Eles são considerados os clubes mais populares e bem-sucedidos do futebol brasileiro, vencendo mais de 90% das sessenta e nove edições do Brasileirão desde o início da principal competição nacional, em 1937, até 2024. Ainda, todas essas equipes conquistaram o título de campeões da Copa Libertadores da América, a principal competição do continente, feito que não foi replicado por qualquer outro time brasileiro fora do G-12.[5][6][7]
São também esses doze aqueles com mais presenças na Série A do Campeonato Brasileiro, mais colocações entre os quatro primeiros, e os que mais pontuaram no Ranking Histórico de Pontos do Campeonato Brasileiro, desde 1937,[8][9][10] sendo considerados grandes pelo seu contexto histórico e não necessariamente por um bom desempenho recente.[11]
Em 2024, foram campeões do Brasileirão nas séries A (Botafogo) e B (Santos), da Copa do Brasil (Flamengo), Supercopa do Brasil (São Paulo), Copa Libertadores da América (Botafogo) e Recopa Sul-Americana (Fluminense); pelos estaduais, foram campeões: Carioca (Flamengo), Gaúcho (Grêmio), Mineiro (Atlético-MG) e Paulista (Palmeiras). Na temporada de 2025, os dozes estão na Série A do Brasileirão e na primeira divisão de seus respectivos estaduais, quatro no Mundial de Clubes FIFA, seis na Copa Libertadores da América (de oito vagas), seis na Copa Sul-Americana, um na Recopa Sul-Americana e dois na Supercopa do Brasil.[12]
Títulos e popularidade
O status de grandes clubes do futebol brasileiro decorre de suas performances históricas nos respectivos campeonatos estaduais, bem com nos torneios e jogos amistosos contra clubes de outros estados e países. Durante muito tempo, não houve competições nacionais no Brasil (a primeira edição do Brasileirão foi realizada em 1937 e a segunda em 1959) e a competição entre equipes de diferentes estados foi escassa (com o Torneio Rio-São Paulo, realizado irregularmente entre 1933 e 1966 e de 1993 a 2002, sendo o torneio mais notável dessa natureza); assim, esses clubes ganharam sua reputação distinta por serem dominantes dentro das fronteiras do estado e nos jogos amistosos em excursões, para se exibirem em outras praças.
No Brasileirão, cada time do grupo possui ao menos 5 edições como campeão ou vice-campeão (o 13° somatório é do EC Bahia, duas vezes campeão e duas vezes vice; exceto o bicampeão Grêmio, os demais times do G-12 possuem ao menos três títulos brasileiros).[15] Pela Copa do Brasil, apenas seis times, todos do G-12, ganharam mais de uma edição (outros cinco grandes possuem apenas uma, e o único não campeão é o Botafogo).[16] Nenhum time de fora do conjunto venceu a Supercopa do Brasil (seis campeões) ou a Recopa Sul-Americana (dez campeões brasileiros), apesar das participações de Athletico Paranaense e Chapecoense.
(*) No tocante à Copa Rio Internacional, apenas o campeão da edição de 1951 teve o status de campeão mundial outorgado pela FIFA, em 2014. Os vencedores da Copa Intercontinental ganharam o mesmo reconhecimento em 2017. Em 2024, a Copa Intercontinental foi unificada com a própria competição da FIFA.[17][18] Conforme consta em: Lista de clubes campeões mundiais de futebol.
O G-12 também são os clubes com mais torcedores no Brasil, desfrutando de popularidade em todo o país. Mesmo longe das fronteiras estaduais, não é difícil encontrar adeptos do G-12,[19] muitas vezes superando até os clubes locais.
