Floresta Nacional de Caçador
A floresta nacional de Caçador é uma unidade de conservação brasileira de uso sustentável da natureza localizada no km 26 da rodovia SC 451, distrito municipal de Taquara Verde, em Caçador, Santa Catarina.[1][2][3] Com 270 ha de Araucaria angustifolia plantada,[4] a floresta nacional de Caçador possui a maior área contínua de reflorestamento desta espécie do mundo. Desta maneira, contribui significativamente para a preservação desta espécie única, símbolo de toda a região e que, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), encontra-se em perigo crítico de extinção.[5] A floresta, que é aberta à visitação pública, conta com infraestrutura de apoio ao visitante, composta de um grande quiosque, campo de futebol, trilhas ecológicas e uma casa.[6] HistóricoEm 1954 foi criado o Parque Florestal de Caçador em uma área de 710 ha, doada pela prefeitura do município ao antigo Instituto Nacional do Pinho (INP).[4] O parque, após a extinção do INP em 1967, ficou sob a responsabilidade do antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). O parque foi elevado à categoria de floresta nacional 25 de setembro de 1968, passsando assim a ser denominado de Floresta Nacional de Caçador.[7] Com a extinção do IBDF pela Lei Nº 7.732, de 14 de fevereiro de 1989, a floresta foi transferida à Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) e, posteriormente, para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), de acordo com a Lei Nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Em 2005, a Floresta ainda era administrada pelo IBAMA e sua situação fundiária estava completamente resolvida.[4] Em 2008, um grupo de trabalho do Ministério do Meio Ambiente (MMA) propôs o "rebaixamento" da floresta nacional de Caçador, junto às de Ipanema, Restinga do Cabedelo e Jamanxim, por não serem autossustentáveis e não atenderem outros requisitos.[8][9] Contudo, a floresta nacional de Caçador, com 708 ha, constava do Plano Anual de Outorga Florestal de 2009, conforme a Portaria Nº 25, de 4 de agosto de 2008, do Serviço Florestal Brasileiro.[10] O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),[1][2] ao qual cabe atualmente a gestão da unidade Caçador, excluiu dez florestas nacionais do processo de concessão do Plano Anual de Outorga Florestal de 2011, dentre elas a de Caçador.[11] Em dezembro de 2011 a floresta não tinha um Plano de Manejo e encontrava-se sem um Conselho Gestor,[1] apesar de recomendação neste sentido encaminhada pela Procuradoria da República em Santa Catarina ao ICMBio ainda em 2009.[12] Caracterização da áreaA floresta nacional de Caçador (FLONA de Caçador), com uma área de 706,54 ha,[1] é uma unidade de conservação de uso múltiplo sustentável, cujos objetivos são a preservação da natureza e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas. Contudo, apenas 0,01% da área da floresta é formada por mata nativa.[4] FloraA FLONA de Caçador está inserida no bioma da Mata Atlântica. A vegetação original era a de Floresta Ombrófila Mista, dominada pelas araucárias, sob as quais encontravam-se bosques compostos por, entre outras espécies, imbuias, canelas-pretas, cerejeiras e erva-mate.[13] Atualmente, dos reflorestamentos que compõe a FLONA Caçador, aproximadamente 38% (270 ha) são de araucária plantada, 35,1% (250 ha) de pinus elliottii e cerca de 3% (21 ha) de um misto de ambas as espécies. Apenas 0,01% da área da floresta é coberta por mata nativa (que inclui algumas araucárias). Outros 16,4% (116,45 ha) são de aceiros, havendo 2,067 ha (0,03%) de açudes.[4] TopografiaO relevo é ondulado, com rios ao longo de vales em "V" e colinas alongadas e bem esculpidas. A floresta está a cerca de 1 100 m de altitude.[3] InfraestruturaA unidade não possui um sistema de torres de observação nem um sistema de comunicação. Apenas o escritório regional do IBAMA, localizado na sede do município, está equipado para receber e fornecer informações sobre a mesma. A floresta é cortada pela rodovia estadual SC 451. Dividida em 32 talhões, possui diversos pontos de captação de água e estradas internas em boas condições de uso.[4] AmeaçasMenos de 1% da área da FLONA de Caçador é de mata nativa e há a dispersão descontrolada de pinus elliottii na região, sendo que a floresta abriga mais de 250 ha de reflorestamentos desta espécie.[4] Em 2009, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou o corte das espécies exóticas passíveis de aproveitamento econômico, que estivessem causando danos ambientais ou impedindo a regeneração da mata nativa.[12] A intenção do MPF é de que sejam preservadas as espécies nativas, em substituição às espécies exóticas. Por apresentar uma grande área coberta com espécies exóticas, a FLONA de Caçador estaria em desacordo com a Lei n. 9.985/2000, segundo a qual Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas.[1][12] VisitaçãoA floresta é aberta à visitação pública.[1] O visitante encontrará um grande quiosque, campo de futebol, trilhas ecológicas e uma casa, que poderá utilizar.[6] Referências
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