Fernando da Costa de Ataíde e Teive de Sousa Coutinho, o Maquinês
Fernando da Costa de Ataíde e Teive de Sousa Coutinho, o Maquinês (Lisboa, 20.01.1730[1] - Lisboa, 21.01.1807)[2], 13.º Senhor de Baião e do Morgado da Ribeira Brava, na Ilha da Madeira, foi Governador e capitão-geral dos Estados de Grão-Pará e Maranhão,[3] de 14 de setembro de 1763 a 21 de novembro de 1772[4] e também Governador das Armas do Alentejo. Contexto familiarEra filho de Cristóvão da Costa de Ataíde e Teive de Sousa Coutinho, Fidalgo da Casa Real e herdeiro por via materna[5] do senhorio de Baião (cuja origem remontava ao final do século XIV[6]), com D. Juliana Maria de Noronha, filha do 1.º visconde da Lourinhã. Foi, assim, 13º senhor do concelho de Baião, de juro e herdade, moço-fidalgo da casa real, do conselho do rei D. José I, comendador de Rebaldeira, no Ordem de Santiago, e de São Cristóvão de Nogueira, na Ordem de Cristo, Marechal de campo do exército e administrador de vários importantes vínculos, em sucessão a seu pai, entre os quais o morgadio instituído por Diogo de Teive em 1531, na ilha da Madeira, e outro na ilha de São Miguel, Açores, instituído em 1598 por seu tetravô, Francisco Ramalho de Queiroz. Casou-se, em 13.07.1773, com D. Francisca Antónia de Mendonça, filha de Jorge Francisco Machado de Mendonça Eça Castro e Vasconcelos, 8.º senhor de Entre Homem e Cávado (Lisboa, 05.10.1726 - LIsboa, 29.12.1767) e de D. Luisa Antónia de Saldanha Oliveira e Sousa. Deste casamento nasceram quatro filhas (uma delas de nome Maria, batizada na Sé de Viseu, Oriental, em 08-09-1774) e um filho varão, Fernando Romão da Costa de Ataíde e Teive de Sousa Coutinho.[7] Era parente próximo do 1.º Marquês de Pombal, sendo seu pai, o acima referido Cristóvão da Costa de Ataíde e Teive, primo segundo de Manuel de Carvalho e Ataíde, pai do Marquês. Um indício da relevância desse parentesco esteve presente logo no início da carreira de Fernando da Costa de Ataíde e Teive, quando em 1751, com a idade de 21 anos, foi procurador da madrinha de baptismo de Maria Francisca, uma das filhas do futuro Marquês de Pombal.[8] Governo dos Estados de Grão-Pará e MaranhãoDurante o seu governo no Grão Pará, que exerceu por mais de 9 anos, distinguiu-se por ter mandado construir a Fortaleza de São José de Macapá, presidindo, em 29 de junho de 1764, à cerimônia do lançamento da pedra fundamental da fortaleza. A localização era estratégica, por estar na foz do rio Amazonas, podendo assim ajudar a assegurar a segurança do território.[9] No ano de 1769, recebeu os habitantes da cidade de Mazagão (Marrocos), "que por ordem régia, foram mandados retirar dela, para virem fundar no Pará uma vila com o mesmo nome [Mazagão], junto à praça de Macapá". Pouco tempo depois da chegada destes novos colonos, escreveu ao secretário de Estado da Marinha e do Ultramar, Francisco Xavier de Mendonça Furtado (irmão do 1.º Marquês de Pombal), referindo que os recém-chegados se tinham instalado sem grandes problemas, estando "satisfeitos com a sua condição".[10] Governador das Armas das Províncias da Beira e AlentejoDe regresso a Portugal, foi nomeado em 1783 governador da Praça de Almeida e das armas da província da Beira. Em 1792, foi nomeado governador das Armas do Alentejo, cargo em que se manteve até 1805. Foi elevado também à alta posição de Tenente-general do exército português.[2] Faleceu em 21.01.1807, sendo sepultado no Convento de Nossa Senhora do Monte do Carmo.[2] Ex-librisUsou o seguinte Ex-libris: Cercadura de Folhagem, tendo ao centro o nome do possuidor, como Fernando da Costa de Ataide Teive. No alto, brasão encimado por coroa ducal e, pendente da ponta do escudo, a cruz da Ordem de Santiago e Espada, da qual era grã-cruz. Escudo esquartelado: no primeiro quartel, as armas dos Sousas de Arronches; no segundo, as dos Costas; no terceiro, as dos Ataídes; no quarto, as dos Teives. As armas dos Teives, tal como constavam no ex-libris, eram as que haviam sido concedidas por D. João III, em 05.10.1530, a João de Teive, um dos descobridores das ilhas das Flores e do Corvo.[2] ToponímiaA cidade de Macapá, capital do estado brasileiro do Amapá, tem uma rua com o seu nome.[11] Árvore genealógica
Referências
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