O Botafogo de Futebol e Regatas é uma agremiação sediada na cidade do Rio de Janeiro que surgiu da fusão do Club de Regatas Botafogo (fundado para o remo em 1894) com o Botafogo Football Club (formado para o futebol em 1904).[35] Suas maiores glórias no futebol vêm especialmente entre as décadas de 1950 e de 1960, que redundou em dez títulos de campeão oficiais entre 1957 e 1968, considerada a sua era de ouro, com cinco conquistas do Carioca, uma Taça Guanabara independente, três interestaduais e um nacional conquistados, além da participação em duas semifinais da Copa Libertadores da América.[36]
Além disso, o clube detém alguns dos principais recordes do futebol brasileiro, como o de maior número de partidas de invencibilidade: 52 jogos entre os anos de 1977 e 1978;[47][48] o recorde de partidas invictas em jogos do Campeonato Brasileiro: 42, também entre 1977 e 1978;[49][50] É um dos maiores recordistas numa mesma edição de Campeonato Brasileiro: 24 jogos invictos, em 1978.[51] Tem também o maior número de jogadores cedidos à Seleção Brasileira para Copas do Mundo,[52] o mais marcante sendo o Garrincha, jogador que defendeu o clube carioca de 1953 a 1965, e com a camisa amarela foi campeão das Copas do Mundo de 1958 e 1962. Ele venceu o Campeonato Carioca três vezes e foi campeão do Torneio Rio-São Paulo duas vezes, marcou 245 gols em 612 partidas, tornando-se um símbolo da história do clube.[53]
O clube ainda é o responsável pela maior vitória já registrada no futebol brasileiro: 24–0 sobre o Sport Club Mangueira no Campeonato Carioca de 1909.[54] Em 2024, tornou-se o terceiro time a conquistar o Brasileirão e a Copa Libertadores no mesmo ano, sucedendo o Santos (1962 e 1963) e o Flamengo (2019).[55]
Suas cores tradicionais são o branco e o preto. Desde 2014, manda suas partidas de futebol na Neo Química Arena,
para cerca de 47.000 espectadores. Seus rivais históricos são o Palmeiras, com quem disputa o Derby Paulista; o São Paulo, com quem disputa o Majestoso; e o Santos, com quem disputa o Clássico Alvinegro. Sua torcida é conhecida como "Fiel"[61] e seus torcedores são estimados em aproximadamente 30 milhões espalhados por todo o Brasil e pelo mundo, atrás nacionalmente somente do cariocaFlamengo.[62][63] A sua torcida é considerada também uma das maiores torcidas do mundo.[64][65]
O Cruzeiro até 2021 era o 3° clube brasileiro com o maior número de vitórias na Copa Libertadores da América, com 95 vitórias,[73] e com 636 vitórias era o 2º clube com o maior número de vitórias na história do Campeonato Brasileiro de Futebol (soma dos campeonatos de 1937 e de 1959 a 2019).[74]
Foi o primeiro time a ser tetracampeão carioca, em 1906-07-08-09,[106] tendo sido, ainda, três vezes tricampeão, em 1917-18-19, 1936-37-38 e 1983-84-85.[107]
Um Fla-Flu, disputado contra o Flamengo, detém o recorde mundial de público de partidas entre clubes: 194.603 espectadores na final do Campeonato Carioca de 1963. Com o Vasco da Gama, disputa o Clássico dos Gigantes, único clássico carioca travado na Copa Libertadores e que fez a final do Campeonato Brasileiro de 1984. Contra o Botafogo, disputa o Clássico Vovô, o mais antigo do Brasil envolvendo dois clubes grandes.[120]
O Fluminense é um dos clubes mais populares do Brasil, estando entre as 12 maiores torcidas. Possui uma torcida estimada de 7.2 milhões de torcedores[121] espalhados pelo país.
O Grêmio é um dos clubes de futebol mais populares do Brasil, com uma torcida estimada em mais de oito milhões de pessoas no país.[127] Conforme pesquisa por amostra realizada pelo Datafolha em agosto de 2019, 4% da população brasileira torce para o Grêmio, que tem a quinta maior torcida do país, empatado com Vasco e Cruzeiro.[128] De acordo com pesquisa realizada em 2021 pela empresa DataTempo, o clube possui quase o dobro de torcedores que seu rival, o Internacional.[129][130] Seu quadro social, em junho de 2020, era formado por 85 mil contribuintes adimplentes.[131]
Seu estádio é a Arena do Grêmio, para mais de 60.000 torcedores, inaugurada em dezembro de 2012. Antes, o clube teve os estádios da Baixada (de 1904 a 1954) e Olímpico, inaugurado em 1954 e rebatizado em 1980, após ampliação, como Olímpico Monumental.[132]
O Sport Club Internacional é um clube com sede na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Foi fundado em 4 de abril de 1909, pelos irmãos Poppe, com o objetivo de ser uma instituição democrática e sem preconceitos.[133] Tem como suas cores o vermelho e o branco e seus torcedores são conhecidos como colorados, nutrindo rivalidade contra outro clube local, o Grêmio.
