Fernando de Almeida (compositor)
Fernando de Almeida (Lisboa, 1603/04 — Tomar, 26 de abril de 1660) foi um compositor português do Barroco. BiografiaFernando de Almeida nasceu em Lisboa em 1603 ou 1604. Era filho de António Jorge, um alfaiate brigantino e Maria Lopes, uma lisboeta. Ambos eram cristãos-velhos. Foi batizado na Igreja de Santa Justa na mesma cidade. Estudou latim e música. Como mestre teve o famoso compositor Duarte Lobo quando este ensinou na Sé de Lisboa. Tornou-se religioso da Ordem de Cristo entre 1618/19 e baseou-se inicialmente no Convento de Nossa Senhora da Luz, na atual freguesia de Carnide mas anos mais tarde foi para o Convento de Cristo de Tomar. Conseguiu subir na ordem, onde teve, entre outros cargos, o de visitador.[1] Em 1649 foi ordenado por D. João IV a regressar à sua terra natal, voltando então a Carnide. Era conhecida a predileção do rei pela sua música,[2] facto que não impediu, contudo, que tivesse um triste fim. A 12 de março de 1659 foi preso, acusado de injuriar contra o Prior do Convento de Cristo. Foi submetido a um interrogatório onde forneceu alguns dados sobre a sua biografia que chegaram à atualidade num processo preservado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. O Tribunal da Inquisição considerou-o culpado e foi condenado a 10 anos de pena de prisão, jejum a pão e água, perda de estatuto e pagamento das custas judiciais. Teve ainda que fazer parte da procissão do auto de fé em 26 de outubro do mesmo ano como arrependido (carregando uma vela acesa na mão).[1] Mal chegou a cumprir a pena a que foi condenado uma vez que, encarcerado e desumanamente tratado, morreu pouco tempo depois, em 26 de abril de 1660 no Convento de Cristo de Tomar. Foi enterrado em vala comum sem qualquer rito funerário.[1] ObraAlgumas obras da sua autoria eram preservadas na Biblioteca Real de Música e foram perdidas com o sismo de Lisboa de 1755. Sobreviveram códices manuscritos copiados entre 1735 e 1736 na Biblioteca do Paço Ducal de Vila Viçosa.[2] Estes contêm:
Gravações
Ver tambémLigações externas
Referências
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