Eduardo Libório
Eduardo Miguel Monteiro Libório (Anjos, Lisboa, 27 de Abril de 1900 —São Sebastião da Pedreira,Lisboa, 2 de março de 1946), também conhecido pelo pseudónimo de Eduardo Claro, ou Miguel Claro, foi um poeta, músico e compositor português. Em sua honra, foi criado o Prémio Eduardo Libório de História da Música, destinado a galardoar jovens músicos. BiografiaEduardo Miguel Monteiro Libório nasceu em Lisboa, a 27 de abril de 1900[1]. Filho de Joaquim José Monteiro Libório, oficial do exército, reformado do serviço no posto de Major e de Emília da Purificação Teixeira Monteiro Libório, professora, e dona do Colégio Alexandre Herculano[2], no Largo Conde de Pombeiro n.º 7 (atual edifício de património municipal[3]). Era, também, irmão mais novo de António Miguel Monteiro Libório, futuro comandante da PSP e General do Exército.[4] Foi aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde desenvolveu o seu gosto pelo estudo artístico-humanístico. Estudou, também, piano no Conservatório Nacional e na Academia de Amadores de Música, onde chegou a ser professor nesta última, de Solfejo, Piano, Composição, Instrumentação, Orquestração, Acústica, Estética, Análise Musical, e História da Música, tendo esta disciplina última um relevo na sua carreira como docente.[1][4][5][6] Em 1923, juntamente com Manuel Ivo Cruz, foi criador do movimento de "Renascimento Musical", movimento de cunho monárquico e neotomista.[7] Ao contrário de outras escolas nacionalistas, que defendiam a referência ao folclorismo como forma de criar uma "música nacional", este movimento almejava "reportugalizar" a música portuguesa salvando o património musical antigo, de modo a contribuir para legitimar o discurso de uma musicologia histórica emergente.[8] Para Eduardo, muito desse caminho estaria na divulgação e estudo da música erudita, especialmente portuguesa. Foi um dos pioneiros da divulgação do trabalho de Carlos Seixas novamente para o repertório e consciências nacionais. Com o passar do tempo, denotou-se a integração dos líderes do Renascimento Musical no meio cultural e educativo do regime do Estado Novo, tendo sido este processo fundamental para o desenvolvimento de uma forma aristocrática e elitista de comunicação musical, que perdurará nos anos seguintes.[9][8] No ano letivo de 1931/1932, acha-se o mesmo como professor de História Musical na Academia de Amadores de Música de Lisboa, onde desenvolverá um grande contributo na docência da disciplina.[10]Como reconhecimento pelo seu contributo, foi criado o Prémio Eduardo Libório de História da Música, destinado a galardoar jovens músicos. Além disto, nos anos seguintes, Eduardo tornou-se crítico musical de alguns periódicos, como o caso do jornal "O Século", em 1930, ou o periódico "A Voz", e colaborador do boletim mensal da Mocidade Portuguesa Feminina, de 1939 à sua morte.[11] Através de seus poemas, é indelével o cunho surrealista dos mesmos, sendo portanto um prenunciador do movimento surrealista em Portugal, que só aparecerá oficialmente em Portugal dois anos após a sua morte. Nos seus poemas, é notório o desejo de evasão e a fantasia no regresso a um território de infância no sujeito poético, seja no poema "O Viajante", ou "A Pesca Luminosa". A ideia do fluir do tempo que subjaz ao "Poema Giratório", é um tema também muito presente em diferentes épocas e de variados pontos de vista.[12] Faleceu em Lisboa, às sete da manhã do dia 2 de março de 1946, de tuberculose pulmonar.[5][13] Referências
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