Em relação às conquistas em nível nacional, o Internacional é detentor de três títulos do Campeonato Brasileiro (1975, 1976 e 1979),[142] sendo o terceiro de forma invicta,[143] além de uma Copa do Brasil[144] e um do Torneio Heleno Nunes, esse extemporâneo.[145] É o primeiro clube da Região Sul a conquistar títulos nacionais e a disputar uma final de Copa Libertadores.[146] O Internacional ainda é o maior vencedor do Campeonato Gaúcho, tendo conquistado quarenta cinco vezes a competição, e detém o recorde de maior número de conquistas consecutivas: oito vezes, entre 1969 e 1976.[147][148]
Desde 1969, manda suas partidas de futebol no estádio Beira-Rio, de propriedade do clube, com capacidade para mais de 50.000 torcedores. O local passou por uma ampla reforma entre 2010 e 2014 para poder sediar partidas da Copa do Mundo de 2014.[149][150][151] O Internacional tem uma torcida estimada em 6,4 milhões de torcedores espalhados pelo país.[152][153] É o clube pioneiro do país no programa sócio-torcedor, lançado em 2003.[154] Em 2020, contava com mais de cento e vinte mil associados.[155]
A Sociedade Esportiva Palmeiras é um clube da cidade de São Paulo, capital do estado homônimo, que disputa as suas partidas no moderno Allianz Parque, para cerca de 43.000 pessoas. Foi fundado em 26 de agosto de 1914 e suas cores, presentes no escudo e bandeira oficial, são o verde e branco.[156] O vermelho, presente desde sua fundação em 1914, foi excluído durante a Segunda Guerra Mundial, por pressão do governo nacional, na mesma reunião que formalizou a mudança de nome de Palestra Itália para Palmeiras.[157]
No Estado de São Paulo, o Palmeiras também é um dos principais vencedores, com 23 conquistas do Campeonato Paulista de Futebol e mais dois títulos extra da mesma competição, tendo como rivais estaduais Corinthians, São Paulo e Santos. Em 1996, o alviverde conquistou o estadual daquele ano com a melhor campanha de uma equipe na era profissional neste campeonato.[175] Na ocasião, foi campeão com 83 pontos ganhos em 90 possíveis, com um índice de aproveitamento de 92,2% dos pontos disputados e 102 gols marcados em 30 jogos realizados.[176]
O Santos tornou-se no futebol um dos clubes mais bem-sucedidos do Brasil e reconhecidos mundialmente.[183][184][185] Ficou famoso na década de 1960 pelos vários títulos internacionais e nacionais conquistados e por ter revelado Pelé,[186][187] considerado por muitos como o maior jogador da história do esporte, e segundo a FIFA, o melhor jogador do século XX,[188] além disso, também tem o marco de maior artilheiro da história do Santos e da Seleção Brasileira.[189] Abaixo de Pelé com 77 gols pela seleção em jogos oficiais, está também outro jogador revelado pelo clube, Neymar.[190][191]
O São Paulo Futebol Clube é um clube poliesportivo brasileiro da cidade de São Paulo, capital do estado homônimo. Foi fundado em 25 de janeiro de 1930, tendo interrompido suas atividades em maio de 1935, e as retomado em dezembro do mesmo ano.[213] É proprietário do Estádio do Morumbi, o maior estádio particular do Brasil, para cerca de 72.000 espectadores.[214]
O Club de Regatas Vasco da Gama é uma entidade brasileira com sede na cidade do Rio de Janeiro, fundada em 21 de agosto de 1898 por um grupo de remadores. Inspirados nas celebrações do quarto centenário da descoberta do caminho marítimo para as Índias, ocorrida em 1498, batizaram a nova agremiação com o nome do navegador português que alcançou tal feito, o almirante Vasco da Gama.[225]
Foi o primeiro clubes esportivo do Brasil a ter elegido um presidente "não branco": em 1904, numa época em que o racismo contra negros era prática comum no esporte, os vascaínos tiveram a honra de conduzir o mulato Cândido José de Araújo ao degrau mais alto do clube.
