Natural de Manoel Urbano, Iolanda Ferreira Lima é filha do seringueiro cearense Horácio Lima e da imigrante árabe Nazira Anute. Agricultora e empregada doméstica, estudou no Instituto Santa Juliana, em Sena Madureira, antes de formar-se professora na Escola Normal Lourenço Filho.[4] Aos doze anos de idade, foi animadora dos comícios do PTB no Acre,[nota 2] casando-se anos depois com Geraldo Fleming, veterinário e capitão do exército nascido na cidade mineira de Campanha.[5] Em 1961 o governador Rui Lino a nomeou para trabalhar na rede estadual de ensino e um ano depois, Geraldo Fleming foi eleito deputado estadual, licenciando-se para ocupar os cargos de secretário de Agricultura e secretário de Justiça[nota 3] no governo Edgar Cerqueira, alçado ao Executivo acriano nos primeiros meses do Regime Militar de 1964.[6] No ano seguinte, Iolanda Fleming foi exonerada do cargo de diretora da escola Neutel Maia, em Rio Branco.[7]
Governadora do Acre
Quando os militares impuseram o bipartidarismo em 1965,[8] Geraldo Fleming e Iolanda Fleming viram-se sem o PTB e optaram pelo MDB. Nesta legenda ela foi eleita vereadora em Rio Branco em 1972 e 1976, chegando à presidência da Câmara Municipal e formando-se advogada no ano seguinte pela Universidade Federal do Acre.[7] Eleita deputada estadual em 1978 após quatro mandatos consecutivos do marido,[9]filiou-se ao PMDB com o retorno do pluripartidarismo em 1980,[10] sendo eleita vice-governadora do Acre na chapa de Nabor Júnior em 1982.[11][12]
Ao longo de 1987 separou-se de Geraldo Fleming passando a assinar "Iolanda Lima" e em maio do ano seguinte deixou a Secretaria de Transporte alegando "desprestígio" junto ao governo estadual. Um mês depois assinou a ficha de filiação ao PDS,[19] elegendo-se vice-prefeita de Rio Branco na chapa de Jorge Kalume em 1988 e amargando o penúltimo lugar como candidata a senadora em 1990.
↑Durante o mandato da governadora Iolanda Fleming, seus substitutos foram o deputado Alcimar Leitão, presidente da Assembleia Legislativa, e o desembargador Minervino Bezerra de Farias, presidente do Tribunal de Justiça.
↑Iolanda Fleming completou doze anos em 1948, ano em que não houve eleições no Acre, então um território federal, embora mantenhamos a informação originária do Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas.
↑Conforme a nomenclatura da época, Geraldo Fleming foi secretário de Agricultura, Indústria e Comércio, e depois secretário de Segurança, Interior e Justiça.
↑Em 3 de janeiro de 1984 a advogada Janilene Melo, secretária de Planejamento de Rondônia (estado onde não existia o cargo de vice-governador), assumiu interinamente o governo durante 42 dias em substituição a Jorge Teixeira, mas a condição de Iolanda Fleming como a primeira de nossas governadoras foi salientada pela coluna Informe JB publicada pelo Jornal do Brasil no dia 9 de janeiro daquele ano, sob o título "A segunda".
↑O cerne da questão foram as benfeitorias feitas pelos acrianos nos distritos de Extrema e Nova Califórnia, situados em Porto Velho. Ao comentar o caso, Iolanda Fleming sustentava que o Acre apenas retomou uma área que historicamente lhe pertencia, afinal o estado vizinho foi quem errou ao instalar um posto fiscal em solo acriano, tese rejeitada de forma veemente pelo governador de Rondônia, Ângelo Angelim.
↑BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Dados estatísticos: eleições federais, estaduais e municipais realizadas em 1982. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, 1988. v.14 t.1.