Voleibol Feminino do Minas Tênis Clube
A equipe de Voleibol Feminino do Minas representa o Minas Tênis Clube, clube polidesportivo brasileiro com sede em Belo Horizonte, Minas Gerais. É uma das equipes mais tradicionais do Brasil, tendo conquistando diversos títulos nacionais e internacionais. Por razões de patrocínio, a equipe atualmente é denominada Gerdau/Minas.[1] HistóriaPrimeiros anosO voleibol é praticado no clube desde sua fundação, nos anos 1930. No ano de 1934, ocorreu a primeira edição do Campeonato Mineiro de Voleibol Femino, com o Minas conquistando seu primeiro título estadual em 1940. Nessa época osas partidas eram disputados em melhor de três sets. Para conquistar o título, o Minas venceu o Paisandú por 2 sets a 0; o Atlético (2x1); e o América duas vezes: primeiro na fase de grupos (2x1) e na final por 2 a 0 (parciais de 15-3 e 15-4).[2] Após o intervalo entre 1941 e 1945, em que o campeonato mineiro não foi disputado, o Minas voltou a vencer o estadual em 1946 e 1949. Em 1944, sagrou-se hexacampeão do campeonato de Belo Horizonte e fez uma excursão ao Rio de Janeiro, onde jogou uma série de partidas amistosas com Botafogo e Fluminense.[3] A construção do Ginásio do Minas em 1952, e as excursões da equipe para outros estados e para o exterior deram novo impulso ao voleibol minastenista. Nessa época, o Minas se tornou-se uma das principais equipes de voleibol da região, estabelecendo uma rivalidade principalmente com o Mackenzie, dado a proximidade entre os dois clubes.[4] Nos anos 1950 ainda não existiam campeonato nacionais de voleibol, mas aconteciam muitos torneios abertos com equipes de vários estados. Em 1957, por exemplo, o Minas sediou o Torneio Paulo Augusto dos Anjos, sendo vice-campeão. O campeão foi o Flamengo, com a participação ainda da Atlântica-Bradesco, e da seleção mineira juvenil.[5] Anos 1960 e 1970: os primeiros títulos nacionais, e o vice sul-americanoEm 1963 e 1964, o Minas foi bicampeão do Torneio de Clubes Campeões do Brasil, considerado na época a principal competição nacional. Um dos destaques da equipe campeã foi Elda Silva, atleta que também representava a seleção brasileira.[6] Ainda em 1964, em uma excursão ao México, foi campeão do Troféu Lopes Mateus.[7] Nessa época, as atletas ainda não eram profissionais, como conta Yara Ribas de Castro, ex-diretora do vôlei feminino do Minas. Segundo ela, todas as atletas estudavam e trabalhavam durante o dia, e somente iam ao clube treinar na parte da noite.[8] Em competição realizada na capital de São Paulo, em dezembro de 1974, o Minas venceu a Vª Taça Brasil de Voleibol. O título foi conquistado com uma vitória na última rodada sobre o rival Mackenzie, por 3 sets a 0, com parciais de 18-16, 15-5 e 15-3. As jogadoras Sônia Faria, Gislene, Fairuze e Eliana foram os destaques da final. O Minas foi campeão invicto, vencendo também os outros quatro participantes: Resendense-RJ, Aramaçãn-SP, Paulistano e Fluminense.[9][10][11] O vice-campeonato do Sul-Americano de Clubes de 1976 foi a primeira conquista de expressão internacional do vôlei feminino do Minas. Participaram do torneio os clubes vencedores dos campeonatos de primeira categoria de 1974 de cada federação membro da Confederação Sul-Americana. A competição foi realizada em abril de 1976, em Buenos Aires. Na primeira fase, o Minas venceu o Guarani- PAR (3x0; 15-3,15-2, e 15-6); Chaco Petrolero-BOL (3x0; 15-2,15-4,15-6); Manuel de Salas-CHI (3x0; 15-2, 15-7, 15-6) e Olímpia-URU (3x0; 15-11, 15-6, 15-3). Com o ginásio do Ferro Carril lotado, o Minas perdeu a final para o campeão argentino, Gimnasia y Esgrima, (2x3; 15-8, 10-15, 8-15, 15-7, 12-15). As destaques do Minas foram as jogadoras Paula Melo, Eliana Aleixo, Fairuze, Zezé, Nádia Lemos e Soninha. Também fizeram parte do elenco: Idelma Ribas, Marta Magalhães, Gislene Rohlfs e Cecília Reis. O técnico foi Paulo Augusto dos Santos.