A Linha Oeste da Fepasa foi criada no início dos anos 1970, no lugar do antigo tronco oeste da Estrada de Ferro Sorocabana. Em 1996, a Linha Oeste foi incorporada pela CPTM, sendo renomeada Linha B–Cinza.
História
Antecedentes
Em 1934 a Estrada de Ferro Sorocabana criou o primeiro serviço oficial de trens de subúrbios em sua linha tronco e iniciou um período de melhorias nas linhas entre 1939 e 1960. Nesse período a linha tronco foi eletrificada, o Ramal de Jurubatuba foi construído, foram adquiridos novos trens, quatro estações foram reconstruídas e o sistema de sinalização CTC foi instalado.[1] Essas melhorias se refletiram no aumento do número de passageiros. Em 1955 foram transportados nos subúrbios da Sorocabana 9,6 milhões de passageiros enquanto que dez anos depois o número alcançava 20,9 milhões. O crescimento da demanda de passageiros ultrapassou facilmente a infraestrutura da ferrovia, iniciando um processo de sucateamento da mesma. O auge desse movimento de superlotação e sucateamento ocorreu no início da década de 1970.[2] Após contratar a Sofrerail em 1968 para elaborar um projeto de remodelação da rede ferroviária paulista, o estado promoveu em 1971 a reorganização das ferrovias paulistas (incluindo a Sorocabana) em torno de uma única empresa, batizada Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa). Uma das primeiras ações da Fepasa foi contratar um plano diagnóstico dos subúrbios da ex-Sorocabana. A situação dos subúrbios piorava dia após dia, com trens e estações precárias. Ao mesmo tempo os trens batiam recordes, transportando 32,5 milhões de passageiros em 1975.
Fontes: Estrada de Ferro Sorocabana e Ferrovia Paulista S/A
Plano de Remodelação
Em 1973 as empresas Sofrerail e Engevix entregaram um plano diagnóstico propondo uma total reconstrução do sistema de subúrbios da Fepasa.[7]
Entre 1976 e 1986, foram reconstruídas 22 estações, a Estação Júlio Prestes foi reformada e foram adquiridos 150 TUEs, sendo cem para a Linha Oeste, fabricados pela Cobrasma (sob licença Francorail). Ao lado das novas estações foram construídos terminais de ônibus e estacionamentos.
As oficinas e o pátio da linha foram construídos e inaugurados em 1986, ao lado da Estação Presidente Altino. Em 1996, a divisão DRM da Fepasa foi incorporada pela CPTM.[14]
Antes da realização das obras de remodelação, a Linha Oeste transportou trinta milhões de passageiros em 1977. Em 1980, com a abertura da primeira fase da linha remodelada, o número de passageiros transportados foi de 56 milhões. O auge de passageiros transportados foi em 1991, quando 98 milhões foram transportados:[15]
Ano*
Quantidade
Ano
Quantidade
1977
30 841 407
1991
98 450 229
1978
24 644 490
1992
94 655 129
1979
43 740 298
1993
90 026 077
1980
56 413 137
1994
86 513 579
1990
97 106 029
1995
89 594 035
Observação: entre 1976 e 1980 a Linha Sul da Fepasa permaneceu desativada para obras.
↑Departamento Nacional de Estradas de Ferro do Ministério da Viação e Obras Públicas (1958). «Quadro 8 - Transporte remunerado de passageiros de subúrbio 1955-1957». Resumo das Estradas de Ferro do Brasil Principais dados Relativos ao Triênio 1955 - 1957/Memória Estatística do Brasil-Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro-republicado no Internet Archive. Consultado em 7 de janeiro de 2023
↑ abEstrada de Ferro Sorocabana (1971). «3.6. Passageiros: 3.6.3. Subúrbio, segundo as estradas 1958-1968». Anuário Estatístico dos Transportes 1970, página 78 - Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes - GEIPOT/Memória Estatística do Brasil-Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro - republicado no Internet Archive. Consultado em 19 de fevereiro de 2021
↑FAGUNDES, Homero Gottberg (1998). «A remodelação das linhas B e C da CPTM»(PDF). Revista dos Transportes Públicos - ANTP - Ano 20, página 93. Consultado em 29 de junho de 2019
↑FAGUNDES, Homero Gottberg (1998). «A remodelação das linhas B e C da CPTM»(PDF). Revista dos Transportes Públicos - ANTP - Ano 20, página 93. Consultado em 28 de março de 2020