Sistema Integrado de Transporte em São Luís
O Sistema Integrado de Transporte (popularmente conhecido como SIT) é o transporte público por ônibus do município de São Luís, capital do estado do Maranhão. Foi criado pela prefeitura municipal em 1996, a partir da inauguração do primeiro terminal de ônibus da cidade. É administrado pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT), com a concessão outorgada a quatro consórcios/empresas privados divididos também em quatro lotes, onde são responsáveis pela manutenção e operação de todo o sistema. Por ser o único meio de transporte de massa da capital, estima-se que cerca de 700 mil pessoas o utilizem diariamente.[1] HistóricoPré-implantação e primeiros anosO município de São Luís e as demais localidades da Ilha Upaon-Açu dependem há anos do transporte público, devido ao crescimento desordenado e a centralização da maioria dos serviços na região central da capital. Desde a segunda metade do século XX, os ônibus, e até a década de 1960 os bondes foram os principais meios de locomoção dos habitantes. Até a década de 1990, praticamente todas as localidades da cidade possuíam linhas de ônibus para o Centro, e em muitos bairros o serviço era monopolizado por apenas uma empresa de ônibus. Em 31 de janeiro de 1996, na gestão da prefeita Conceição Andrade, foi sancionada a lei municipal nº 3430, que deixou sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SEMTUR) a gestão, fiscalização, operação e execução do transporte público da capital, e a elaboração das linhas de ônibus e contratação das empresas para a operação do serviço.[2] Em 8 de setembro do mesmo ano, foi inaugurado o Terminal da Praia Grande, marco inicial do Sistema Integrado de Transporte, e boa parte das linhas existentes até então foram integradas ao terminal. A partir de 2004, na gestão do prefeito Tadeu Palácio, começa a expansão do SIT, com a construção de mais quatro terminais de integração e a divisão do sistema em seis áreas operacionais: Praia Grande, São Cristóvão, Distrito Industrial, Cohab-Cohatrac, Cohama-Vinhais e Rio Anil. No fim da década, as linhas semiurbanas passaram a ser integradas ao SIT, e o sistema passou a atender também aos municípios de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Licitação do sistemaInicialmente, todas as empresas de ônibus que operavam até 1996 foram contratadas em caráter emergencial, e haviam planos para uma licitação em no máximo 10 anos, com a data limite em 2006. Porém, isso não ocorreu, e por 20 anos o transporte público ficou sendo operado sem licitação, o que ocasionou aumentos nas tarifas, paralisações, cartelização e outros problemas. Em 7 de julho de 2010, o Ministério Público do Maranhão moveu uma ação civil pública contra a Prefeitura de São Luís, então sob a gestão do prefeito João Castelo, por conta dos reajustes nas tarifas de ônibus. Após firmarem um Termo de Ajustamento de Conduta, ficou prevista uma licitação do sistema em até 180 dias, o que mais uma vez não ocorreu.[3][4] Em 2015, na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, a Câmara Municipal aprovou o projeto de Lei Complementar nº 141, que estabeleceu novas normas para a operação do Sistema Integrado de Transporte, bem como a adição de novas especificações, como 100% da frota adaptada para portadores de deficiência física e com ar condicionado, e idade média da frota, que agora passará a ser de 10 anos (12 para ônibus articulados).[5] Em 28 de março de 2016, a prefeitura lançou o edital da concorrência nº 004/2016, que licitava as linhas urbanas do SIT,[6][7] ao mesmo tempo que as semiurbanas passaram a ficar sob a responsabilidade do Governo do Estado do Maranhão, por meio da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB). A licitação foi encerrada em 17 de julho, com a convocação dos 4 consórcios/empresas vencedores para a assinatura dos contratos de concessão. Com isso, o número de empresas que operavam no SIT caiu de 27 para 11.[8] Pós licitaçãoEm 5 de março de 2021, na gestão do prefeito Eduardo Braide, foi criado o Rapidão São Luís, serviço de linhas expressas entre os terminais de integração, e com paradas alternadas ao longo do trajeto. O modelo havia sido planejado ainda em 2002 durante os esboços do sistema tronco-alimentador que surgiu com a construção dos novos terminais, mas nunca chegou a ser implantado, e é similar ao Expresso Metropolitano, implantado pela MOB nas linhas semiurbanas.[9][10] CaracterísticasDivisão das linhasO SIT possui atualmente 169 linhas de ônibus, onde operam 912 veículos.[11] A tarifa atual é de R$ 4,20, valendo para as 150 linhas que circulam nos terminais de integração. As 19 linhas não integradas, que operam na região central da cidade e na área Itaqui-Bacanga, possuem tarifa de R$ 3,70.[12] As linhas de ônibus atualmente são divididas desta forma:
Outras classificações existiam anteriormente e foram descontinuadas:
