AmpulicidaeAmpulicidae é uma família de vespas da superfamília Apoidea, da ordem de insetos Hymenoptera. Trata-se de um caso emblemático das inconsistências e instabilidades taxonômicas dentre diferentes fontes a autoridades, dado que, para muitos, esta família surge classificada como uma subfamília (isto é, como Ampulicinae) dentro da família de vespas mais próxima, Sphecidae. Atualmente, é considerada como uma linhagem irmã da família de vespas Heterogynaidae, o que sustentaria mais seu status taxonômico como uma família separada. MorfologiaEnquanto adultas, estas vespas apresentam uma constrição do pronoto que forma como que um "pescoço" atrás da cabeça, fortemente prognata. As mandíbulas são normalmente bem longas, e em forma de foice. Costumam apresentar cores chamativas, de tons metálicos, com tons de azul, verde, laranja, ou avermelhado. As antenas destas vespas são recurvadas, partindo bem da base da fronte, perto das mandíbulas. O protórax costuma ser ornamentado, com uma aba prominente perto da base da cabeça. O propódeo é também alongado, variando em formato de um U até quase triangular. As tíbias medianas apresentam dois esporões apicais, e suas unhas apresentam um dente interno. Nas asas anteriores, a célula marginal apresentam um formato peculiar, alongado, havendo também duas ou três células submarginais e duas veias recorrentes. O abdome é sessil, sendo o pecíolo formado pelo sternum e o tergum. BiologiaTodas vespas Ampulicidae conhecidas são parasitoides que se desenvolvem sobre baratas como hospedeiras. As fêmeas de algumas espécies escavam um ninho antes de caçar, e outras usam uma cavidade preexistente para abrigar sua presa, que é uma característica considerada importante para estudar as relações filogenéticas entre as diferentes linhagens[1]. Em algumas espécies, os machos podem apresentar um comportamento territorialista de defender o ninho de outras fêmeas e predadores, o que poderia ser um primórdio de socialidade. As fêmeas localizam uma barata e aplicam-lhe uma ferroada com seu longo ferrão por baixo do corpo, que penetra o gânglio cerebral. As presas baratas ficam parcialmente imobilizadas pelo veneno injetado pela vespa fêmea, de forma que pode ser manipulada e não vão resistir à postura de um ou dois ovos. As larvas que nascem alimentam-se externamente ao hospedeiro até crescerem o suficiente para rasgarem uma entrada e começarem a alimentar-se das entranhas. Por fim, tendo penetrado na barata hospedeira, esta já morta, empupam no interior deste inseto em um casulo resistente, emergindo depois de cerca de um mês como uma nova vespa adulta. A biologia é melhor estudada em Ampulex compressa[2], que caça baratas de grande porte, principalmente Periplaneta americana[3]. Esta vespa alimenta-se da hemolinfa dos hospedeiros, e no caso de encontrar uma barata de maior porte, pode optar por botar dois ovos que resultarão em vespas macho, indicando uma capacidade inata de controlar o sexo da prole em resposta a condições ambientais.[4] Curiosamente, as vespas podem encontrar dificuldades de subjugar seus hospedeiros, uma vez que as baratas resistem rapidamente ao ataque, ocasionalmente atingindo as vespas com as pernas e mandíbulas. Diversidade e BiogeografiaSão atualmente reconhecidos 6 gêneros dentro da família[5], subdivididos por duas subfamílias e três tribos: - Ampucinae, Ampulicini: Ampulex[6] – 132 espécies, de distribuição mundial[7], Trirogma – 7 espécies, de distribuição asiática.[8] - Dolichurinae: Aphelotomini: Aphelotoma – 8 espécies da Austrália, Riekefella – uma espécie australiana; e Dolichurini: Dolichurus – 50 espécies, de distribuição mundial, Paradolichurus – 4 espécies, do Novo Mundo. Referências
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