Planalto Central do Brasil (relatório)Planalto Central do Brasil é o livro que traz o Relatório da Comissão Exploradora do Planalto do Central, apresentado pelo chefe da comissão, Dr. Cruls, ao Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas do Brasil, em 1894, no Rio de Janeiro. Este livro faz parte da Coleção Documentos Brasileiros e foi editado em 1957, pela Livraria José Olympio Editora, na Rua do Ouvidor, 110, no Rio de Janeiro.[1] Antes do RelatórioEm uma pequena nota à terceira edição do livro, lançada na década de cinquenta do século XX, o filho de Luís Cruls, Gastão Cruls, informa que ela foi antes submetida ao General Hastinfilo de Moura, discípulo de seu pai na Escola Superior de Guerra e único sobrevivente dos que participaram da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil. Logo em seguida, essa terceira edição traz um testemunho de outubro de 1946 desse discípulo e companheiro de Luís Cruls, no qual defende veementemente os resultados obtidos pelos estudos da Comissão dizendo que a escolha de outro local para a construção de Brasília "fora dos limites traçados pela demarcação geodésica(...) imporá ao Brasil uma capital em inferioridade de condições". Escorço biobibliográficoO livro traz uma ampla revisão dos principais trabalhos de Luís Cruls à frente do Observatório Nacional, assim como a relação de sua bibliografia científica. Relatório do chefe da comissãoHistóricoApós um breve preâmbulo, o relatório traz um histórico da ideia de transferência da capital do Brasil:
Desse modo, o governo nomeou em 1891 a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil. InstruçõesEm 17 de maio de 1892 o ministro das Obras Públicas expediu a Luís Cruls as seguintes instruções: "Em observância à disposição do art. 3o. da Constituição Federal, e para dar cumprimento à resolução do Congresso Nacional que consignou na lei do orçamento em vigor a verba destinada à exploração do planalto central da República e demarcação da área, que tem de ser ocupada pela futura capital dos Estados Unidos do Brasil, é nesta data nomeada a Comissão encarregada de tais trabalhos, cuja direção é confiada ao vosso conhecido zelo e provada competência. No desempenho de tão importante missão deveis proceder aos estudos indispensáveis ao conhecimento exato da posição astronômica da área a demarcar, da orografia, hidrografia, condições climatológicas e higiênicas, natureza do terreno, quantidade e qualidade das águas que devem ser utilizadas para o abastecimento, materiais de construção, riqueza florestal, etc. da região explorada e tudo mais que diretamente se ligue ao assunto que constitui o objeto de vossa missão. No decurso de tais trabalhos e tanto quanto possível, podereis realizar não só os estudos que julgardes de vantagem e utilidade para o mais completo desempenho do vosso encargo, mas ainda os que possam concorrer para a determinação de dados de valor científico com relação a essa parte ainda pouco explorada do Brasil. Da inclusa cópia da portaria dessa data consta o pessoal que faz parte da referida Comissão. Saúde e fraternidade _ Antão Gonçalves de Faria. Membros da Comissão
MaterialO material destinado à realização dos trabalhos da Comissão pesando 9.640 kg foi acondicionado em 206 caixas, transportadas primeiro do Rio de Janeiro até Uberaba por trem e depois em animais cargueiros. Além de uma coleção de aparelhos mecânicos para concerto de instrumentos em caso de acidentes, barracas, mantimentos e armas, o material era composto de:
De Uberaba a PirenópolisA comissão partiu do Rio de Janeiro para Uberaba no dia 9 de junho de 1892 e no dia 29 partiram para Pirenópolis, onde chegaram no dia primeiro de agosto, tendo passado pelas cidades de Catalão, Entre-Rios (atual Ipameri) e Bonfim sempre fazendo medições e determinações das latitudes astronômicas em cada abarracamento com o sextante. Em 11 de julho atravessaram de lanchão o Rio Paranaíba, divisa de Minas Gerais e Goiás, num local chamado Porto Velho. A Comissão chegou em Catalão no dia 14 de julho. Segundo relatório, essa foi a região em que registraram temperaturas mais baixas, chegando a -2,1 о. Em 19 de julho atravessaram o Rio Veríssimo, afluente do Paranaíba, que media 115 metros de largura. De Pirenópolis a FormosaDe Pirenópolis a Formosa, a comissão foi dividida fazendo o percurso por dois caminhos diferentes, uma turma indo diretamente de Pirenópolis para Formosa e outra segunda turma passando por Corumbá, Santa Luzia e Mestre D'Armas. Essa segunda turma recebeu em 12 de agosto de 1892 instruções detalhadas sobre tarefas a realizar, tais como determinação de longitude e latitude, observações astronômicas, volume de águas dos rios, entre eles o Rio do Ouro, Rio Areias, Monte Claro, Saia Velha, Torto, Sobradinho e Paranoá. A distância entre Pirenópolis e Formosa foi estimada em 200 km e calculou-se que essa segunda turma estaria no destino em 1° de setembro. Anexo I: Relatório de Henrique Morize, chefe da turma S.E.Anexo II: Relatório de Tasso Fragoso, chefe da turma N.W.Anexo III: Relatório de A. Cavalcanti, chefe da turma N.E.Anexo IV: Relatório do Dr. Antônio Pimentel, médico higienista da ComissãoAnexo V: Relatório do Dr. Eugênio Hussak, geólogo da ComissãoNotícia sobre a fauna pelo Dr. Cavalcanti de AlbuquerqueAnexo VI: Relatório do Dr. Ernesto Ule, botânico da ComissãoResumo do relatório de 1896Uma segunda viagem exploratória foi realizada entre 1894 e 1895, sob chefia de Luís Cruls. Referências
Ver tambémLigações externas
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