Chiclete com Banana Nota: Para outros significados, veja Chiclete com Banana (desambiguação).
Chiclete com Banana é uma banda de axé music brasileira formada em 1980 por Bell Marques (vocais, guitarra e baixo), Missinho Amorim (vocais e guitarra), Rubinho Gramacho (percussão), Rey Gramacho (bateria) e Cacik Jonne (guitarra). Consagraram-se como um dos principais nomes do Carnaval de Salvador e do axé, cujos fãs são conhecidos como "chicleteiros". O grupo vendeu mais de 10 milhões de cópias de álbuns. História1979–80: Início como banda de baileA banda originou-se de um conjunto de baile chamado Scorpius que se apresentava em festas de formatura. O grupo tocava em inglês músicas de astros estrangeiros como Rod Stewart, Paul McCartney, e Elton John. Desse grupo já faziam parte Bell Marques (teclados), Rey Gramacho (guitarra), Missinho, Rubinho Gramacho, Waltinho Magarão (bateria) e Wado Marques (guitarra). Denny Urpia e Cacik Jonne se juntaram mais tarde aos demais integrantes.[1] Em 1979 Bell sugere ao grupo tocarem em trio elétrico. Naquele ano foram contratados pelo bloco Traz os Montes para tocarem na pascoa. No ano seguinte, o engenheiro de som Wilson Silva (irmão de Bell e Wadinho) sugeriu e pôs em prática uma ideia revolucionária de fechar toda a lateral do Trio com caixas de som e usar equipamentos de potência transistorizada, passando todos os músicos a tocarem na parte superior do trio, causando assim, na época, grande diferença dentre os demais, já que nesses a percussão localizava-se nas laterais inferiores e somente os músicos de corda permaneciam na parte superior. Esta foi a maior revolução do trio elétrico na década de 80.[2] 1980–2001: Transição pro axé, sucesso nacional e mudanças na formaçãoEm 1981 o Chiclete com Banana iniciou experiências com todo estilo de música, do rock ao forró. Nesse ano a banda foi convidada para gravar um disco. Surgiu então a vontade de mudar o nome da banda que estava ultrapassado. Nildão, cartunista e artista gráfico foi o responsável pelo nome, que na época, criou muita polêmica. O nome "Chiclete com Banana" deu-se pela grande mistura de ritmos que a banda fazia. Com o nome da banda definido, o 1º LP foi gravado em 1981 com o nome "Traz os Montes". À época, Bell Marques passou a tocar baixo.[1] Em 1982 gravam o álbum "Estação das Cores". Em 1983 gravam novo album, "Energia".[1] Neste biênio tocaram no "Traz a Massa", que era um bloco mais popular que o "Traz os Montes". Isso permitiu que suas músicas atingissem tanto um público mais popular quanto o das classes mais altas.[2] Em 1985 receberam o convite do bloco "Os Internacionais",[2] onde tocaram por 5 anos (1985, 1986, 1987, 1988 e 1989). Como o Chiclete já tinha o seu próprio trio, resolveu desvincular-se de blocos de Carnaval e tocar para o povão na rua, com ou sem patrocínio, pois já tinham uma estrutura montada e até sua própria produtora, a Mazana.[2] Neste meio tempo apareceu a proposta tentadora do bloco Camaleão. Era a oportunidade de tocar para um público diferente. Firmaram então contrato com o Camaleão (estreando no carnaval de 1990), sendo hoje o bloco mais caro para desfilar no Carnaval de Salvador, onde permaneceram até 2014.[2] No ano de 1986 com o lançamento do álbum "Gritos de Guerra", a banda vendeu quase um milhão de cópias, marcando assim o início do enorme fenômeno chamado Chiclete com Banana. Com o lançamento do disco a Banda vendeu entre 750 e 800 mil cópias recebendo 3 discos de platina surgindo os "Chicleteiros". A banda possui também o trio elétrico mais moderno e caro do país. Até abril de 1986, o Chiclete com Banana era composto por oito integrantes. Consistia em dois guitarristas (Missinho e Jonny); três percussionistas (Waltinho, Denny e Rubinho Gramacho). Os músicos Missinho e Rubinho saíram e só ficaram seis. Não houve substituição. A saída de Missinho, à epoca considerado um bom compositor e músico, gerou desconfiança nos fãs. Mas continuou com álbuns de estúdio e ao vivo de sucessos como por exemplo, "Fé Brasileira", "Tambores Urbanos", "Classificados", "Banana Coral", "É Festa", "Santo Protetor", "Chiclete Na Caixa, Banana No Cacho", "Sou Chicleteiro".[2] 2001: Problemas de saúde e saída de Cacik JonneNão houve grandes mudanças na banda até o início dos anos 2000. Em 2001, o guitarrista Cacik Jonne sentiu-se mal durante uma apresentação e foi diagnosticado com ataxia cerebelar, uma doença degenerativa. Inicialmente descartou-se a possibilidade de Jonne sair permanentemente da banda. O guitarrista já sofria de problemas de coordenação motora antes do diagnóstico, que o forçaram a usar uma guitarra de dois braços, cujo de cima era um baixo e o de baixo, a guitarra. O músico variava entre os dois instrumentos por não ter coordenação para fazer solos complexos, embora ainda fizesse solos menores durante as músicas.