Em alguns sistemas de classificação, o grupo tem sido tratado ao nível taxonómico de reino,[16] sob vários nomes, entre os quais Viridiplantae, Chlorobionta ou siplesmente Plantae, neste último caso expandindo o conceito tradicional de reino das plantas para incluir as algas verdes. Num sistema de classificação para todos os eucariotas publicado em 2005, foi introduzido o nome Chloroplastida para este agrupamento, reflectindo a existência de a presença no conjunto de cloroplastos primários com clorofila verde. No caso o nome «Viridiplantae» foi rejeitado tendo em conta que algumas das espécies incluídas não são «plantas», pelo menos no sentido tradicional do termo.[17]
Uma avaliação taxonómica dos eucariotas baseada na distribuição de miosina mostra que os membros do grupo Viridiplantae perderam as miosinas da classe-I.[20]
As algas verdes são um grupo tradicionalmente conhecido, parafilético em relação às embriófitas ou plantas terrestres. Viridiplantae é composto por dois clados ou grupos monofiléticos, que são as clorófitas e as estreptófitas. Entre as últimas encontram-se as plantas terrestres ou embriófitas e as algas verdes mais aparentadas a elas e compartilhando um antecessor comum.
Viridiplantae é composto por mais de 300.000 espécies de plantas descritas, aproximadamente a sexta parte de todas as espécies de seres vivos conhecidos que povoam a Terra.
O ancestral das algas verdes e de todas as plantas terrestres, que também é o ancestral de outras algas (ver gráfico), adquiriu o seu primeiro cloroplasto através de um único evento de endosimbiose com uma cianobactéria. Por isso se diz que este clado e o clado mais grande que o contém, adquiriu os seus cloroplastos "de forma primária" (já que outros organismos, representados na zona amarela do gráfico, obtiveram os cloroplastos através das algas vermelhas ou verdes que já os haviam adquirido - de forma secundária). Os cloroplastos das viridófitas possuem características que permitem diferenciá-los facilmente dos das algas vermelhas e das glaucófitas.
A evidência molecular sustenta fortemente a monofilia deste grupo, tanto no que respeita às sequências de ADN do núcleo e dos organelos, como no que respeita às características ultraestructurais (em particular a transferência de genes do cloroplasto para o núcleo). Este clado também é sustentado por um número de caracteres bioquímicos e morfológicos, incluindo a provável perda das ficobilinas (que estão presentes nas cianobactérias e nas algas vermelhas), a aparição da clorofila b (para além da já presente clorofila a). As plantas verdes também armazenam hidratos de carbono na forma de grânulos de amido nas suas células, e as suas células móveis (espermatozóides) têm características particulares.
Hoje em dia, parece que várias linhagens de organismos unicelulares com paredes celulares com escamas distintivas, chamados "micromónadas" ou "prasinophyta", estão situados próximas da base da árvore filogenética das viridófitas. No entanto, uma análise filogenética mais exaustiva[21] pressupõe a divisão basal entre as clorófitas e as estreptófitas. Neste estudo, um dos chamados "micromónadas", Mesostigma, parece ser o grupo irmão de todo o resto das estreptófitas.
Filogenia e classificação
Uma filogenia simplificada do agrupamento Viridiplantae, resulta na seguinte estrutura:[22]
↑Becker B (2007). «Function and evolution of the vacuolar compartment in green algae and land plants (Viridiplantae)». International Review of Cytology. International Review of Cytology. 264: 1–24. ISBN9780123742636. PMID17964920. doi:10.1016/S0074-7696(07)64001-7
↑ abRuhfel BR, Gitzendanner MA, Soltis PS, Soltis DE, Burleigh JG (fevereiro de 2014). «From algae to angiosperms-inferring the phylogeny of green plants (Viridiplantae) from 360 plastid genomes». BMC Evolutionary Biology. 14. 23 páginas. PMID24533922. doi:10.1186/1471-2148-14-23
↑Delwiche CF, Cooper ED (outubro de 2015). «The Evolutionary Origin of a Terrestrial Flora». Current Biology. 25 (19): R899-910. PMID26439353. doi:10.1016/j.cub.2015.08.029
↑Adl SM, Simpson AG, Farmer MA, Andersen RA, Anderson OR, Barta JR, et al. (2005). «The new higher level classification of eukaryotes with emphasis on the taxonomy of protists». The Journal of Eukaryotic Microbiology. 52 (5): 399–451. PMID16248873. doi:10.1111/j.1550-7408.2005.00053.x
↑ abSánchez-Baracaldo P, Raven JA, Pisani D, Knoll AH (setembro de 2017). «Early photosynthetic eukaryotes inhabited low-salinity habitats». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 114 (37): E7737-E7745. PMID28808007. doi:10.1073/pnas.1620089114
↑ abMarin B (setembro de 2012). «Nested in the Chlorellales or independent class? Phylogeny and classification of the Pedinophyceae (Viridiplantae) revealed by molecular phylogenetic analyses of complete nuclear and plastid-encoded rRNA operons». Protist. 163 (5): 778–805. PMID22192529. doi:10.1016/j.protis.2011.11.004
↑Laurin-Lemay S, Brinkmann H, Philippe H (agosto de 2012). «Origin of land plants revisited in the light of sequence contamination and missing data». Current Biology. 22 (15): R593-4. PMID22877776. doi:10.1016/j.cub.2012.06.013
↑Adl SM, Simpson AG, Lane CE, Lukeš J, Bass D, Bowser SS, Brown MW, Burki F, Dunthorn M, Hampl V, Heiss A, Hoppenrath M, Lara E, Le Gall L, Lynn DH, McManus H, Mitchell EA, Mozley-Stanridge SE, Parfrey LW, Pawlowski J, Rueckert S, Shadwick L, Shadwick L, Schoch CL, Smirnov A, Spiegel FW (setembro de 2012). «The revised classification of eukaryotes». The Journal of Eukaryotic Microbiology. 59 (5): 429–93. PMC3483872. PMID23020233. doi:10.1111/j.1550-7408.2012.00644.x
Judd, W. S. Campbell, C. S. Kellogg, E. A. Stevens, P.F. Donoghue, M. J. 2002. Plant systematics: a phylogenetic approach, Second Edition. Sinauer Axxoc, USA.