[12][13] Conquistas internacionais e o primeiro título da Liga NacionalO vice-campeonato da Liga Nacional 1991/1992 rendeu uma vaga ao L’acqua de Fiori/Minas para a disputa do Sul-Americano de 1992. Em competição disputada na cidade paulista de São Caetano do Sul, o Minas voltou a ser vice-campeão sul-americano. Na primeira fase, o Minas derrotou o El Cedro-PAR (3x0;15-3,15-1,15-0) [14] e Independência Formosa-ARG (3x0; 15-2,15-1,15-4) [15]. Na semifinal venceu o Deportivo Power-PER (3x0; 15-1,15-2,15-3). Na final, em 22 de março, o Minas foi superado pelo rival Colgate/São Caetano, que venceu por 3 sets a 1 (0-15,17-15,5-15,9-15). Na equipe do vice-campeonato, o Minas contava com grandes estrelas do vôlei brasileiro: Leila, Hilma, Fernanda Venturini e Ana Flávia, e que seriam a base do time campeão da próxima Liga Nacional. Já o Colgate/São Caetano era liderado por Ana Moser e a levantadora Fofão.[16][17] Em novembro de 1992, mostrando sua ascensão no cenário internacional, o Minas conquistou o vice-campeonato do Campeonato Mundial de Clubes. A equipe do técnico Cebola viajou para a disputa na Itália após se classificar para o mundial com o vice-campeonato do sul-americano. Na primeira fase, o Minas venceu o Hitachi Musashi do Japão (3x2) e o Posta Kenya do Quênia (3x0), mas perdeu para o campeão italiano Il Messaggero Ravenna por 3 sets a 2, em um jogo em que o Minas começou arrasador, mas não resistiu a força das italianas, parciais de 2-15,15-11,11-15,15-8 e 15-8. Na semifinal, a equipe mineira derrotou as russas do Uralochka Sverloszik por 3 sets a 1 e enfrentou na final novamente o Il Messaggero Ravenna, que tinha nomes como a americana Caren Kemner e a holandesa Henriette Weersing. Em um jogo de parciais apertadas, as italianas venceram por 3 a 0 (14,15-13,15-12). Na final, o Minas jogou sem duas de suas principais jogadoras, Ida e Márcia Fu, e entrou em quadra com Ana Flávia, Cilene, Leila, Ana Paula, Arlene, Andréia Marras e Hilma. Ana Flávia foi escolhida a MVP da competição, e Cilene a melhor passadora.[18] Assumindo novamente o protagonismo nacional, a equipe do L’acqua de Fiori/Minas venceu a Liga Nacional 1992/1993, derrotando o Colgate/São Caetano na série final, em uma melhor de cinco partidas. Foi uma revanche da temporada 1991/1992, em que o Minas havia ficado com o vice-campeonato, perdendo o título para o mesmo Colgate/São Caetano. Na série final de 1992/1993, o São Caetano começou vencendo em casa, fazendo 3 sets a 2 na primeira partida.[19] No entanto, o Minas mostrou força de reação e virou a disputa, vencendo as três partidas seguintes. Nos dias 9 e 10 de março, as mineiras venceram o São Caetano por 3x0 e 3x1 em Belo Horizonte [20]. A última partida da série foi disputada no ginásio Milton Feijão, em São Caetano, em 12 de março de 1993. O Minas venceu por 3 sets a 0, parciais de 15-8,15-12,15-11, em 1h e 39m de jogo, definindo a série em 3 jogos a 1 para a equipe de Belo Horizonte. O Minas teve como levantadora Andréia Marras e no elenco: Leila, Hilma, Arlene, Ana Paula, Letícia, Kely, Kátia Lopes, Marianna e Cilene. O técnico era Carlos Alberto Castanheira, o Cebola. Com essa vitória o Minas se classificou mais uma vez para o sul-americano.[21][22] No Sul-Americano de Lima em 1993, o Minas foi derrotado novamente na final pelo São Caetano. Na primeira fase venceu as equipes do San Antonio-BOL, Atletico Lafinur-ARG e Alianza Lima-PER.[23]. Na semifinal, o Minas derrotou o Latino Amisa-PER, mas perdeu a final para o São Caetano, por 3 sets a 1 (parciais de 15-10, 15-8, 5-15, e 15-9).[24][25] O primeiro título internacional de expressão do Minas só viria em 1999, com o MRV/Minas vencendo o Campeonato Sul-Americano de Campeões de 1999. Realizada em Cochabamba, na Bolívia, a competição contou com a participação de seis equipes, que jogaram entre si em turno único.[26] Para ser campeão, o Minas venceu o River Plate-ARG, campeão argentino, por 3 sets a 0 (25-12,15-19,25-15), o Náutico Hacoaj-ARG também por 3x0 (26-24,25-21,25-11); o Univalle-BOL (3x0; 25-13,25-16,25-10); o Petrobrás/Macaé-BRA (3x0;25-17, 25-18,25-17); e na última rodada derrotou o campeão peruano, Deportivo Sipesa, por 3 sets a 1 (25-16,25-27,25-19,25-16).[27] O Técnico Chico dos Santos contou com as jogadoras Ana Flávia, capitã da equipe, Fabiana Berto, Fernanda Doval, Arlene, Estefânia, Miriam, Rosângela, Simone Storm, Andreza, Luciana Adorno, Kely e Cibele.[28][29] No ano seguinte, o MRV/Minas conquistou o bicampeonato sul-americano, vencendo a Liga Sul-Americana de Clubes de 2000. O campeonato ocorreu em Joinville, no mês de abril.