Serra de Baturité
A Serra de Baturité é uma formação do relevo brasileiro, também conhecida como Maciço de Baturité ou Serra de Guaramiranga, localizada no centro-norte do Ceará. Está distribuída pelo território de doze municípios: Canindé, Caridade, Aratuba, Mulungu, Guaramiranga, Pacoti, Palmácia, Itapiúna, Capistrano, Baturité, Redenção, Acarape. A região abriga a primeira e maior área de proteção ambiental do estado, abrangendo área de 32.690 hectares.[1] É uma das regiões de maiores índices pluviométricos do estado,[1] tendo como climas predominantes o tropical quente subúmido nas áreas de menor altitude, o tropical quente úmido nas altitudes intermediárias e o tropical subquente úmido nas altitudes mais elevadas. Os tipos fitoecológicos predominantes são floresta subperenifólia tropical pluvio-nebular (ou mata úmida serrana) e mata atlântica nas maiores altitudes, floresta subcaducifólia tropical pluvial (ou mata seca) nas regiões de altitude intermediária e caatinga arbustiva densa nas regiões de menor altitude. A região funciona como divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios Curu, Choró e Pacoti. Seu ponto culminante é o Pico Alto, o 3º maior do estado, com 1.115 metros de altitude, em Guaramiranga.[2] Repleta de sítios e fazendas, a região é forte exploradora da fruticultura aliada à horticultura. GeografiaO Maciço Residual de Baturité, popularmente conhecido como Serra de Baturité, configura-se como um território de exceção no contexto da grande semi-aridez do estado do Ceará. Sob o ponto de vista climático, na área serrana, a incidência de totais pluviométricos elevados (média de 1500 mm anuais) permite incluí-la como uma das mais úmidas do estado. Esse fato é oriundo da ação combinada da altitude e exposição do relevo face aos deslocamentos de massas de ar úmidas. De modo geral, a temperatura é atenuada pelos efeitos da altitude, com variações térmicas não significativas ao longo do ano. Via de regra, a temperatura oscila entre 15°e 22°C. A área em questão constitui um dos mais expressivos compartimentos do relevo elevado do Ceará, os chamados relevos residuais, resultantes dos processos erosivos ocorridos na era Cenozóica, que envolve o período terciário, o qual teve início no Paleoceno, há quase 70 milhões de anos, e terminou no Quartenário (Holoceno e Pleistoceno), período mais recente na escala do tempo geológico, iniciado há um milhão de anos, quando ocorreram as mais severas eversões (desmoronamentos) do pavimento nordestino até tornar-se desgastada a depressão sertaneja atual. [3] GeologiaTopografiaA região é caracterizada por uma topografia acidentada e por grandes desníveis, com altitudes que variam entre 100 e 1 115 m, na qual está seu ponto culminante, o Pico Alto.[4] Cidades da Serra de Baturité e suas altitudes
Formações rochosasAo longo da serra, encontra-se, ainda no interior da APA, uma formação rochosa conhecida como Pedra do Bacamarte, no município de Palmácia. Trata-se de um bloco rochoso de 900 m de altura com uma forma que lembra o Morro do Pão de Açúcar. BiodiversidadeO Maciço de Baturité é conhecido por abrigar um dos poucos vestígios de Mata Atlântica ainda existentes no interior do nordeste do país. Possui um clima muito particular, já que está localizado numa região de semi-árido. As temperaturas máximas podem alcançar até 32°C, entanto, as mínimas podem chegar aos 15°C no período entre junho e agosto, registrando uma média mínima de 22º ao longo do ano. É possível encontrar espécies tipicamente Amazônicas (Surucucu Pico-de-Jaca, por exemplo), assim como da Mata atlântica (Guaramiranga ou Dançador-Laranja). Devido ao isolamento físico provocado pelas características geográficas da região, a APA da Serra de Baturité contém algumas espécies que só se encontram nesta região, representando um verdadeiro banco genético de biodiversidade. Possui uma grande variedade de espécies animais, destacando-se as aves representadas pelo Uru (Odontophorus capueira plumbeicollis), Jacucaca (Penelope jacucaca), Saripoca-de-gould (Selenidera gouldii), Cara-suja (Pyrrhura griseipectus), Periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri), Choca-da-mata (Thmanophilus caerulescens cearensis), Chupa-dente-do-nordeste (Conopophaga cearae), Tovaca-campainha (Chamaeza campanisona), Vira-folha-cearense (Sclerurus cearensis), Pintassilgo-do-nordeste (Spinus yarrellii), Saíra-militar (Tangara cyanocephala cearensis) e Saí-azul (Dacnis cayana); mamíferos: Cachorro-vinagre (Speothos venaticus), Gato-pintado (Leopardus wiedii) Gato-do-mato (Leopardus tigrinus), Onça-parda (Puma concolor) e Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), entre outros. TurismoA Serra de Baturité é detentora de uma das últimas reservas da Mata Atlântica da região nordestina, e, por isso, apresenta condições ideais para a prática do Ecoturismo. A região é rica, sobretudo, em cachoeiras. Nas programações turísticas, é possível conhecer lugares como as Cachoeiras da Volta, do Frade, do Perigo, do Chuvisco, do Oratório, do Cafundó e do Jordão, por exemplo. A região oferece diversas atrações turísticas naturais, que envolvem passeios de caiaque, pedalinho, canoa canadense, cavalo, esportes radicais e trilhas. Além do clima ameno como diferencial, a região é entrecortada por quedas d'água e montanhas. A Pedra do Bacamarte, é respeitada pelos alpinistas por sua altura e imponência. A Pedra da Torre da Lua, o platô Encontro dos Ventos,o Morro do Cruzeiro o Penhasco São João e a Cachoeira do Chuvisco, uma das nascentes do Rio Ceará, são outras atrações turísticas importantes. Os relevos favorecem a prática de várias modalidades de esportes de aventura, destacando-se de modo especial o voo livre. As trilhas ecológicas podem ser feitas nos mais diferentes níveis. A trilha do Bacamarte, conhecida por ser íngreme, permite, ao seu final, a visão os municípios de Maranguape, Redenção, Acarape e Fortaleza. A trilha da Torre da Lua, mais suave, tem passagem pela mata atlântica e uma grande visão do vale da região. [5] Através dos anos, a região se desenvolveu e, hoje, tornou-se um grande polo regional de turismo, sobretudo em épocas especiais do ano, como o Carnaval. A cidade de Guaramiranga, por exemplo, realiza o Festival de Jazz e Blues – evento que conta com a participação de importantes artistas nacionais e internacionais, que lotam as ruas e hospedagens. A gastronomia, bem como o artesanato, são outro eixo da cultura e do desenvolvimento da região.[6] A cidade vizinha Baturité, encanta seus visitantes com seu tradicional Festival de Quadrilhas,atraindo todo ano milhares de visitantes. Pontos turísticos
A Serra de Baturité tem como principais acessos, partindo de Fortaleza, as rodovias CE-060 (sentido Pacatuba / Baturité), CE-065 (sentido Maranguape / Palmácia) e CE-356. Notas e referências
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