Sabrina Fernandes
Sabrina da Fonseca Borges Fernandes (Goiânia, 26 de julho de 1988) é uma socióloga, economista, professora, militante marxista e ex-youtuber brasileira, conhecida pelo seu canal chamado Tese Onze que contém vídeos acerca de debates, informações e críticas dentro de perspectivas de esquerda por uma linha marxista (especificamente, ecossocialista) e progressista. Sabrina Fernandes é PhD em Sociologia e Mestre em Economia Política pela Universidade Carleton no Canadá, onde escreveu sua tese premiada pela CALACS e pela própria Universidade Carleton com uma medalha do senado.[1][2] Os temas da tese envolvem a despolitização e a fragmentação da esquerda no Brasil evidenciada pela crise política de 2014 no Brasil, que deram origem ao seu livro Sintomas Mórbidos: A encruzilhada da esquerda brasileira.[3] Em dezembro de 2020, publicou o livro Se Quiser Mudar o Mundo - um guia político para quem se importa, livro introdutório aos principais conceitos de política, sem abrir mão de sua complexidade.[4] Ela também preparou uma nova edição, com introdução e notas, do Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels no Brasil. Além de estudar e viver o contexto da esquerda brasileira e internacionalista, é especialista em teoria marxista, pedagogia crítica, estudos feministas e sociologia ambiental. No Brasil, foi pesquisadora colaboradora plena na Universidade de Brasília, onde foi professora voluntária e substituta.[5] Realizou cursos presenciais introdutórios ao ecossocialismo em algumas cidades desde 2018. Seu canal no YouTube foi criado em 2017 e inicialmente abordava os elementos presentes em sua pesquisa, porém com o aumento da popularidade foi rebatizado em referência às Teses sobre Feuerbach de Karl Marx e ampliou seu conteúdo, alcaçando mais de 435.000 assinantes em diferentes plataformas online e de produção de mídia, incluindo podcasts e clube do livro.[6][7][8][9] Nos últimos anos, ela tem direcionado seu trabalho ativista, de pesquisa e publicação para promover sínteses políticas na fragmentada esquerda brasileira, com foco no ecossocialismo.[10] Escreveu e editou para a revista nova-iorquina Jacobin[11] e suas versões brasileira (como editora consultora-chefe) e latino-americana.[12] Em 2023 se tornou pesquisadora de pós-doutorado do CALAS na Universidade de Guadalajara. Anteriormente, foi pesquisadora visitante do Instituto Latino-Americano da Freie Universität Berlin, pesquisadora sênior no Departamento de Ciência Política da Universidade de Viena e do International Research Group on Authoritarianism and Counter-Strategies (IRGAC) da Rosa Luxemburg Stiftung.[13][14] Co-autorou artigos com Michael Lowy e outros expoentes contemporâneos do ecossocialismo, abordando assuntos como teoria da dependência e imperialismo ecológico, extrativismo e soberania no Sul Global, decrescimento e descarbonização da economia.[15][16][17][18] Frequentemente participa com entrevistas e artigos em uma variedade de meios de comunicação com grande público.[19] BiografiaNascida em Goiânia, começou a estudar a língua inglesa aos 13 anos e a lecionar aos 16. Ao atingir a maioridade, em 2006 conseguiu uma bolsa na Universidade St. Thomas, em Fredericton no Canadá onde graduou-se com honras em Economia. Com o incentivo de seus professores, Fernandes prosseguiu seus estudos e pesquisas na Universidade Carleton em Ottawa tendo concluído um mestrado em economia política investigando a proliferação da indústria dos cursinhos pré-vestibulares em Goiânia a partir de uma perspectiva teórica marxista e freiriana, e um doutorado em sociologia que lhe rendeu premiações com sua tese acerca da despolitização brasileira e da fragmentação da esquerda.[6] Voltou a morar no Brasil em 2015 (tendo terminado a mudança em 2017) por motivos pessoais e pelo ativismo, devido ao momento político pelo qual o país passava.[20] É irmã do criminólogo Samuel Silva Borges, que é colaborador em projetos como o Tese Onze e o Fundamentes. Compõe o comitê de direção da Global Ecosocialist Network e é conselheira sênior de pesquisa do Instituto Alameda. Visões políticas e ativismoFernandes começou seu ativismo no Canadá atuando no movimento estudantil e em coletivos feministas, além de ser filiada ao Novo Partido Democrático. Entre as bandeiras que levanta, estão o ecossocialismo, o marxismo, o feminismo e o veganismo. No Brasil, a ativista foi filiada ao Partido Socialismo e Liberdade, sem pretensões de se candidatar, de 2016 até Fevereiro de 2022.[21] YouTube
Em junho de 2017 gravou o primeiro vídeo do canal que começou com o nome "À Esquerda" com a intenção de discutir as definições e a atuação do campo progressista em um espaço onde predominavam os youtubers de direita.[21] Depois de seis meses de existência o canal foi renomeado para "Tese Onze" em referência às Teses sobre Feuerbach de Karl Marx, sendo que a décima primeira diz: "Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo".[23] Fernandes diz que tem a "responsabilidade de romper padrões" sendo uma mulher que fala sobre política no meio digital e defende a necessidade de pensar em táticas de comunicação “que não fiquem simplesmente nos formatos já maçantes da esquerda, que não atrai grande parte da população”.[24][25] Com mais de 435 mil inscritos, Fernandes dá pequenas aulas sobre marxismo, feminismo, ecologia, comenta a política brasileira e internacional e rebate argumentos da direita desde teorias conspiratórias como a do marxismo cultural até o termo pejorativo "socialista de IPhone".[6][26] Também promove a autocrítica de esquerda, incluindo por exemplo a identificação das falhas cometidas pelos governos do Partido dos Trabalhadores como a conciliação de classes.[21] Encerrou as atividades do canal em 20 de julho de 2023.[27] Atualmente Sabrina é uma das colaboradoras do portal de noticias Intercept Brasil onde escreve colunas sobre clima, politica e transição energética. [28] PublicaçõesLivros Autorais
Livros Editados
Trabalhos científicos
Referências
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