O Vasco da Gama ainda tem, dentre o seu plantel de ídolos, alguns dos maiores artilheiros do Campeonato Brasileiro. Roberto Dinamite, o maior, possui a marca de 190 gols. Destaques também para Romário e Edmundo, com 154 e 153 gols, respectivamente.[251] O primeiro grande ídolo do clube foi o atacante Ademir de Menezes, que liderou o memorável "Expresso da Vitória", tornando-se o maior artilheiro do Vasco, com 301 gols marcados, número só superado décadas mais tarde.[252]
Listas de ranqueamento de desempenho no Campeonato Brasileiro Série A, campeonato no qual os clubes brasileiros se enfrentam regularmente desde 1959.
Os clubes do G-12 são também os doze primeiros colocados no somatório de pontos do Campeonato Brasileiro, onde os clubes brasileiros medem as suas forças, com alguma folga. O Athletico Paranaense aparece em décimo terceiro.
A partir de 2003, o início da Era dos Pontos Corridos, quando todos jogam contra todos em turno e returno, podendo ser entendida como a realidade desse século, não há grandes mudanças, exceto a inclusão do Athletico Paranaense em décimo primeiro lugar, entre os doze. Entre os vinte mais bem colocados, há a inclusão de Figueirense e Ponte Preta e a exclusão de Guarani e Portuguesa em relação ao período total, mantendo-se os outros clubes, o Goiás, décimo quarto nas duas listas, o Coritiba, décimo quinto nas duas listas, e os nordestinos Bahia, Sport e Vitória, esses três, não necessariamente nessa ordem:
A validade do conceito de G-12 é frequentemente tema de debate.[255][256][257] As vezes, é retratado como uma construção rígida que exclui equipes que merecem um lugar nesse grupo. Outras vezes, é lido como uma definição desatualizada, que equaliza times em diferentes posições no futebol atual.
Comparação com o Bahia
O Esporte Clube Bahia é de Salvador e um dos dois principais clubes do futebol baiano (o outro é o Esporte Clube Vitória). É o único clube não pertencente ao G-12 a ter dois títulos no Brasileirão (empatado com o Grêmio), vencendo o Santos de Pelé na final da edição de 1959. Seus dirigentes e torcedores rivalizam com os do Botafogo, não admitindo menor tratamento[258] e estão à frente de outros dos clubes de fora do G-12 em número de torcedores.[259] É, de fato, um dos membros fundadores do Clube dos 13 (C13), oficialmente União dos Grandes Clubes do Futebol Brasileiro, ao lado dos clubes do G-12.[260] No entanto, suas campanhas no Brasileirão geralmente não são impressionantes desde os meados anos 90; o clube passou boa parte dos anos 2000 fora da primeira divisão.
