter prestado homenagem ao rei Varcumã e possivelmente ao grão-cã turco ocidental Xecui, que eram vassalos nominais do Império Tangue da China. Os numerosos oficiais e cortesãos turcos que estão presentes podem sugerir a predominância dos turcos ocidentais na corte de Samarcanda durante o período.[1] No mural, os turcos ocidentais são turcos étnicos, nuxibis, em vez de soguedianos turquinizados, como sugerido por suas nítidas feições mongoloides e rostos sem barbas. São o grupo étnico mais numeroso no mural. Sua representação oferece um vislumbre único dos trajes dos turcos no século VI-VII. Geralmente usam 3 ou 5 tranças longas, geralmente reunidas numa única trança longa. Têm casacos de manga monocromática longos até o tornozelo com duas lapelas. Esta moda de colarinho é vista pela primeira vez em Cotã, perto de Turfã, uma terra turca tradicional, do século II ao IV. Têm botas pretas de bico fino. E usam pulseiras de ouro com lápis-lazúli ou pérolas.[5] Visão geralSão quatro paredes, com murais em vários estados de preservação. Havia dois registros, um superior e um inferior, mas o registro superior dos murais foi essencialmente destruído por escavadeiras durante as obras de construção que levaram à descoberta.[4] Várias reconstruções para todo o mural foram propostas.[6] Detalhes dos murais originaisRestauraçãoNo início de 2014, a França declarou que financiaria a restauração das pinturas.[7] Referências
bibliografia
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