Copa CONMEBOL
A Copa CONMEBOL ou Taça CONMEBOL foi uma competição de futebol organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), disputada de 1992 a 1999. Foi uma competição de segundo ou terceiro nível sul-americano e considerada pela CONMEBOL como uma das competições precursoras da Copa Sul-Americana.[1][2][3][4] Desde a primeira edição, em 1992, a competição foi realizada em formato eliminatório, composta ordinariamente por quatro fases e 16 participantes, ressalvadas as edições de 1997 (18 times), que contou com uma fase preliminar às oitavas, e de 1999 (14 times), que sofreu duas desistências. Ao todo, teve oito edições e sete campeões, todos brasileiros ou argentinos: Atlético Mineiro (dois títulos), Botafogo, Lanús, Rosario Central, Santos, São Paulo e Talleres. É tida como secundária por ser uma competição continental de nível inferior a Copa Libertadores da América,[5] mas considerada terciária por não classificar para a Recopa Sul-Americana contra o vencedor desta, vaga reservada, até 1998, para o ganhador da também extinta Supercopa Sul-Americana.[6] HistóriaNo início da década de 1990, a Confederação Sul-Americana de Futebol organizou a criação de várias competições de clubes e, entre elas, a Copa CONMEBOL.[7] A competição era formada pelos melhores nos campeonatos nacionais depois do respectivo campeão, único que recebia vaga na Copa Libertadores (limitada até 1999 apenas aos campeões dos campeonatos e copas nacionais, além de seu atual vencedor) pela liga,[7][8] sendo comparada com a Copa da UEFA, embora outras formas de qualificação tenham sido usadas, como título em copa interestadual.[9][10][11] A depender da confederação nacional, não existia impossibilidade de disputar Copa CONMEBOL e Supercopa Sul-Americana. Em 5 de agosto de 1992, os primeiros seis jogos da primeira edição foram disputados.[12] O Atlético Mineiro e Olimpia protagonizaram a final daquele ano, vencida pelo clube brasileiro.[13] Aliás, os títulos das duas edições seguintes ficaram no Brasil. Em 1993, com uma equipe limitada,[14] o Botafogo comemorou o feito após vencer o Peñarol na disputa por pênaltis, o que lhe rendeu vaga na Recopa Sul-Americana de 1994, ante o fato de São Paulo ter vencido as duas competições de acesso (Libertadores e Supercopa) em 1993.[15][16] No ano seguinte, foi a vez do São Paulo, com um quadro de jovens promessas, se sagrar campeão contra o próprio Peñarol.[17] Esta hegemonia brasileira foi superada em 1995, quando o Rosario Central surpreendeu o Atlético Mineiro ao devolver uma goleada de 4 a 0.[18] O feito argentino foi repetido pelo Lanús em 1996.[19][20] Porém, ambos foram derrotados nas finais seguintes por Atlético Mineiro (em penalidades) e Santos.[21][22] Os campeões de 1992 a 1995 participaram em 1996 da Copa Master da CONMEBOL, vencida pelo São Paulo.[23] Os vencedores de 1992, 1994 e 1995 classicaram-se para disputar no ano seguinte a Copa de Ouro Nicolás Leoz, que reunia os campeões continentais sul-americanos da temporada passada.[24] Não rendia vaga para a Libertadores, assim como a Sul-Americana em suas oito primeiras edições (2002 a 2009).[25] Com o passar do tempo, os clubes perderam o interesse pela Copa CONMEBOL e isso se refletiu na edição de 1999, quando os clubes de maior investimento negaram disputar a competição e foram substituídos por clubes de menor expressão (em nível nacional e internacional), sendo ofuscada pelas promissoras copas Mercosul e Merconorte, estreadas em 1998.[6][26] No mesmo ano (1999), a entidade anunciou a extinção da competição, uma vez que o calendário sul-americano ficaria ocupado com as eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Dessa forma, as federações filiadas decidiram não dar sequência à Copa Conmebol.[27] O argentino Talleres ficou com o título da última edição,[28] após vencer o CSA de Alagoas, primeiro time do Nordeste do Brasil em uma final continental.[29] Nesta edição ainda ocorreu umas das histórias mais inusitadas do futebol sul-americano: pelas oitavas, o atacante Flávio, do Paraná, assumiu o gol e agarrou três cobranças na disputa por pênaltis (além de converter a sua), ajudando o time a avançar de fase contra o San Lorenzo do Paraguai.[30] Em 2022, em movimento liderado pelo Atlético Mineiro, entrou em análise a unificação da antiga taça como Copa Sul-Americana, tendo havido aprovação pelo comitê dos clubes integrantes das oitavas-de-final da Copa Libertadores daquele ano; porém, as confederações nacionais pediram mais tempo para avaliar o assunto.[31][32] FormatoO formato da competição se manteve semelhante ao longo dos anos: um sistema eliminatório com partidas de ida e volta, normalmente disputado por 16 participantes. Os vencedores se classificavam para a próxima fase, seguindo-se o chaveamento mata-mata.[33] A única mudança no regulamento aconteceu em 1997, quando a competição contou com 18 clubes. Isto fez com que uma fase preliminar, composta por dois confrontos, fosse disputada.[34] Em 1999, o chileno Concepción passou das oitavas diretamente para as semis, em razão de duplo W.O no duelo uruguaio que definiria seu rival pelas quartas. Campeões
Títulos por clube
Títulos por país
ControvérsiasA Copa CONMEBOL também ficou marcada pelos episódios de violência por parte de jogadores e torcedores. O primeiro ocorreu na cidade de Belo Horizonte em 23 de setembro de 1992. Na ocasião, torcedores do Atlético Mineiro, após o término da finalíssima, protagonizaram atos de vandalismo e roubos entre o bairro de Lourdes e a praça Sete de Setembro. De acordo com a Polícia Militar, dezoito lojas foram depredadas ou saqueadas e dezenas de veículos danificados.[35] Três anos depois, a torcida do Rosario Central invadiu o campo do estádio Gigante de Arroyito para festejar o título do clube argentino, iniciando uma confusão generalizada que atrapalhou até a cerimônia de entrega do troféu.[36] O principal evento de violência, porém, ocorreu após o apito final da ida da decisão de 1997, disputada na Argentina por Atlético Mineiro e Lanús. O treinador Emerson Leão teve de fazer uma cirurgia na face em função dos golpes sofridos. Espremidos contra o alambrado por todo o time mandante, outros profissionais do time mineiro também saíram machucados.[37][38] Ver também
Referências
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