Tangará (ave)
Manaquim-azul[4] ou tangará-dançarino[5], tangará, dançador[3][6] ou fandangueiro[7][8]; nomeada, em inglês, blue manakin[9] ou swallow-tailed manakin[6][7]; em castelhano: bailarín azul (Arg.)[10]; cientificamente denominada Chiroxiphia caudata; é uma espécie de ave da família Pipridae; um pássaro endêmico de florestas de Mata Atlântica, em sub-bosques e capoeiras da região oriental do Brasil, do estado da Bahia até o Rio Grande do Sul e em Misiones, na Argentina, ao Paraguai; mais frequente em áreas montanhosas arborizadas até altitudes de 1.800 metros.[2][3][11] No norte de sua distribuição, esta espécie entra em contato parcial com o tangará-falso (Chiroxiphia pareola), sua congênere[6], embora esta ocorra em áreas de menor elevação, junto à costa.[11] Foi classificada em 1793, por George Kearsley Shaw e pelo ilustrador Frederick Polydore Nodder, descrita como Pipra caudata para a obra Naturalist's Miscellany[2][7][12]; considerada a ave símbolo do município de Ubatuba, em São Paulo, no ano de 2004[13], e sendo listada pela União Internacional para a Conservação da Natureza como espécie pouco preocupante.[9] Ela mede 13 centímetros de comprimento (adicionando-se mais 2 centímetros ao prolongamento de suas retrizes medianas).[2][3] Sua denominação binomial, Chiroxiphia caudata, significa "asa de sabre com cauda longa", com a palavra tangará supostamente derivada do tupi tãga'rá[14]: junção de ata, andar; e carã, em volta; sendo correspondente ao vocábulo castelhano saltarin.[2] Este pássaro é muito mencionado na região sudeste do Brasil devido às suas danças; por isso também denominado dançador.[3][15] DescriçãoChiroxiphia caudata apresenta grande dimorfismo sexual: MachoNo macho ocorre a predominância de penas de cor azul intensa, contrastando com sua cabeça, asas e retrizes externas em negro a cinzento, destacando-se uma área em vermelho no topo da cabeça. Em sua cauda destacam-se duas penas medianas, azuis e mais longas do que as outras.[3][11][16][17]
Fêmea e macho imaturoA fêmea e o macho imaturo, cuja primeira mudança é a apresentação de sua coroa vermelha[11][18], possuindo penas de coloração bem mais discreta, sendo verde-oliváceos a cinzentos; também se descrevendo espécimes de coroa alaranjada entre os juvenis.[3][11][19] Fêmeas também apresentam as penas medianas de sua cauda mais alongadas do que as outras.[11] Vocalização, nidificação e reproduçãoSão complexas as cerimônias nupciais destas aves que, diante de uma fêmea, passiva, assistem-se em volteios, dos quais participam geralmente de dois a seis machos, formando uma compacta fila (ou bicha) movediça, geralmente sobre um galho horizontal e pairando no ar por alguns instantes; chamados através de um sonoro "drüwed"[3] ou "trá-trá"[16] pelo macho dominante e assim procedendo até que todos tenham realizado pequenos voos, recomeçando novamente e emitindo pequenos gritos: "tiú-u,u,u; tiú-u,u,u"[3] ou "kuá-kuáá-kuáá"[11]; iniciando-se em compasso lento e acelerando; emitindo, por fim, um agudíssimo "tic-tic-tic" que encerra a cerimônia, que varia entre 30 segundos a 2 minutos e podendo recomeçar, tal ritual, minutos após[3][15]; finalmente com o macho perseguindo a fêmea com a vocalização de um "trrrrs", ainda dispondo de um assobio de advertência: "dwüd" ou "dwüod"[3] e, com frequência, com ambos os sexos dando um "choueu, cho-cho-cho".[11] Seu ninho é uma cestinha rala, na forquilha bem alta de um galho próximo a água, construído com fibras vegetais e utilizando-se de teias de aranha para colar seu material; onde se colocam 2 ovos de coloração pardacenta com desenhos mais escuros; cuja incubação é feita pelas fêmeas, durante 18 dias, e com os filhotes abandonando o ninho após 20 dias.[2][11][20]
AlimentaçãoNos bosques tropicais onde habita, este pássaro é onívoro, se alimentando de frutos (bagas) e pequenos artrópodes, como aranhas, insetos e suas larvas. Aprecia a Michelia champaca (magnólia-amarela) e a Acnistus arborescens (fruta-do-sabiá).[2]
Referências
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