Em alguns rankings de performance histórica, com peso subjetivo para os títulos, o Bahia aparecia até
2023 em décimo segundo lugar, à frente do Botafogo, como acontece no caso do Ranking Placar, o mais antigo do Brasil; já no Ranking Folha é o décimo terceiro, geralmente se colocando nos rankings históricos como clube mais próximo dos doze grandes ou entre eles.[261][262][263] O Bahia é o décimo terceiro clube com mais participações no Campeonato Brasileiro Série A desde 1937, sendo a edição de 2025 a sua 52ª, quatro a menos do que o Vasco, o décimo segundo da lista, e seis à frente do Athletico Paranaense com 46, o décimo quarto.[8]
Em 12 de março de 2024 o Bahia marcou o gol 10.000 de sua História, o 14º clube do Brasil a atingir essa marca, além dos doze grandes e do Bahia, apenas o Santa Cruz marcou pelo menos 10.000 gols em sua trajetória até essa data.[264]
Dentre os clubes fundadores do C13 foi o que teve mais rebaixamentos da A para a B no campeonato nacional, em empate com o Vasco da Gama: 4 vezes.[265]
O Bahia foi rebaixado para o Campeonato Brasileiro Série B pela primeira vez em 1997, e não conseguiu acesso à Série A em 1998 e 1999. Porém, após a renúncia da CBF em gerir a edição de 2000 do Brasileirão, foi a criada a Copa João Havelange, pelo Clube dos 13, e o tricolor baiano jogou no principal nível nacional, que na ocasião correspondia ao Módulo Azul. O Bahia foi novamente rebaixado para a Série B em 2003 e para a Série C em 2005, o ponto mais baixo da história do clube. A agremiação conseguiu subir para a Série B em 2007. Em 2010, foi promovido pela primeira vez para a Série A. Quatro anos depois, caiu na Série A de 2014, retornando na edição de 2017. Em 2021, sofreu descenso novamente, e voltou à A em 2023. Ao todo, jogou 10 edições de Série B e duas de Série C.[266]
O clube historicamente ficou atrás dos outros doze clubes em ativos financeiros, tendo tido por isso menos recursos para investir. Foi transformado em SAF e adquirido pelo City Football Group, em 2022, visando elevar-se financeiramente.[267][268][269]
O Athletico Paranaense é frequentemente considerado um dos clubes mais bem administrados do Brasil,[270] com uma das melhores estruturas e com resultados financeiros que rivalizam com os do G-12.[271][268] O clube venceu o Brasileirão uma vez, em 2001, e suas melhores campanhas na Copa Libertadores, a principal competição continental, foram os vice-campeonatos nas edições de 2005 e em 2022. É o 13° colocado no Ranking Histórico de Pontos do Campeonato Brasileiro, desde 1937, e o décimo na Era dos Pontos Corridos, desde 2003.[272] No entanto, o clube tem um histórico pouco significante antes da década de 1980 no Brasileirão, não tendo sido campeão nacional (em competição de primeiro nível) ou internacional durante o século XX. Sua base de fãs é menor em comparação aos clubes do G-12, apesar de possuir a maior torcida do Paraná.[19]
Com duas conquistas da Copa Sul-Americana (2018 e 2021), uma Copa do Brasil (2019) e uma Levain Cup-Sudamericana (2019), em 4 anos, foi ratificada a controvérsia sobre o "furo" do G12 pelo Athletico.[273][274][275][276][277][278][279] Tais conquistas nunca foram vencidas por outros clubes do Paraná, e no caso da Sul-Americana, o CAP é o único brasileiro bicampeão. Segundo Leonardo Bertozzi, "não se pode olhar para o Athletico-PR como se fosse uma equipe fora do patamar dos times que estão nesse bloco", chamando atenção para o caráter geográfico da divisão dos "doze grandes", que teria sido feita segundo um contexto de maior força de outros certames estaduais e regionais, o que causaria distorções.[280] Em contraste com a boa fase alcançada desde meados da década de 2010, o time voltou a ser rebaixado para a segunda divisão nacional, em 2024.
O Coritiba Foot Ball Club, terceiro clube mais antigo da Região Sul, tem um título de Brasileirão, conquistado em 1985, o primeiro título de expressão de um clube paranaense, quebrando a hegemonia de equipes de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que perdurava desde 1960. Foi o primeiro clube do Paraná a participar da Copa Libertadores, em 1986. Maior vencedor do Campeonato Paranaense, é proprietário de um estádio com capacidade de mais de 40.000 lugares e tem mais de 1 milhão de torcedores, segundo pesquisa de 2020.[281] Além disso, o Coritiba também foi duas vezes vice-campeão da Copa do Brasil, em 2011 e 2012, sendo o primeiro paranaense finalista.
