Renato Rocha (baixista)
Era baixista e compositor da banda Legião Urbana, e participou dos três primeiros discos do grupo: Legião Urbana, Dois e Que País É Este.[1] Infância e adolescênciaRenato Rocha nasceu em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 1961, mas mudou-se para Brasília em 1970[2], aos nove anos, porque seu pai, militar, havia sido transferido para a capital nacional.[3] Em 1974, Renato Rocha mudou-se para a quadra 306, onde passou a ter contato com a banda Tela, uma das várias bandas brasilienses surgidas na década de 1970. Nessa época, Rocha também começou a fazer bicicross (BMX). Apesar do contato com a banda Tela, Rocha nunca a integrou. Os primeiros apelidos de Renato Rocha foram: Renatão, por causa de seu tamanho, e Romeu, herói olímpico grego das lutas – o músico sempre foi brigão. Quando entrou para o time de vôlei da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), ganhou o apelido de Negrelle, que foi um famoso jogador do clube. Mais tarde, porém, o apelido foi mudado para Negrete, numa brincadeira de seus amigos com o sotaque francês. Ainda em Brasília, Renato Rocha foi membro dos Cabeças Raspadas, subcultura urbana inspirada nos skinheads ingleses da década de 70. Renato Rocha mudou-se logo depois para a Quadra 106, onde passou a ser amigo de Geruza, a ex-integrante das bandas Escola de Escândalos e Blitz 64. Nessa mesma época, através de Geruza, Renato Rocha conheceu André Pretorius, Renato Russo e Fê Lemos.[3] CarreiraA primeira banda que Rocha integrou foi a Gestapo. A banda era formada por Lulu Gouveia; Judas; Joãozinho Viradinha (que depois virou cantor Gospel) e Renato Rocha. Depois, Negrete formou com Toninho Maia a banda Smegma.[1] Em 1981, ele passou a integrar a banda Dents Kents, composta ainda por Fred (vocal); Ameba (bateria – que mais tarde mudou seu nome para Jander e foi para o Plebe Rude); Feijão (guitarra).[3] O Dents Kents existiu de 1981 a 1982. Na Legião UrbanaA Legião Urbana originalmente era um trio, com Renato Russo (baixo), Dado Villa-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria). Renato Rocha ingressou na Legião Urbana logo depois de a banda ter assinado o contrato com a EMI, em 1984, a quatro dias do início das gravações do primeiro LP da banda, auto-intitulado.[4] O motivo foi a tentativa de suicídio de Renato Russo ao cortar os pulsos, ficando assim impossibilitado de gravar. Renato Rocha já era amigo de Marcelo Bonfá, o que facilitou sua entrada para a banda.[3] A partir daí, virou integrante fixo do grupo e compôs "Quase sem Querer" e "Daniel na Cova dos Leões", entre outras canções junto com os membros da banda.[1] Renato Rocha deixou a Legião em 1989, quando a banda estava prestes a assinar o contrato do álbum As Quatro Estações.[4] Em uma entrevista concedida anos mais tarde, ele afirmou que foi expulso por Renato Russo que, saindo de um elevador, disse: "Você está fora da minha banda".[2] Em entrevistas posteriores, Dado Villa-Lobos revelou que os reais motivos da saída de Negrete foram devido aos seus problemas pessoais com bebidas e atrasos em shows.[4] Após anos, Billy foi convidado a fazer uma participação no álbum Uma Outra Estação, tocando baixo na faixa "Riding Song",[4] que se tratava de uma faixa em que a passagem dos demais instrumentos e o coral do refrão já estavam gravados por Dado e Bonfá. Contudo, como já não havia a voz de Renato Russo, a gravadora utilizou depoimentos gravados em 1986 dos quatro membros da banda em cima do arranjo. Depois da Legião UrbanaDepois da Legião Urbana, Renato Rocha integrou a banda Cartilage (não confundir com Cartilage, banda de death metal da Finlândia), na qual lançou os discos Cartilage Virtual e Solana Star, cujo nome fazia referência ao navio Solana Star, que naufragou em 1987.[3] Graves problemas financeiros e apoio de amigosEm 25 de março de 2012, o programa jornalístico Domingo Espetacular, da Record, exibiu uma matéria em que mostrava que o baixista encontrava-se em situação de rua no Rio de Janeiro. A reportagem descrevia a série de acontecimentos que o levaram a perder tudo e ir morar nas ruas cariocas. Especulava-se também do porquê de os direitos autorais, relacionados à obra da Legião Urbana, não serem suficientes para que o músico conseguisse tocar sua vida dignamente e também do porquê de sua vida ter se degradado tão profundamente.[5][6] Ainda na reportagem, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) comunicou que repassava ao músico na época um valor de cerca de novecentos reais ao mês.[7] Antes ainda, em 2002, em uma entrevista, ele havia afirmado que a Legião Urbana rendia menos de mil reais por mês a ele.[4] Também assumiu fazer uso de maconha, bebidas alcoólicas e que teve uma juventude marcada por estas e outras drogas.[4] Em 2013, Negrete subiu junto com outros músicos no palco montado no Estádio Nacional Mané Garrincha, no show "Renato Russo Sinfônico".[8] Neste tributo, Renato Russo apareceu no palco na forma de projeção holográfica.[8] Em 2014, foi convidado para uma participação no projeto "Urbana Legion", idealizado por Egypcio, da banda Tihuana.[9] Neste projeto, Negrete voltou aos palcos para tocar os sucessos do Legião Urbana, junto com o também ex-integrante Eduardo Paraná.[9] MorteEm 22 de fevereiro de 2015, por volta das 8h30, uma amiga encontrou o ex-baixista morto dentro de um hotel em Guarujá, no bairro da Enseada, no litoral de São Paulo, vítima de uma parada cardíaca.[8] Eles estavam hospedados havia três dias no local, mas em quartos separados. Renato estava internado em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos e tinha os finais de semana livres.[10] O músico deixou um casal de filhos e uma neta.[10] O enterro aconteceu em 24 de fevereiro de 2015 no Cemitério Memorial Parque Paulista em Embu das Artes na região da Grande São Paulo.[11] DiscografiaCom a Legião Urbana
Com a CartilageNos anos 1990, pós-Legião Urbana:
ComposiçõesPara a Legião Urbana:[12]
Referências
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