O Campeonato Europeu de Futebol de 2016, mais referido como Euro 2016, foi a 15.ª edição do Campeonato Europeu de seleções masculinas de futebol organizado pela UEFA.
Pela primeira vez, o Campeonato Europeu foi disputado por 24 seleções ocorrendo assim a expansão do formato de 16 equipas que era usado desde 1996[3] Sob este novo formato, os classificados competiram numa fase de grupos contendo seis grupos de quatro equipas cada, seguido por uma fase de eliminação com três fases e a final. Como anfitriã, a França teve classificação automática para o torneio, enquanto as outras 53 seleções competiram nas eliminatórias, de setembro de 2014 a novembro de 2015, para assegurar as 23 vagas remanescentes. Junto a estas seleções, estão a então bicampeã Espanha e, pela primeira vez desde a sua afiliação à UEFA, Gibraltar.
A França foi escolhida como sede a 28 de maio de 2010, quando a sua candidatura venceu a da Itália e a da Turquia.[4] As partidas foram jogadas em dez estádios entre nove cidades: Bordéus, Lens, Villeneuve-d'Ascq, Lyon, Marselha, Nice, Paris, Saint-Étienne e Toulouse. Foi a terceira vez que a França organizou o torneio, em que duas foram em 1960 e em 1984, sendo que a Seleção Francesa ganhou o torneio duas vezes: em 1984 e em 2000.
Quatro candidatas vieram antes do prazo final a 9 de março de 2009, que eram a França, Itália e Turquia como candidatas sós e Noruega e Suécia como candidatas em conjunto.[5] Estas últimas desistiram de concorrer em dezembro de 2009.[6]
O sorteio das eliminatórias ocorreu no Palais des Congres Acropolis em Nice a 23 de fevereiro de 2014.[2] Os jogos das eliminatórias começaram em setembro de 2014.[1] Com a expansão para 24 equipas, países do meio do ranking têm uma oportunidade muito maior de se classificarem para o torneio do que anteriormente.
Um total de 53 equipas disputaram as 23 vagas e juntaram-se à anfitriã França. Os potes foram formados com base nos coeficientes de seleções da UEFA, com a campeã da Euro 2012 a Espanha e a anfitriã França automaticamente entrarão no topo. As 53 seleções foram sorteadas em oito grupos de seis equipas e um grupo de cinco equipas. Os vencedores dos grupos, os segundo colocados e o melhor terceiro colocado (com os resultados contra o sexto colocado descartados) classificam-se diretamente para as finais. Os restantes oito terceiros colocados irão disputar a "repescagem" de ida e volta para determinar os últimos quatro classificados.[9][10][11]
Anteriormente, Gianni Infantino declarou em março de 2012 que a UEFA iria rever as eliminatórias para garantir que ela não seja "chata".[12] Em setembro de 2011, durante a primeira reunião estratégica da UEFA, Michel Platini propôs um formato de eliminatórias envolvendo duas fases de grupos, mas a proposta não foi aceita pelos membros associados.[13] Em maio de 2013, Platini confirmou que um formato similar para as eliminatórias seria discutido a reunião do comité executivo da UEFA em setembro de 2013, em Dubrovnik.[14]
Equipas classificadas
Em negrito estão as edições em que a seleção foi campeã em itálico estão as edições em que a seleção foi anfitriã.
A anfitriã França ocupou a posição 1 no Grupo A e a campeã Espanha também teve garantida a presença no Pote 1, independentemente do lugar que ocupava no "ranking".[15]
O logótipo do Euro 2016 foi apresentado a 26 de junho de 2013 por Michel Platini, então presidente da UEFA no pavilhão Cambon Capucines em Paris. Num comunicado, a UEFA explica que "o objetivo é de associar a criatividade que caracteriza a cultura francesa assim como a beleza do futebol e de dar à UEFA Euro 2016 a sua identidade própria. Isto contribui em meter em valor o prestigio de um dos mais importantes eventos desportivos do planeta e dando-lhe uma identidade facilmente reconhecível". Foi concebido por a agência Portuguesa Brandia Central também responsável pelo logo da Euro 2012.
Inspirado do tema Celebrar a arte do futebol, o design é bem obscuro e combina com vários movimentos artísticos e diferentes elementos ligados ao futebol. O elemento central do logo é o troféu Henri Delaunay, criador da competição. O azul, o branco e o vermelho, cores da bandeira francesa, misturam-se igualmente a linhas e formas delicadas a fim de produzir um estilo contemporâneo e obscuro.
Slogan
O slogan foi revelado em Marselha em 18 de outubro de 2013. Foi escolhido o slogan Le Rendez-Vous (O Encontro). Os organizadores querem dar ao torneio do Euro 2016, um espírito unificado dos espectadores e dos atores afim de celebrar a arte do futebol, o mais alto nível do continente europeu. Este novo logo substitui o utilizado durante a campanha de candidatura à organização do campeonato.
Mascote
A mascote do Euro 2016 foi definida a 18 de novembro de 2014. Após votação na Internet foi decidido, a 30 de novembro de 2014, que o nome da mascote será Super Victor.
