Ilha das Cobras (Paraná)
A Ilha das Cobras é uma ilha localizada na baía de Paranaguá, pertencente ao território marítimo do Estado do Paraná. Com 52 hectares de área remanescente de Mata Atlântica (floresta ombrófila densa)[1], é de propriedade da União mas cedida para o governo da estado do Paraná através de contrato de cessão de uso gratuito. Em dezembro de 2019, este contrato foi renovado por mais 20 anos.[2][1] A ilha é constituída de dois morros[1], cujos cumes distam cerca de 500 metros, e entre estes acidentes geográficos estão localizados os edifícios que já abrigaram um lazareto, um reformatório e um presídio, e foi residência oficial de veraneio.[3][4] HistóriaLazaretoEm 10 de junho de 1855, o governo provincial do Paraná recebeu a ordem para a construção de um lazareto afim de conter uma possível epidemia no porto local, caso a moléstia de cólera que assolava a província do Pará chegasse ao litoral paranaense. Theófilo Ribeiro de Resende, então vice-presidente da província, e o delegado de Polícia de Paranaguá, além de um engenheiro civil e o provedor de saúde do porto, ficaram responsáveis por providenciar local e estrutura. A Ilha das Cobras foi o local escolhido para a construção (com dinheiro do governo imperial: 4.537.080 contos de réis, valor total da obra), pois ficava distante três léguas da cidade de Paranaguá. Deste modo, foi construído, na parte da ilha denominada "Ponta do Corvo", o "Lazareto da Ilha das Cobras" com 135,5 m², sendo finalizado em 22 de dezembro de 1855.[3][5] A ilha era de propriedade de José Pereira Malheiros, que foi indenizado pela construção do hospital de isolamento. Desde 1857, o Império do Brasil interessou-se pela aquisição da ilha, mas somente em 1859 a transação foi efetivada.[5] O local foi utilizado de forma epidêmica nos anos próximos a 1860, quando a varíola e a febre amarela assolou a cidade de Paranaguá (acontecendo o mesmo na cidade de Santos) e entre 1877/1878[6], num surto de cólera e febre amarela, procedentes de outros portos.[7] EscolaEm 1936, o prédio foi reformado e passou a abrigar uma escola de pescadores para jovens infratores (na verdade um reformatório com o nome de "Escola de Pescadores Antonio Serafim Lopes"). Com capacidade para 100 alunos, a estadia era obrigatória e os "estudantes" apelidaram o local de “mansão do diabo”.[1] PrisãoDurante o Estado Novo, o local virou um presídio para comunistas contrários à política de Getúlio Vargas.[3][8] Casa de veraneio e apoio as portosAs instalações da ilha também foram usadas como uma residência oficial de veraneio, principalmente durante os governos de Roberto Requião e Beto Richa (com mais frequência para o primeiro).[3] Em 2006, na renovação do contrato de uso, o local também tornou-se uma base de apoio para os portos da APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina).[3][4] Unidade de conservação e escola profissionalizanteA ilha ficou abandonada por anos, pois a última vez que foi utilizada como residência oficial de veraneio foi no ano de 2011[9], no início da gestão de Beto Richa.[3] Por isso, em setembro de 2018, na gestão de Cida Borghetti, a ilha foi transformada no "Parque Estadual Ilha das Cobras", uma unidade de conservação de proteção integral. Este projeto incluía um centro para pesquisas e educação ambiental, principalmente para tartarugas marinhas, pois é local de parada e desova da espécie.[3][9][4] Em julho de 2020, na gestão de Ratinho Junior, suas instalações tornaram-se a "Escola do Mar", um espaço para o ensino profissionalizante, com cursos de gastronomia, hotelaria, turismo, aquicultura (produção de ostras, mariscos e camarão) e educação ambiental, com a instalação de um restaurante-escola. Quem administra os cursos são o Sebrae e o Senac.[3][9][2] Referências
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