No Ranking Placar de títulos 2023, Coritiba e Athletico são respectivamente, décimo quinto e décimo sexto colocados no desempenho histórico dos clubes de futebol do Brasil.[282]
Em ranking de valor de marcas de clubes de futebol mais valiosas divulgado em 2021 por consultoria especializada, o Athletico é a sétima marca mais valiosa do Brasil e o Coritiba a décima quinta.[283]
O pernambucano, em 1987. Em 2008, o primeiro vice-campeão da Copa do Brasil (em 1989) entrou na lista de campeões desta, sendo o único do Nordeste a ter este mérito. É um dos 13 que ganharam as duas grandes competições nacionais, junto com o Athletico-PR e onze times do G-12 (a exceção é o Botafogo). O Sport tinha a pior situação financeira da Série A de 2020.[285]
O campineiro é o único time do interior campeão brasileiro, em 1978.[286] Foi também vice-campeão de 1986 e 1987, além de semifinalista da Libertadores de 1979. Nas 3 vezes em que participou deste torneio, foi o melhor brasileiro. Em 2024, o Bugre foi novamente rebaixado para a Série C, junto com a rival Ponte Preta.
O Goiás Esporte Clube, do estado homônimo, é destaque da Região Centro-Oeste. Foi 13º no ranking de pontos até 2015 e 13º na antiga versão do ranking da CBF, de 2006 a 2012, além de 5º no ranking dos pontos corridos em 2008, tendo permanecido no top 10 até 2012. Além disso, é o clube que por mais vezes esteve entre os 10 primeiros colocados do Brasileirão fora o chamado G-12. O Goiás foi o vice-campeão da Copa Sul-Americana de 2010,[288] da Copa do Brasil de 1990 e 3º no Brasileirão de 2005.[289] Atualmente está na Série B nacional.
O baianoEsporte Clube Vitória, da Região Nordeste, assim como o time goiano, teve temporadas seguidas na primeira divisão. Permaneceu boa parte da década de 2010 como o clube nordestino de maior pontuação no ranking, mesmo obtendo resultados ruins nos últimos anos.[289] Foi o vice-campeão do Campeonato Brasileiro Série A de 1993 e vice-campeão da Copa do Brasil de 2010. É o décimo oitavo colocado no Ranking Placar de 2020.
Os também nordestinos Ceará e Fortaleza ocupam a décima nona e vigésima colocação nessa classificação de títulos. O Santa Cruz, outro representante da região, vem logo atrás, em vigésimo primeiro lugar.[282] Este primeiro, o Vozão, foi vice-campeão da Copa do Brasil de 1994, além de semifinalista em duas oportunidades (2005 e 2011). O Santa foi o quarto colocado do Brasileirão de 1960 e 1975.
Após voltar a Série A em 2019, o Fortaleza vem "brigando nas pontas" na primeira divisão nacional, tendo ficado em quarto lugar duas vezes e batido o recorde de pontos de um nordestino (68). Internacionalmente, chegou ao mata-mata da Copa Libertadores e foi vice-campeão da Copa Sul-Americana.[290]
Além dos seis nordestinos citados, o Náutico, terceiro colocado do Brasileirão de 1966, primeiro pernambucano em Libertadores (1967) e único hexacampeão estadual (1963 a 1968), fecha o chamado "G-7 do Nordeste".[291]
Em Minas Gerais, o América Futebol Clube, que fez 100 anos em 2012, é um dos destaques históricos do seu estado, realizando clássicos contra Atlético e Cruzeiro. Com 16 títulos mineiros, é o clube fora do G-12 com mais estaduais, considerando os campeonatos carioca, paulista, mineiro e gaúcho. Orgulha-se de ter sido deca-campeão consecutivo: 1916 a 1925. Em nível interestadual, foi campeão da Copa Sul-Minas, em 2000. Nacionalmente, foi campeão das séries B (1997 e 2017) e C (2009). Porém, na Série A do Brasileirão não repete o mesmo protagonismo que possui quando está em divisão de acesso e acumula rebaixamentos.[292][265]
Representando a Região Norte, o paraensePaysandu é o único nortista a conquistar um título nacional de primeira linha, a Copa dos Campeões de 2002, a qual teve a presença de alguns clubes integrantes do G-12. É o maior vencedor da Copa Verde, competição disputada por clubes das regiões Centro-Oeste e Norte, além do Espírito Santo. Disputou a Copa Libertadores da América de 2003, e chegou até as oitavas de final, quando, apesar da eliminação, venceu o Boca Juniors, no estádio do argentino, a La Bombonera.[293] A décima colocação na Taça Brasil, em 1963 e 1966, é a sua melhor posição no Campeonato Brasileiro da Série A; a partir de 1971, a décima quarta colocação, em 2004.
