Tempestade tropical Ana (2003) Nota: Se procura outros ciclones tropicais de mesmo nome, veja Tempestade tropical Ana.
A tempestade tropical Ana foi o primeiro ciclone tropical da Temporada de furacões no oceano Atlântico de 2003 e a única tempestade tropical a se formar em um mês de abril na bacia do Atlântico Norte. Sua formação foi a quarta mais cedo para uma temporada de furacões no oceano desde que os registros começaram a ser feitos, em 1851. Desenvolveu-se como um ciclone subtropical a partir de uma área de baixa pressão não-tropical em 20 de abril, a oeste das Bermudas. Apresentou avanço leste-sudeste, e em 21 de abril passou a ser considerado um ciclone tropical, com ventos chegando aos 95 km/h. A tempestade deslocou-se em direção leste-nordeste, com constante enfraquecimento devido aos ventos de cisalhamento e a uma frente fria que se aproximava, e em 24 de abril tornou-se um ciclone extratropical. A tempestade chegou a atingir Bermudas com chuva leve, e seus restos produziram precipitação leve nos Açores e no Reino Unido. Ondas fortes geradas pela tempestade viraram um barco na costa da Flórida, causando duas mortes. História meteorológicaUma área de baixa pressão não-tropical se desenvolveu a cerca de 390 km ao sul-sudoeste de Bermudas em 18 de abril, através da interação de um cavado de nível superior e um cavado de superfície frontal.[1] Um cavado de superfície, que se estendia desde a região da Ilha de São Domingos, trouxe nuvens carregadas em direção ao norte do Mar do Caribe, o que causou fortes chuvas em Porto Rico.[2] As baixas não-tropicais geralmente vão para o norte,[1] enquanto que as cristas deslocam-se na direção leste-oeste,[3] e em 19 de abril o sistema começou a produzir zonas de convecção próximas a seu centro; no começo daquele dia, imagens de satélite indicaram a presença de um núcleo interior estancando os ventos. Depois de migrar-se para o noroeste, foi gradualmente se separando do sistema de superfície frontal,[1] devido ao aprofundamento do cavado superior sobre o sistema.[4] A convecção se tornou mais organizada sobre o centro, e estima-se que o sistema tenha se transformado em tempestade subtropical no início de 20 de abril, enquanto estava situada a cerca de 400 km a oeste de Bermuda.[1] Operacionalmente, o ciclone subtropical ainda não havia sido classificado pelo Centro Nacional de Furacões até 21 horas depois.[5] A tempestade continuava a se organizar em direção leste-sudeste, e no final do dia 20 de abril um núcleo de nível superior com temperatura elevada estava presente sobre o sistema. Com base em sua organização, estima-se que Ana tenha se tornado uma tempestade tropical à meia-noite do dia 21 de abril (UTC). Após essa transição, Ana havia atingido um pico de intensidade de 95 km/h, baseando-se em estimativas da técnica de Hebert-Poteat e dados do QuikSCAT. Pouco tempo depois, fez sua aproximação máxima das Bermudas, quando passou a cerca de 210 km a sudoeste da ilha.[1] O cisalhamento do vento a nível superior reduziu muito a convecção,[6] embora uma pequena área de tempestade persistiu perto do centro.[7] A tempestade se separou completamente do sistema de nível superior,[8] e o ciclone reorganizou-se, desenvolvendo um olho na noite de 21 de abril. Incorporado ao fluxo do ciclone ao seu norte, Ana continuou avançando para o leste, e no início de 22 de abril o cisalhamento do vento removeu novamente a convecção do centro.[9] A convecção cresceu e diminuiu ao longo deste dia,[10] e em 23 de abril a organização da circulação se deteriorou.[11] Depois de deslocar-se para nordeste, o centro de circulação fundiu-se com uma frente fria que estava se aproximando, em 24 de abril, e Ana se rebaixou a ciclone extratropical. Seguia na direção leste-nordeste, dissipando-se no dia 27, a sudeste dos Açores.[1] Impactos e registrosAntes do desenvolvimento de Ana, o governo das Bermudas emitiu um alerta de tempestade para a ilha.[12] Após a sua classificação pelo Centro Nacional de Furacões, um novo aviso, agora de tempestade tropical, foi emitido.[13] Com desenvolvimento sinuoso perto da ilha, em seis dias ocorreram 67 mm de precipitação, segundo o Aeroporto Internacional das Bermudas, porém os ventos na ilha não alcançaram a força de tempestade tropical.[14] As ondas geradas pela tempestade afetaram a Flórida.[1] A combinação das ondas com a maré vazante fez um barco virar na vila de Jupiter, em 20 de abril. Dois de seus ocupantes se afogaram, e os outros dois foram resgatados.[15] Os restos de Ana fizeram com que chovesse 22 mm de na cidade de Ponta Delgada, nos Açores. A umidade dos restos de Ana também produziu chuvas benéficas no Reino Unido.[16] Dois navios registraram ventos com força de tempestade tropical, em decorrência de Ana; o Atlantic Forest registrou 82 km/h e uma pressão de 998 bar em 22 de abril, e o Rosa Delmas relatou ventos de 76 km/h em 23 de abril.[1] Em 20 de abril, Ana tornou-se o segundo ciclone tropical atlântico a ser registrado em um mês de abril, depois da tempestade subtropical de abril de 1992. Depois de atingir características tropicais, tornou-se a primeira tempestade tropical já registrada neste mês. Foi o quarto ciclone tropical ou subtropical mais cedo a se formar na bacia do Atlântico, após o furacão de março de 1908, que se formou em 6 de março daquele ano; a tempestade tropical do Dia da Marmota de 1952, que se formou em 2 de fevereiro; e a tempestade subtropical de janeiro de 1978, que se formou em 18 de janeiro.[1] Referências
Ligações externas
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