[3] Os integrantes afirmavam que o músico ficaria afastado temporariamente para se tratar. Em junho, a saída de Cacik foi confirmada e o guitarrista foi homenageado no carnaval do ano seguinte pelo vocalista Bell Marques, que cantou a canção "I Want to Break Free", da banda britânica de rock Queen.[4] Em 2002, Jonne moveu uma ação trabalhista e duas cíveis contra na Justiça da Bahia. Na ação trabalhista, ele pedia indenização de R$ 1 milhão (R$ 2,8 milhões em valores atuais) pelas duas décadas anos de serviços prestados à banda. O processo foi arquivado em última instância no Tribunal Superior do Trabalho.[5] No Carnaval de 2005, já debilitado, ele organizou um protesto junto ao trio elétrico do Chiclete com Banana, no qual foi erguida uma faixa com os dizeres: "Chiclete com Banana: vocês sabem que me devem. Paguem meus direitos. Assinado Cacik Jonne".[6][7] 2008–presente: Segundo DVD e saída de Bell MarquesNo dia 1 de novembro de 2008, a banda gravou o segundo DVD em sua história na cidade de Salvador. O evento aconteceu no Parque de Exposições da capital baiana. A festa reuniu aproximadamente 50 mil pessoas.[8] No dia 10 de setembro de 2013, o vocalista Bell Marques anuncia sua saída da banda através de um vídeo postado em sua conta no YouTube e causa alvoroço entre seus fãs.[9] Desgastes internos e divergências de opinião teriam sido o motivo de seu desligamento.[10] No carnaval de 2014 em Salvador, Bell fez seu ultimo show de despedida, do Campo Grande até a Castro Alves, no bloco Camaleão. Ao chegar ao destino final, Bell deu o seu ultimo acorde na guitarra a frente da banda, deixando milhares de fãs emocionados.[11] Em seguida foi diretamente para a Barra iniciar o seu novo bloco o "Vumbora".[12] Bell começou cantando "Ave Maria", e depois seus sucessos.[13] No dia 15 de outubro de 2013, é anunciado o novo vocalista, ex-integrante da banda Via Circular, Rafa Chaves. Após a saída oficial do ex-vocalista Bell Marques, Rafa Chaves assume o vocal da Banda Chiclete com Banana, trazendo um nova canção: "Vida que segue", que faz referencia a sua chegada e o novo perfil da banda.[14] No dia 4 de abril de 2014, a banda faz o seu primeiro show com o novo vocalista no Carnabeirão, o carnaval fora de época de Ribeirão Preto-SP. O cantor Rafa Chaves iniciou seu canto pedindo licença para fazer parte da festa. “Ô de casa, salve, salve. Dá licença pra chegar. Sou filho da fantasia que o Chiclete me ensinou a sonhar”, parte da letra da canção: "Vida que Segue".[15] No dia 6 de abril de 2014, a banda faz o seu segundo show e o primeiro show em palco, com o novo vocalista, realizado no aniversário da cidade de Limoeiro, Pernambuco,[16] onde foi bem recebido com a sua nova formação, realizaram um show para cima. Fizeram uma homenagem ao cantor de brega Reginaldo Rossi, falecido no final de 2013. O show foi bem diversificado, carimbando o legado e confirmando ainda mais que, a Banda Chiclete com Banana será sempre querida pelos fãs. Com a nova formação, além de shows pelo país, gravaram uma música com o grupo alemão Die Höhner[17] (especial para a Copa do Mundo realizada no Brasil), participaram do Fortal (carnaval fora de época de Fortaleza, Ceará)[18] e diversos programas de televisão. Lançaram também mais três faixas, "De Braços Abertos", "Pega no Ar" e "Foi no Nana". No carnaval de 2015, o Chiclete com Banana desfilou em Salvador nos blocos Nana Banana e Papa.[19][20] Fizeram ainda show em dois camarotes no carnaval de Porto Seguro.[21] Em janeiro de 2018, a banda demitiu Rafa Chaves e o substituiu por Khill, vocalista da banda Patchanka.[22] Na ocasião, Rafa Chaves reclamou que teria sido surpreendido com a demissão às vésperas do carnaval daquele ano, pois não sabia que seria substituído.[23][24] Rafa Chaves também cobrou explicações quanto a sua demissão,[25] justificativa dada menos de um mês depois pela própria banda em entrevista coletiva, onde o tecladista Wado Marques afirmou que apesar de todas as suas qualidades, Rafa Chaves tinha um perfil que não combinava com a banda.[26] Em outubro, Rafa Chaves afirmou não ter mágoas do acontecimento e que a essa altura conseguia compreender a decisão.[27] Em 26 de julho de 2019, o ex-guitarrista Cacik Jonne faleceu em sua casa aos cinquenta e quatro anos, vítima de complicações da ataxia cerebelar.[28] Prêmios e indicações
FormaçãoFormação da banda a partir de janeiro de 2018:[36]
Ex-integrantes
Discografia
Referências
Ligações externas |