O nome Super Victor é baseado na palavra vitória. O rapaz retratado na figura ganhou os seus super-poderes após encontrar uma capa mágica, chuteiras e ainda uma bola oficial do Euro 2016.[16]
Bola
Pela primeira vez, as fases de qualificação do euro têm uma bola especialmente dedicada. Ela foi revelada no mês de agosto de 2014 pela marca Adidas. Foi baseada sobre as tecnologias da Brazuca - nome da bola utilizada durante o Campeonato do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil.[17]
Árbitros
No dia 1 de março de 2016 foram escolhidos os dezoito árbitros que dirigiram os cinquenta e um jogos da competição.[18]
Inicialmente, doze estádios foram apresentados para a campanha da França, escolhidos a 28 de maio de 2010. Estes estádios deveriam ser cortados até chegar a nove até o final de maio de 2011, mas foi sugerido em junho de 2011 que onze estádios deveriam ser usados.[19] A Federação Francesa de Futebol teve que escolher quais nove estádios seriam utilizados. A escolha dos sete primeiros foi indiscutível - o estádio da seleção francesa, Stade de France, quatro estádios recém construídos em Lille, Lyon, Nice e Bordéus e aqueles das maiores cidades, Paris e Marselha. As duas últimas vagas, depois de Estrasburgo sair da escolha por razões financeiras seguidas de relegação,[20] foram designadas para Lens e Nancy na primeira rodada de votação, em vez de Saint-Étienne e Toulouse, escolhidos como estádios reservas. Em junho de 2011, o número de sub-sedes foi aumentado para onze por causa do novo formato do torneio com 24 participantes.[21] A decisão fez com que as cidades reservas de Toulouse e Saint-Étienne se unissem à lista de sub-sedes. No entanto, em dezembro de 2011, Nancy anunciou a sua retirada do torneio,[22] então nove cidades-sede serão usadas. O Stade de la Beaujoire em Nantes e o Stade de la Mosson em Montpellier, estádios que participaram no Campeonato do Mundo de Futebol de 1998, não foram escolhidos. A lista final das dez sub-sedes foram confirmadas pelo Comité Executivo da UEFA a 25 de janeiro de 2013.[23]
Cada seleção teve que entregar a lista definitiva dos 23 jogadores, dos quais 3 eram obrigatoriamente guarda-redes (goleiros), até 31 de maio de 2016.
Fase de grupos
As equipes classificadas nas eliminatórias, somadas à seleção anfitriã, foram divididas em seis grupos (A à F), nos quais quatro equipes se enfrentaram em turno único. As duas melhores classificadas de cada grupo, juntamente com as quatro melhores terceiras colocadas dentre os seis grupos, classificaram-se para os oitavos de final.
Fonte: UEFA Regras para classificação: 1) Maior número de pontos obtidos; 2) Saldo de gols superior; 3) Maior número de gols marcados; 4) Conduta de fair play; 5) Posição no sistema de classificação Coeficiente da selecção nacional da UEFA
A classificação final é determinada através da fase em que a seleção alcançou e a sua pontuação, levando em conta os critérios de desempate e os resultados dos jogos. Para estatísticas, partidas decididas na prorrogação são contadas como vitória ou derrota e partidas decididas em disputa por pênaltis são contadas como empate.
Após os ataques em Paris em 13 de novembro de 2015, incluindo um em que o alvo pretendido era um jogo no Stade de France, controvérsias sobre a segurança dos jogadores e turistas durante o torneio surgiram. Noël Le Graët, presidente da Federação Francesa de Futebol, explicou que a preocupação com a segurança aumentou após os ataques. Ele afirmou: "Já havia uma preocupação com as Euros, agora é obviamente muito maior. Vamos continuar a fazer tudo o que pudermos para que a segurança seja garantida, apesar de todos os riscos que isso implica. Eu sei que todo mundo está atento. Obviamente isso significa que agora haverá ainda mais vigilantes. Mas é uma preocupação permanente para a Federação e o Estado [francês]".[51]
Um dia antes do torneio, aconteceram vários conflitos entre os jovens locais e torcedores ingleses em Marselha; a polícia dispersou os jovens locais com gás lacrimogêneo. Em 10 de junho, os fãs ingleses em Marselha entraram em confronto com a polícia.[52] Seis torcedores foram presos mais tarde e condenados à prisão.[53] Em 11 de junho, confrontos violentos eclodiram nas ruas da mesma cidade antes e depois do jogo do Grupo B entre Inglaterra e Rússia, que terminou empatado em um a um.[54] Foi relatado que um fã inglês estava em estado crítico no hospital, enquanto dezenas de outros ficaram feridos nos confrontos.[55] Em 14 de junho, foi dada a equipe russa uma desqualificação suspensa e multa de 150.000 euros, e advertiu que se a violência continuasse, resultaria em sua remoção do torneio. Além disso, 50 fãs russos foram deportados.[56] A violência entre fãs ingleses e russos aconteceu novamente em Lille, onde um total de 36 fãs foram presos e 16 pessoas foram hospitalizadas.[57]
No final da partida entre República Checa e Croácia pelo Grupo D, sinalizadores foram jogados no campo de onde torcedores croatas estavam. A partida foi interrompida por vários minutos, enquanto eles eram retirados. Também houve confronto entre os croatas.[58] Mais tarde, naquele mesmo dia, houve violência envolvendo adeptos turcos após a derrota da Turquia para a Espanha. Como resultado destes incidentes e problemas anteriores após as primeiras partidas dos países, a UEFA lançou procedimentos oficiais contra as federações croata e turca.[59]