Placa de orifícioUma placa de orifício é um dispositivo, modelo de medidores de restrição, usado para medir a vazão, reduzir a pressão ou restringir a vazão (nos dois últimos casos, costuma ser chamado de placa de restrição). De acordo com a norma ABNT NBR ISO 5167-1 (2008) uma placa de orifício é uma placa fina com uma abertura circular usinada em sua superfície permitindo a passagem de fluido no orifício.[1] Ou seja, a placa de orifício é um disco com furo concêntrico, excêntrico ou segmentado que é colocado perpendicularmente à tubulação, sendo o furo com diâmetro menor que o da tubulação. O diâmetro externo é igual ao espaço interno entre os parafusos dos flanges para facilitar a montagem. Tipos de Placa de Orifício
Esta placa também é chamada de clássica, possui um orifício centralizado sendo utilizada principalmente para líquidos e gases sem sólidos em suspensão.[2]
Esse tipo de placa é utilizado frequentemente em tubulações de diâmetros pequenos, utilizada principalmente quando o fluido é carregado de impurezas que podem ficar acumuladas na montante e parte inferior da placa. Além disso, é mais frequentemente colocada em casos da presença de condensados em medições de gases sujos. [3]
Este tipo de placa é considerada mais imprecisa, sendo aplicável para líquidos carregados de sólidos, além de meios bifásicos, sujos e com partículas. Dessa forma, é mais utilizada para fluidos laminares e com proporções mais elevadas de partículas se comparada a excêntrica. [4] Princípios de FuncionamentoA placa de orifício é posicionada na flange entre duas tubulações, à medida que o fluido (líquido ou gás) flui pela abertura, sua pressão diminui até atingir seu mínimo em uma área chamada “vena contracta”. Neste ponto, o valor mínimo de pressão e a velocidade máxima são alcançados. A pressão então aumenta novamente, mas não atinge o valor anterior devido à turbulência e às perdas por atrito. A diferença de pressão criada pelo orifício é usada para calcular a vazão, as pressões são obtidas por manômetros, em que esse sinal passa por um transdutor transformando o valor em medida de vazão. [5] AplicaçõesA placa de orifício é um dispositivo amplamente utilizado em indústrias como petróleo e gás, produtos químicos, água e águas residuais, usinas de energia, alimentos e bebidas, produtos farmacêuticos, papel e celulose, mineração e metalurgia e em processos industriais automotivos.[6] Vantagens e desvantagensA placa de orifício se caracteriza pela grande resistência, oferecendo durabilidade excepcional, tudo por uma relação custo-benefício favorável.[7] A instalação é simples e prática, facilitando tanto o processo inicial, como a manutenção final, reduzindo a necessidade de pessoal qualificado e os custos associados. Além disso, a qualidade dos materiais utilizados na fabricação proporciona longa vida útil e minimiza a necessidade de manutenções frequentes, resultando em economia para o cliente.[8] Porém, ressalta-se que a utilização de placas de orifício, apesar de ser uma opção econômica, pode causar perdas de energia e turbulência no fluxo, o que pode afetar a precisão das medições, principalmente em baixas velocidades. Vale ressaltar também que a baixa precisão de medidas, faz com que esse tipo de medidor não seja considerado como seguro em casos de faturamento por vazão, por exemplo em indústrias que utilizam a compra de gás diretamente por dutos.[9] EquacionamentoIniciando com as considerações de regime permanente, fluido incompreensível e o tubo, de diâmetro “D”, no sentido horizontal somente. Sendo o orifício do medidor possuindo diâmetro “d”, faz-se o balanço de energia no volume de controle que possui o equipamento: (1) Sendo a perda de carga desprezível (hp=0), o tubo totalmente na horizontal (Z1=Z2=0) e sem a presença de bombas (hb=0) no volume de controle, o balanço se exemplifica para: (2) Sendo as unidades utilizadas no S.I. = Pressão = Massa Especifica = velocidade linear = aceleração da gravidade Por conseguinte, fazendo-se o balanço de massa no mesmo volume de controle: (3) Onde: = Área da seção transversal contendo o ponto 1 = Área da seção transversal do orifício = Diâmetro da região do tubo contendo o ponto 1 = Diâmetro do orifício Fazendo-se a substituição da equação (3) na (2), tem-se: (4) Contudo, tal equacionamento só é válido para o cenário ideal onde a perda de carga pelo atrito é nula. Para o contexto real, sabe-se que a obstrução da passagem(diminuição repentina da passagem do fluido a partir de uma diminuição do diâmetro do tubo), acarreta em perda de energia decorrente desse atrito causado entre o fluido e as paredes do tubo. Portanto, para uma medida real, adiciona-se um parâmetro, , à equação a fim de se considerar esse efeito. (5) Tal parâmetro é determinado experimentalmente e possui relação direta com o número de Reynolds e a razão de diâmetros entre o orifício e a tubulação. (6) Para se estimar esse parâmetro de atrito, pode-se utilizar a seguinte equação (6) (Miller, 1997)
Referências
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