Ceará, Goiás e Sport estão dentre os 16 times das séries A e B que nunca jogaram a Série C, junto com a dupla Atletiba e onze times do G-12 (a exceção é o Fluminense).
Comparação com destaques extemporâneos
Os clubes cariocasBangu e America foram, respectivamente, vice-campeão do Campeonato Brasileiro de 1985 e semifinalista de 1961 e de 1986, nas melhores participações de clubes cariocas de menor investimento nesta competição. Em 1986, o Bangu participou da Copa Libertadores, sendo o único clube fluminense, além do G-4 estadual, a conseguir tal feito. O America ostenta o Torneio dos Campeões de 1982 em sua galeria, uma competição nacional, disputada pela quase totalidade dos clubes do G-12. O Mecão possui sete títulos cariocas (quinto maior campeão), sendo dois na fase profissional.[294] O time banguense possui dois: o primeiro título carioca profissional, em 1933,[295] e o último título de um clube que não os quatro grandes desde então, em 1966.[296]
No início dos anos 2000, a paulistaAssociação Desportiva São Caetano foi muito comentada na mídia nacional e internacional depois de se tornar finalista da Copa Libertadores de 2002, a competição mais importante da América do Sul, tendo perdido a final para o Olimpia do Paraguai nos pênaltis. Foi vice-campeão brasileiro em 2000 e 2001, além de campeão paulista em 2004 e vice-campeão em 2007.[297]
Depois que a Red Bull GmbH assumiu o controle do Clube Atlético Bragantino, campeão paulista de 1990 e vice-campeão brasileiro de 1991, mudou seu nome para Red Bull Bragantino.[298][299] O primeiro objetivo atingido foi a volta para a elite do futebol brasileiro, após muitos anos transitando entre as divisões de acesso. Desde então, teve como principais façanhas ser vice-campeão da Sul-Americana de 2021 e estrear na Copa Libertadores da América, no ano seguinte.[300][301]
Com a maior exposição (devido a televisão a cabo e a internet) dos brasileiros aos campeonatos nacionais estrangeiros e a inevitável comparação que é feita com o futebol nacional, o número de 12 grandes torna-se alvo de questionamentos, por ser, teoricamente, "exagerado". Na Inglaterra, existem apenas seis clubes considerados grandes (Big Six);[311] na Itália, existem apenas 7 (sete irmãs do futebol italiano),[312] e mesmo na vizinha Argentina, apenas 5 grandes (Cinco grandes do futebol argentino).
A imensa população, de mais de 200 milhões de habitantes, e o tamanho continental, que refletiu em uma cultura futebolística regionalizada, principalmente a partir dos campeonatos estaduais, são alguns fatores que explicariam a maior quantidade de grandes, todos eles campeões da principal competição de seu continente.