Pintura dos ônibusAntes da implantação do SIT, cada empresa de ônibus possuía uma pintura própria para seus veículos, que variavam entre cores personalizadas, "saia e blusa" ou monocromáticas. Em 1996, os primeiros ônibus foram pintados com a cor padrão do sistema, que era branca, com uma faixa amarela acima das portas e janelas e outra grená na parte inferior (exceto os para-choques, que eram amarelos). O espaço branco, além do prefixo e do nome da empresa, possuía a inscrição "Integração", com o antigo logo do SIT. A partir de 2004, com a construção dos quatro novos terminais de integração, essa pintura foi substituída por outras cinco com as cores referentes a cada terminal: Laranja e branco para o Terminal Praia Grande, amarelo para o Terminal São Cristóvão, azul claro para o Terminal Distrito Industrial, verde para o Terminal Cohab-Cohatrac e vermelho para o Terminal Cohama-Vinhais. Linhas que faziam parte do Consórcio Rio Anil, possuíam ônibus na cor branca, e as linhas semi-urbanas que foram inseridas no sistema no fim da década de 2000 possuíam a cor azul escuro (São José de Ribamar e Paço do Lumiar) e cinza (Raposa). Em 28 de outubro de 2015, pouco antes da licitação do sistema, a SMTT decidiu novamente modificar a pintura dos ônibus da cidade, visto que com o passar dos anos várias empresas haviam colocado ônibus de pinturas diferentes em linhas que não correspondiam ao terminal onde passavam, mas sim a área onde atuavam. Com isso, foi desenvolvida uma pintura única nas cores azul e cinza. Em 13 de julho de 2016, porém, novamente a pintura foi alterada, desta vez para uma na cor amarela citrus, com os caracteres em preto. E o prefixo, que antes obedecia a uma sequência de 5 números (XX-XXX), passou a ter uma de 6 números (XXX-XXX). A nova pintura não permite a identificação das empresas pelo usuário.[13][14] BilhetagemAntes da digitalização da bilhetagem, os usuários podiam comprar passe escolar e vale-transporte autorizados pelo Sindicato das Empresas de Transporte de São Luís em vários pontos de venda. A bilhetagem foi digitalizada a partir de 2006, quando os primeiros validadores começaram a ser instalados nos ônibus.[15] A partir de 2014, esses validadores foram substituídos por novos com biometria facial para a prevenção de fraudes no sistema.[16] Atualmente, os tipos de cartão de transporte utilizados na bilhetagem do SIT são estes:
Os cartões de Meia Passagem, Estudantil e Vale-transporte são recarregáveis em qualquer terminal de integração e nas sedes do Sindicato das Empresas de Transportes (SET) e Central Estudantil (CES), além de outros pontos espalhados pela cidade. Em 4 de agosto de 2015, foi implantada a recarga embarcada, onde o usuário pode comprar os créditos via internet e pagar o boleto bancário, com o saldo sendo debitado a partir da próxima utilização do cartão nos validadores dos ônibus ou dos terminais.[19] E em 22 de outubro de 2019, os usuários também passaram a dispor do RecargaPay, aplicativo móvel que possibilita a recarga através do celular, utilizando um cartão de crédito, bem como a revenda com outras modalidades de pagamento.[20] Bilhete ÚnicoO Bilhete Único foi implantado em 14 de dezembro de 2015.[21] Funciona como uma forma de baldeação entre linhas de ônibus com tarifa de R$ 4,20 sem a necessidade de utilizar os terminais de integração. Inicialmente, o passageiro poderia pegar um veículo, pagar a passagem, descer e pegar outro no mesmo sentido em no máximo 1h30 (45 minutos em linhas alimentadoras).[22] Atualmente, o tempo é de duas horas para linhas troncais e uma hora para linhas alimentadoras. Caso pegue outro ônibus, mas em sentido oposto, verá esse tempo cair pela metade. O usuário de vale-transporte que compartilhar o uso do cartão em ônibus diferentes só poderá deixar de pagar uma passagem a cada vez que fizer baldeação.[23] Lotes operacionais e empresas/consórciosApós a licitação do transporte público em 2016, o SIT ficou dividido em quatro lotes operacionais, onde operam 11 empresas divididas em 4 consórcios (com exceção do Lote 4, que é de apenas uma empresa).[24] Todos os lotes possuem linhas que operam na região central da cidade, que anteriormente eram do Consórcio Rio Anil. Lote 1 - Consórcio Central
O Lote 1 é em sua maioria composto por linhas integradas aos terminais do Distrito Industrial e Praia Grande. Ele cobre a área Itaqui-Bacanga, na margem esquerda do Rio Bacanga, onde reside boa parte da população ludovicense e também onde ficam os portos da cidade, como o Itaqui e a Ponta da Madeira, fundamentais para a economia e exportação maranhense, além de empresas como a Companhia Vale e também a Universidade Federal do Maranhão. Também cobre a zona rural, onde a população é usuária cativa dos ônibus e onde ficam também várias fábricas e indústrias do município, como a Alumar. Linhas pertencentes ao Lote 1 (67)
Lote 2 - Consórcio Via SL
Linhas pertencentes ao Lote 2 (30)
O Lote 2 é composto em sua maioria por linhas que integram o terminal Cohab-Cohatrac. Cobre a área onde foram erguidos alguns do primeiros conjuntos habitacionais da cidade, e que hoje são bairros da classe média com relativa atividade comercial no município. Cobre também áreas no sul do município próximas ao Aeroporto Internacional de São Luís e também povoados da Zona Rural localizados próximo a margem da Baía de São José. Lote 3 - Consórcio Upaon-Açú
*- A Viação Aroeiras encerrou as operações em agosto de 2023[27] O Lote 3 é composto em sua maioria por linhas que integram o terminal São Cristóvão. Cobre uma área onde reside a maior parte da população do município, onde surgiram vários conjuntos habitacionais na década de 1980 e é bastante conurbada com bairros do município de São José de Ribamar. É onde fica também a Universidade Estadual do Maranhão. Linhas pertencentes ao Lote 3 (40)
Lote 4 - Viação Primor
O Lote 4 é composto em sua maioria por linhas que integram o terminal Cohama-Vinhais. Cobre a área nobre da cidade, onde se localizam residências e condomínios de luxo, além do centro financeiro da cidade, nos bairros Renascença e São Francisco. As praias do município também ficam nessa região, além de boa parte das áreas de lazer como casas de shows, casas noturnas, shoppings, parques, bares e restaurantes. Linhas pertencentes ao Lote 4 (32)
Antigas empresas
Terminais de integração
Notas e referênciasNotas
Referências
Ligações externas |