Dois (álbum)
Dois é o segundo álbum de estúdio da banda brasileira de rock Legião Urbana, lançado em 20 de julho de 1986 pela EMI.[3][4] Ocupa a 21ª posição da lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela Rolling Stone Brasil.[5] Em setembro de 2012, foi eleito pelo público da rádio Eldorado FM, do portal Estadao.com e do Caderno C2+Música (estes dois últimos pertencentes ao jornal O Estado de S. Paulo) como o terceiro melhor disco brasileiro da história.[6] O álbum vendeu mais de 900 mil cópias no Brasil. "Tempo Perdido" fez um grande sucesso e se tornou num dos clássicos da Legião. "Eduardo e Mônica", ""Índios"" e "Quase sem Querer" também fizeram sucesso.[7][8] Na época do lançamento, a crítica d'O Estado de S. Paulo elogiou o disco, afirmando: "Você morde e vê que ali tem carne. Sangrando. O gostinho de Smiths no lado A, com o letrista e vocalista Renato Russo enchendo a boca em Daniel na Cova dos Leões ou Tempo Perdido, na verdade apenas prepara o terreno para a paulada do lado B, como em Metrópole e Fábrica."[9] Em seu encarte, trazia uma foto de um casal abraçado de costas para a câmera e de frente para o mar. A imagem foi obtida por Ico Ouro Preto, ex-guitarrista da banda que virou fotógrafo.[3] ContextoO sucesso do álbum anterior (que àquela altura já havia vendido 100 mil cópias[10][11]) fez com que Renato Russo cogitasse fazer o segundo álbum como duplo, intitulado Mitologia e Intuição.[11] A gravadora, porém, não se entusiasmou com a ideia, e o álbum acabou sendo simples,[12] tendo seu repertório de 20 faixas reduzido para 12.[11] Renato estava sofrendo a chamada "síndrome do segundo disco", como disse o guitarrista Dado Villa-Lobos. O sucesso de vendas e de crítica do Legião Urbana fez com que ele quisesse superar a marca no segundo lançamento.[10] Marcelo concordou, dizendo que "Dois foi realmente um desafio, pois tivemos prazo para criar e havia muita expectativa, tanto da gravadora quanto da própria banda".[1] A produção de Dois ficou a cabo de Mayrton Bahia, que na época era delegado pela EMI-Odeon para produzir os artistas novos que chegavam à empresa.[10] O disco acabou responsável pela maior quantidade de vendas da história da Legião Urbana, alavancado pelo sucesso de "Eduardo e Mônica", uma faixa que era considerada difícil,[13] por não ter um refrão. O álbum vendeu mais de 1,2 milhão de cópias.[7][8] Composição e escritaSobre a temática das letras do disco, Renato Russo delarou, após seu lançamento:[14]
A banda compunha de uma forma considerada "inusitada". Às vezes apresentavam uma base desprovida de melodia, ou então chegavam com fragmentos de canções sem nem saber em qual parte delas eles seriam usados.[15] Além disso, eles queriam começar a trabalhar mais com violões. "Andrea Doria" foi uma das peças que ganhou passagens no instrumento para agradar aos membros.[16] A mixagem do disco também foi trabalhosa. O álbum foi gravado em 16 canais e muitas vezes instrumentos acabavam misturados e tinham de ser separados artesanalmente. As faixas eram constantemente editadas, muitas vezes pelas mãos de três pessoas ao mesmo tempo.[17] Foi gravando este disco que a banda passou a aceitar mais a utilização de efeitos em sua música.[18] Informação das faixas
Renato Russo, sobre "Central do Brasil", em carta enviada à EMI com anotações sobre o disco[19] A canção "Tempo Perdido" inspirou o título do filme Somos Tão Jovens.[20] Ela já fazia parte do repertório de apresentações ao vivo da banda antes de ser gravada.[15] A faixa "Fábrica", assim como "Perfeição", do disco O Descobrimento do Brasil, foi gravada, anos mais tarde, em uma versão em espanhol, pela banda argentina Attaque 77.[1] "Daniel na Cova dos Leões" abre o disco e no início da gravação, ouve-se algo parecido com um rádio mal-sintonizado tocando um trecho de "Será" e alguns trechos do hino da Internacional Socialista. "Plantas Embaixo do Aquário" faz menções à Guerra Fria.[1] Para acrescentá-la ao repertório final do álbum Renato Russo se inspirou numa carta que Mayrton lhe escrevera ao ver o quanto o músico se sentia pressionado.[21] A música "Química", que estaria no próximo trabalho do grupo, apareceu no disco Dois como faixa bônus, mas somente no K7. A versão dessa música é diferente da gravada no álbum Que País É Este 1978/1987. O nome de uma das faixas, "Andrea Doria", faz referência a um navio italiano, o SS Andrea Doria, que seguia para Nova York quando naufragou em 25 de julho de 1956, após se chocar com uma outra embarcação de bandeira sueco-americana chamada Stockholm. Ao contrário do ocorrido na tragédia do RMS Titanic, a maioria dos passageiros foi resgatada com vida, restando um saldo de 51 mortos e o desaparecimento de algumas obras de arte italianas.[22] Lista de faixasTodas as canções produzidas por Mayrton Bahia; exceto "Eduardo e Mônica", produzida por Renato Russo.
Créditos
Recepção critica
Desempenho comercialVendas e certificações
Referências
Bibliografia
Ligações externas |