Alexandre Gnattali
Alexandre Gnattali (Porto Alegre, 4 de fevereiro de 1918) é um maestro, pianista, arranjador e compositor de música popular brasileira.[1] BiografiaFilho do professor de música e maestro Alexandre Gnattali e irmão do compositor e maestro Radamés Gnatalli, desde cedo demonstrou interesse pela música, aprendendo piano com sua mãe Adélia Gnattali.[1] Fez renome principalmente como arranjador e maestro, sendo um dos principais arranjadores e regentes da Rádio Nacional,[2] assinando mais de 1470 arranjos entre as décadas de 1940 e 1950, ficando em segundo lugar em números totais,[3] e ali também iniciou a organização do Arquivo Musical na década de 1940.[4] Segundo Saroldi & Moreira, seu trabalho de arranjador na Rádio Nacional serviu como modelo para muitos outros arranjadores e maestros,[5] e segundo Jessé de Sousa, ele contribuiu significativamente para o desenvolvimento do estilo do "jazz sinfônico" no Brasil.[6] Foi um dos principais arranjadores da gravadora CBS,[7] e conduziu orquestras nas gravadoras Odeon, Continental, Todamérica, Polydor e Columbia.[1] Na Columbia foi ainda um dos diretores do Departamento Musical e um dos responsáveis pelo lançamento do selo Magic Notes no Brasil em 1962.[8] Faria & Coli o chamaram de "grande maestro aclamado",[9] e para Ítalo Neuhaus é um "nome de grande importância na música nacional".[10] Participou como arranjador ou maestro da gravação de discos de muitos cantores e compositores famosos, como Emilinha Borba, Roberto Carlos, Edu da Gaita, Lupicínio Rodrigues, Orlando Silva, o Trio Irakitan, Jerry Adriani, Dorival Caymmi, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Pixinguinha, Dick Farney, entre outros.[1] Compôs e conduziu a música para três discos infantis com histórias narradas por Tia Chiquinha para a Odeon, foi diretor musical de dois LPs da cantora Gilda Valença, regeu a orquestra na gravação do cordel musical Estória de João-Joana, de Carlos Drummond de Andrade e Sérgio Ricardo.[1] Colaborou com o irmão em dezenas de trilhas sonoras para o cinema, incluindo para o clássico Rio, Zona Norte.[11][12] Compôs a trilha para o filme Redenção (1958),[13] as comédias O petróleo é nosso (1954), Carnaval em Marte (1955), O homem do Sputinik (1959), Os apavorados (1962), da produtora Atlântida,[11][14] e para quase todas as chanchadas da produtora Herbert Richers na década de 1960. Segundo o pesquisador de cinema Hernani Heffner, a produtividade de Gnattali neste campo "é impressionante", "enquanto que o Radamés se liga a todo tipo de produção, o Alexandre vai se fixar muito mais em um estúdio, muito mais na chanchada, vai virar uma assinatura".[15] DiscografiaGravou vários discos com suas orquestras, com seleções de obras de diversos autores:[1]
Referências
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