↑A equipe campeã da Libertadores e da Intercontinental contava com nomes como Júnior, Adílio, Tita e Zico, considerado o maior ídolo da história do clube, além do técnico Paulo César Carpegiani.[79]
↑Em 1987, a CBF passava por uma grave crise financeira e anunciou que não poderia organizar o Campeonato Brasileiro nos mesmos moldes dos anos anteriores. Como resultado, os treze grandes clubes do Brasil da época fundaram o Clube dos 13 e organizaram seu próprio campeonato, chamado de Copa União, com apenas 16 equipes. Diante do sucesso do novo torneio e da insatisfação dos demais clubes que ficaram de fora, a CBF decidiu organizar outro torneio com 16 equipes que ficaram de fora da Copa União e passou a se referir aos dois torneios como módulos. O campeão e vice-campeão da Copa União (Troféu João Havelange/Módulo Verde) enfrentaria o campeão e o vice-campeão do Troféu Roberto Gomes Pedrosa (Módulo Amarelo) em um quadrangular. O Clube dos 13 não aceitou o regulamento e não permitiu que Flamengo e Internacional (campeão e vice-campeão da Copa União) jogassem o quadrangular. O Flamengo ganhou a Copa União, que foi disputada pelos maiores clubes do Brasil,[81] sendo reconhecida pelo Clube dos 13 e pelo Conselho Nacional de Desportos (CND), contrariando a resolução do CND e a maioria dos juízes do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em 1988, que na época eram as maiores instâncias do futebol nacional e mais tarde, em 2011 pela CBF que eventualmente revogou a decisão por uma decisão judicial. Note-se que, para a CBF, o Flamengo é considerado, de forma não oficial, ao lado de Sport, campeão brasileiro de 1987, como demonstrado em 2011, não podendo homologá-lo por conta da decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF) que o reconhece como gase do Campeonato Brasileiro de 1987.[82][83] Em 24 de novembro de 2019, quando o Flamengo ganhou o Campeonato Brasileiro daquele ano, a entidade pôs, em seu site oficial, o título da Copa União na lista de conquistas do clube carioca, mas diferenciando os títulos em "Brasileiro" e "Copa União".[84] No dia seguinte, a CBF informou que acata a decisão do STF de que o Sport é o único campeão brasileiro de 1987 e, por isso, considera oficialmente o Flamengo como hexacampeão brasileiro — e não hepta.[85][86] Mas, em uma nota enviada a imprensa, a entidade informou que, "a título de opinião, sob o ponto de vista esportivo, o Flamengo é merecedor da designação de heptacampeão brasileiro".[87][88] Além disso, quando foi entregar o troféu de campeão brasileiro de 2019 ao clube, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, ergueu o troféu sete vezes, segundo o Globoesporte.com, ratificando novamente a opinião da CBF sobre a conquista de 1987.[89][90][91] *A baixa definitiva do processo foi em 16/03/2018.[92][93]
↑A CBD nunca rotulou oficialmente as suas competições de clubes com a nomenclatura "Campeonato Brasileiro". Com a criação da CBF, a nova entidade passou a rotular assim a principal disputa de clubes do país no final da década de 1980.
↑TARGINO, Maurício (18 de maio de 2012). «O G-12 brasileiro.». Site deprimeira. Consultado em 31 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 27 de outubro de 2016
↑ abTARGINO, Maurício (18 de maio de 2012). «O G-12 brasileiro.». Site deprimeira. Consultado em 31 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 27 de outubro de 2016
↑Livro Taça de Prata de 1970: o Campeonato Brasileiro mais difícil de todos os tempos, conquistado pelo Fluminense, por Roberto Sander, Editora Maquinária (2010)
↑Jornal do Brasil, Caderno 3 , Capa, 15 de junho de 1957. ONTEM, EM PARIS: VASCO, 4 X REAL MADRID, 3. O C.R. VASCO DA GAMA GANHOU O TORNEIO INTERNACIONAL DO JUBILEU DO RANCING DE PARIS DERROTANDO O CAMPEÃO DA EUROPA, O REAL MADRID
↑[2]Placar, Rodolfo Rodrigues - São Paulo lidera Ranking Histórico de Pontos do Brasileirão e também nos pontos corridos, página editada e disponível em 13 de abril de 2024.
↑Pinheiro, Mauro (14 de maio de 1976). Primeiro título nacional ficou com o Paulistano. [S.l.]: Revista Placar; Editora Abril. Ano de 1920, ainda em pleno amadorismo, a CBD organizou o primeiro Campeonato Brasileiro de Clubes Campeões (...)