BanzoBanzo (do quimbundo mbanza, "aldeia") era como se chamava o sentimento de melancolia em relação à terra natal e de aversão à privação da liberdade praticada contra a população negra no Brasil na época da escravidão. Foi também uma prática comum de resistência aos maus tratos e ao trabalho forçado. Pode-se falar que banzo é um sinônimo de depressão. O primeiro registro escrito do uso da palavra banzo foi feito pelo trabalho intitulado “Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a Costa d’África e o Brazil” apresentado pelo advogado Luis Antonio de Oliveira Mendes à Real Academia das Ciências de Lisboa em 1793.
Dessa maneira banzo é uma palavra usada para categorizar a morte voluntária entre os escravos. "O desgosto pela vida e o desejo de morrer são atribuídos pelos narradores a reações nostálgicas decorrentes da perda da liberdade e dos vínculos com a terra e grupo social de origem, e ainda aos castigos excessivos impostos pelos senhores”.[2] Segundo o historiador Renato Pinto Venâncio, da Universidade Federal de Ouro Preto, o suicídio entre escravos era duas ou três vezes mais elevado do que entre homens livres e pode-se ser atribuído ao banzo. Apesar disso, o registro de suicídios pode encobrir assassinatos realizados pelos senhores de escravos. A prática do banzo, além de levar ao suicídio, através da greve de fome, também é relacionada à pratica do aborto, das fugas individuais e coletivas (que podem ser relacionadas à formação de quilombos) e à geofagia (suicídio por ingestão de terra).[3] Referências
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