[30] A renovada equipe do Minas era liderada pela levantadora Fofão e pela atacante romena Cristina Pirv, e também tinha como destaques as centrais Kely e Ângela e a líbero Josiane. Para ser campeão, o Minas derrotou o Índias de Miranda-VEN, o Náutico Hacoaj-ARG, e o algoz do vice-campeonato de 1976, o Gimnasia y Esgrima-ARG, todos por 3 sets a 0; e na última rodada superou o BCN/Osasco por 3 sets a 1. Fofão foi escolhida a melhor levantadora da competição, Josiane recebeu o prêmio de melhor passe, Cristina Pirv o de melhor atacante e Kely o de destaque.[31][32] A conquista do primeiro título da SuperligaApós a conquista da Liga Nacional em 1992/1993, o Minas obteve bons resultados nos anos seguintes, ficando em terceiro lugar na Supeliga de 1994/1995 e 1997/1998, e sendo vice-campeão na edição de 1999/2000. Porém o almejado título da Superliga só viria na temporada 2001/2002. A conquista da Superliga de 2001/2002 foi marcante para a história do Minas. Em 27 de abril de 2002, no ginásio do Mineirinho lotado, a equipe do MRV/Minas derrotou o rival BCN/Osasco na última partida da série. A equipe do técnico Antônio Rizola havia perdido o primeiro jogo da série decisiva por 3 sets a 0, em Osasco. Na segunda partida, em Belo Horizonte, após estar perdendo por 2 sets a 0, o Minas virou de forma impressionante, vencendo por 3 sets a 2 (23-25,23-25,25-22,25-17,15-10) e forçando a realização do terceiro jogo.[33] Na partida decisiva, a equipe mineira venceu por 3 sets a 1, parciais de 25-21, 23-25, 25-16 e 25-20, em 1h 51m de partida. Fofão recebeu o prêmio de melhor levantadora da competição, Cristina Pirv foi a maior pontuadora e prêmio de melhor recepção. Também faziam parte do elenco campeão: Érika, Ângela, Fabíola, Ana Volponi, Sheila Castro, Juciely, Elisângela, Marina Daloca, Joyce.[34][35] Depois dessa conquista o Minas seria vice-campeão nas duas temporadas seguintes da Superliga (2002/2003 e 2003/2004), e terceiro colocado em 2006/2007 e 2015/2016. Mas só voltaria a disputar a decisão em 2018/2019, quando o clube mineiro entrou em uma nova era de grandes títulos nacionais e internacionais. História recente: uma máquina de títulosA temporada de 2018/2019 marcou o início de uma nova página da vitoriosa história do Minas, com a conquista de três títulos da Superliga em sequência. Na Superliga de 2018/2019, após uma excelente primeira fase, com 20 vitórias em 22 jogos, a equipe do Minas derrotou seu novo grande rival Praia Clube na série final (3x2 e 3x1). O Praia era o atual campeão e defendia o título. Foi a primeira vez que dois times mineiros decidiram a Superliga, algo que viraria rotina desde então. O time do Minas contava com a levantadora Macris, as centrais Carol Gattaz, Mara e Mayany, as ponteiras Gabi Guimarães e Natália, as opostas Bruna Honório e Malu, e a Líbero Léia. O comando técnico estava a cargo do italiano Stefano Lavarini.[36] Reforçado pela central Thaísa Daher, o Minas voltou a bater o Praia Clube nas finais das duas temporadas seguintes. Também contando com as chegadas das ponteiras Pri Dairot, Kasiely e Megan Hodge, a levantadora Pri Heldes e a oposta Danielle Cuttino. Na final da edição de 2020/2021 agora sob o comando do técnico Nicola Negro, o Itambé/Minas venceu o Praia Clube por 2 x 1 na série decisiva. Thaísa foi eleita MVP e melhor central do campeonato, Macris a melhor levantadora.[37] Na final da Superliga de 2021/2022 o Itambé/Minas venceu o Praia na final, desta vez por 2 a 0. Macris foi eleita a MVP e melhor levantadora da competição, Thaísa a melhor central e a oposta Kisy a MVP da final.[38] No plano internacional, também aconteceu uma constelação de títulos. O Minas sagrou-se pentacampeão sul-americano, vencendo as edições de 2018, 2019, 2020, 2022, e 2024.[39] Também foi vice-campeão no Mundial de Clubes de 2018.[40] Na temporada 2023/2024, o Gerdau/Minas voltou a ser campeão da Superliga, com nova vitória sobre o Praia Clube. Foi a quarta conquista nas últimas cinco edições da Superliga, todas derrotando na final seu rival de Uberlândia. Nessa conquista, os destaques foram a oposta Kisy, eleita melhor oposta e MVP da competição, a central Julia Kudiess. premiada como atleta revelação, a central Thaísa, as ponteiras Yonkaira Peña e Pri Dairot, e a líbero Nyeme.[41] Elenco AtualElenco do Gerdau/Minas para a temporada 2024/2025.[42]
Títulos
Campanhas de Destaque
NotasReferências
Information related to Voleibol Feminino do Minas Tênis Clube |