Walewska Moreira de Oliveira (Belo Horizonte, 1 de outubro de 1979 — São Paulo, 21 de setembro de 2023) foi uma jogadora brasileira de voleibol que desempenhava a função de central. Na Seleção Brasileira atuou durante dez anos.[1] Em 2008, foi premiada como a melhor bloqueadora do mundo no Grand Prix. Sagrou-se campeã olímpica em 2008.[2] Logo após conquistar o ouro olímpico, Walewska anunciou o seu desligamento da Seleção Brasileira, passando atuar somente em clubes. Em 2013, retornou à Seleção para a disputa da Copa dos Campeões, em que conquistou o título.[3]
Carreira
Clubes
Depois que o pai de Walewska percebeu a empolgação dela com o voleibol, a inscreveu em uma escola do esporte na Pampulha onde seu professor a levou para o Minas Tênis Clube aos 12 anos.[4] Estreou na equipe adulta do Minas em 1995.[5] Em 1998 foi para o Paraná Vôlei Clube, onde acabaria mudando a pronúncia de seu nome, que era originalmente "Valesca" mas o técnico Bernardinho acabaria por começar a pronunciar o segundo 'w' ("Valeusca") para distinguí-la da colega de equipe Valeska Menezes.[6] Permaneceria no time até 2003, sendo campeã da Superliga em 2000, em seguida jogando uma temporada pelo São Caetano e chegando às quartas da Superliga.[7] Em seguida passou sete temporadas em clubes estrangeiros, jogando pelo italiano Sirio Perugia, o espanhol Murcia e o russo VC Zarechie Odintsovo, até ser contratada em 2011 pelo Vôlei Futuro.[8]
Após o fim da temporada 2013/2014, assinou com o Minas Tênis Clube para defender novamente o clube que a revelou.[9][10]
Pelo Dentil/Praia Clube, Walewska disputou as competições do período de 2017-18,[11] sagrou-se vice-campeã do Campeonato Mineiro de 2017[12] e também na Copa Brasil de 2018 realizada em Lages[13] e contribuiu para a melhor campanha do clube na história da Superliga Brasileira A 2017-18 e é finalista[14] e sagrou-se campeã pela primeira vez e foi a melhor jogadora da final.[15]
Foi contratada pelo Audax /Osasco para as competições do período 2018-19[16] e obteve o vice-campeonato na edição do Campeonato Paulista de 2018.[17] Em 2019 voltou para o Praia Clube. Se aposentou após o Sul-Americano de Clubes de 2022,[18] em seguida lançando um documentário sobre sua carreira, Último Ato,[19] e participando do jogo de despedida da colega Sheilla Castro.[5]
Antes dos Jogos na Grécia, a meio-de-rede sofreu uma tendinite e foi poupada em grande parte da campanha do Grand Prix daquela temporada.[7] Na Olimpíada, não conseguiu repetir o pódio de Sydney-2000. Amargou com a equipe a eliminação pela Seleção Rússia, nas semifinais, e a derrota para Cuba, na disputa do bronze. Após o fracasso em Atenas, sobreviveu à reformulação implementada pelo técnico José Roberto Guimarães. Como titular, foi campeã do Grand Prix e vice do Mundial, ambos em 2006.[23][24]
Em 2007, amargou o vice-campeonato do Pan-Americano e da Copa do Mundo de Vôlei. Entretanto, em 2008, conquistou o tricampeonato do Grand Prix, tendo sido eleita a melhor bloqueadora do torneio.[25][26] Em agosto do mesmo ano, consagrou-se campeã olímpica em Pequim, onde se despediu da Seleção Brasileira. [27] Voltou à seleção para jogar a Copa dos Campeões no ano de 2013.[28][29]
Walewska morreu na noite de 21 de setembro de 2023 enquanto estava em viagem a São Paulo para o lançamento de sua autobiografia Outras Redes. De acordo com a Polícia Civil, que investiga as circunstâncias da morte, ela caiu do 17º andar de um edifício no bairro do Jardins, zona oeste da cidade de São Paulo.[31][32][33] Segundo o documento, a ocorrência foi às 18h09 de quinta-feira, com a comunicação às 20h19.[34] Cinco dias depois foi enterrada na sua cidade natal, Belo Horizonte.[35]
De acordo com o Boletim de Ocorrência, ao qual o jornal O Tempo obteve acesso, Walewska deixou uma carta sobre a mesa. "Na área de lazer, sobre uma mesa, havia uma garrafa de vinho com uma taça, ambas com vinho pela metade, além do aparelho celular e de uma pasta com uma folha sulfite, onde foi feita uma carta que seria da vítima aparentemente de despedida", diz um trecho do documento.[36] Eventualmente descobriram quatro cartas de despedida, endereçadas aos pais, ao irmão, ao seu antigo técnico Bernardinho e a colega de time Virna Dias, e ao amigo e padrinho de casamento Luiz Gustavo Del Maestro.[37][38] Sua morte está sendo investigada como suicídio.[39]
Em 3 de dezembro de 2023, os pais de Walewska disseram em uma entrevista ao programa de televisão que o marido da jogadora de vôlei, Ricardo Moraes, que se tornou o inventariante após a morte de atleta. Os pais também disseram que entraram na Justiça pedindo que o marido seja excluído da herança,[40] que por ter sido um casamento sem pacto antenupcial e filhos, seria deixada para os pais. Moraes confirmou à polícia que o casamento estava se deteriorando depois de 20 anos e o casal planejava o divórcio,[41] e as cartas de despedida indicaram que o suícidio de Walewska teria sido motivado pela descoberta que Moraes teve um filho fora do casamento, revelado pelo marido da mãe da criança.[42]